Projeto 'Trevo' se aproxima da fase de produção

Mock-up do Trevo começou a ser produzido em junho. (Foto: Arquivo pessoal)

Vencedora do “Concurso de Ideias - Equipamento Móvel para Higienização de Mãos em Locais Públicos”, realizado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia (FAUeD/UFU), a Equipe Hélice está produzindo o projeto premiado. Chamado “Trevo”, o equipamento possibilita a higienização das mãos e pode ser instalado em espaços públicos e fixado em piso.

De acordo com o professor Juliano Carlos Cecílio Batista Oliveira, da FAUeD, a ideia surgiu durante uma conversa com a pró-reitora de Assistência Estudantil, Elaine Saraiva Calderari - que também possui doutorado em Arquitetura e Urbanismo. “Buscávamos uma forma da FAUeD também colaborar, dentro de nosso campo de atuação, no combate à Covid-19, entendendo este como um importante papel da universidade pública”, conta o docente. Assim, as propostas buscavam soluções que lidassem com a saúde e a cidade.

A vitória do projeto “Trevo” no concurso foi anunciada no dia 6 de maio. Composta por alunos do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, a Equipe Hélice se reuniu utilizando plataformas on-line e contribuiu nos desenvolvimentos tanto do desenho quanto da proposta.

O “Trevo” foi criado seguindo a indicação de se tratar de um equipamento que pudesse ser instalado em locais diversos e atendesse às determinações de distanciamento e contato da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele consiste em um sistema de alavanca acionado por uma pedaleira, que dispara a engrenagem do galão interno onde está armazenado álcool em gel ou outra solução higienizadora aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a proposta, o “nome traduz-se na forma da base, representando solidez; nos três folíolos que compõem os três braços; e na crença da sorte, onde o aparelho surge como forma de combate ao vírus, preservando a vida”. Matheus Lopes Medeiros, um dos integrantes da Equipe Hélice, informa que desde o momento em que o projeto foi desenvolvido, outros produtos similares surgiram, mas com capacidade de reserva menor. “O nosso equipamento é um pouco mais sofisticado, mas pensamos em uma escala maior de armazenagem, que precisaríamos repor a solução a cada dois dias. Seria um equipamento para ser usado em lugares maiores e com uma rotatividade maior de pessoas”, detalha.

Medeiros aponta que a Arquitetura e o Urbanismo podem auxiliar na prevenção ao coronavírus desde o desenvolvimento de objetos e facilitadores até em projetos para casas, pensando a cidade de maneira mais saudável. Após o resultado, a comissão organizadora do Concurso de Ideias procurou a equipe para que o “Trevo” fosse detalhado e pudesse ser executado.

Athis

Equipamento terá sensor de presença, ao invés de pedais, para que seja mais acessível. (Foto: Arquivo pessoal)

Conforme o professor Juliano Oliveira, para ajudar a viabilizar o projeto, este foi submetido ao 1º Edital ATHIS-Covid19, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais. O edital buscava “propostas relevantes para o desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo, obrigatoriamente, em Minas Gerais [...] a promoção de melhores condições de vida para as populações em situação de vulnerabilidade social, perante a pandemia COVID-19, a partir de propostas que visem qualificar e/ou complementar medidas necessárias para uso e aproveitamento de espaços edificados e de seu entorno, bem como a provisão de equipamentos sociais e urbanos, com funções de complementar/suprir ações de enfrentamento da pandemia”. O projeto “Trevo” foi inscrito e contemplado com o patrocínio.

“O edital do CAU foi uma oportunidade de obtermos recursos e executarmos, além do protótipo inicial, mais algumas peças”, diz Viviane de Alvim Guimarães Nunes, professora da FAUeD. Segundo ela, o recurso será usado para o protótipo e, possivelmente, mais 4 peças.

No início de junho o mock-up começou a ser produzido. Nunes conta que este é como se fosse uma "maquete" em escala real, mas com materiais geralmente diferentes do material final proposto. Ele permite a análise das funcionalidades, dimensões e proporções, além da viabilidade estrutural, o que resultou em algumas alterações no “Trevo”. 

“Durante o processo de análise de viabilidade, o pedal proposto inicialmente mostrou-se pouco eficiente para o quesito ‘acessibilidade’ e, por isso, foi substituído por um sistema de sensor”, relata Viviane Nunes. Assim, o mock-up foi produzido com chapas de madeira e sensor de presença para o mecanismo de funcionamento do acesso ao produto higienizador para as mãos, analisando o máximo de detalhes possíveis já em escala real.

Segundo a professora, com o mock-up concluído e após os testes do uso do setor e do produto, que será álcool glicerinado, foram necessárias algumas variações. "Tivemos que fazer adaptações no projeto baseadas na análise de funcionamento do mock-up",  afirma.

A equipe que está produzindo o “Trevo” aguarda o orçamento final para solicitar a contratação junto à Fundação de Apoio Universitário (Fau/UFU). Ainda de acordo com Nunes, a produção das peças finais deverá ocorrer após a avaliação do funcionamento, depois de uma semana de observação. Encerrada esta fase de avaliação, serão feitos os ajustes para a produção final, que deverá ocorrer logo na sequência.

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