Publicado em 12/08/2020 às 18:17 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52
A média dos óbitos ainda não apresentou redução, com cerca de quatro óbitos registrados por dia (foto: Bruno Concha/Fotos Públicas)
Essa média é feita com os números de casos dos últimos sete dias e, a cada novo dia, uma nova média é feita adicionando-se o número de casos divulgado nesse dia e removendo-se o número de casos do primeiro dia da média anterior, mantendo-se assim o período de sete dias para o cálculo da nova média e por isso o termo ‘média móvel’.
Desta forma, eu e a Mayara Garcia Polli, minha orientanda, pensamos em divulgar os gráficos das médias móveis dos casos confirmados e de óbitos de Uberlândia, que temos feito com base nos Boletins Epidemiológicos divulgados pela prefeitura, tanto para a comunidade da UFU como a externa.
De meados de junho a fim de julho, observamos uma certa estabilidade na média móvel em torno de 200 a 250 casos por dia (gráfico superior). Depois disso, neste mês, observamos uma redução da média para cerca 100 casos por dia. Vale a pena mencionar que, desde o último dia 4, o Boletim Epidemiológico traz a informação dos novos casos confirmados por RT-PCR e por teste rápido. Para o gráfico dos casos confirmados, utilizamos somente os dados de RT-PCR, pois refletem aqueles casos nos quais o vírus foi detectado (por meio de seu material genético).
Por outro lado, a média dos óbitos ainda não apresentou redução (gráfico inferior), com cerca de quatro óbitos registrados por dia, e está estável desde meados de junho. Porém, se o número de casos novos continuar baixo ou diminuir ainda mais, os óbitos por Covid-19 também diminuirão.Por isso, é importante que as medidas de prevenção sejam mantidas ou até melhoradas. Apesar de a maioria das pessoas ter adotado essas medidas, como o uso de máscaras e a higiene das mãos, outras medidas são negligenciadas.
É ainda frequente ver pessoas colocando os dedos nos olhos, nariz e boca; não cobrindo a boca com lenço descartável ou o braço ao tossir ou espirrar e, pior, com pessoas por perto; realizando festas ou participando de aglomerações; deixando escritórios, restaurantes, consultórios ou outros ambientes internos com janelas e portas fechadas, prejudicando a ventilação do local.
Neste caso, sabemos que há pessoas infectadas que não têm sintomas, mas podem transmitir o vírus. Assim, ter uma boa ventilação nesses ambientes pode auxiliar na dissipação do coronavírus que fica suspenso no ar que a pessoa infectada libera ao tossir, espirrar ou mesmo ao falar e respirar.
Também acho importante mencionar que, apesar de a maioria dos profissionais da área da saúde merecer nossos aplausos por seu trabalho, há ainda aqueles(as) que andam com jaleco e instrumento de trabalho fora do ambiente de trabalho, apesar da Covid-19 e de se ter uma lei estadual (inciso X de 2014, da Lei 13.317 de 1999, Assembleia de Minas Gerais) proibindo essa atitude.
*Jonny Yokosawa – Docente do Instituto de Ciências Biomédicas, Departamento de Microbiologia
**Mayara Garcia Polli – Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas/UFU
A seção "Leia Cientistas" reúne textos de divulgação científica escritos por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). São produzidos por professores, técnicos e/ou estudantes de diferentes áreas do conhecimento. A publicação é feita pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU), mas os textos são de responsabilidade do(s) autor(es) e não representam, necessariamente, a opinião da UFU e/ou da Dirco. Quer enviar seu texto? Acesse: www.comunica.ufu.br/divulgacao. Se você já enviou o seu texto, aguarde que ele deve ser publicado nos próximos dias.
Palavras-chave: Leia Cientistas COVID-19 UFUContraOCorona média móvel
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