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Divulgação Científica

Estudante da UFU divulga Literatura de Cordel em projeto premiado

Deivisson Rafael da Silva participou do 2º Prêmio de Design do Instituto Tomie Ohtake Leroy Merlin

Publicado em 10/11/2020 às 16:01 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

 

Em fevereiro, Silva realizou uma oficina de contação de histórias de Cordel na ocupação Fidel Castro. (Foto: Leonardo Santangelo)

 

Deivisson Rafael da Silva está no fim da graduação em Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No trabalho de conclusão de curso, o estudante desenvolveu um projeto de biblioteca móvel e, em março deste ano [antes do início do distanciamento social preventivo à Covid-19], ela foi apresentada na ocupação Fidel Castro, localizada em Uberlândia. O trabalho de Silva ficou entre os premiados do 2º PRÊMIO DE DESIGN DO INSTITUTO TOMIE OHTAKE LEROY MERLIN. O projeto foi um dos 15 selecionados para a final, entre 133. O professor Adriano Tomitão Canas, da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (Faued/UFU), foi o orientador do trabalho.

Segundo estimativa do Instituto Pró-livro, 52 milhões de brasileiros declararam ter lido um livro, inteiro ou em partes, nos três meses anteriores à pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’. O número desses leitores tem caído: de 2015 a 2020, as pesquisas registraram 4,6 milhões de leitores a menos. Apesar dessa queda, projetos como o de Silva podem ampliar o acesso à leitura diversificada. “Como itinerante, [a biblioteca] pode estar em um bairro uma semana, depois em outro lugar. Na minha monografia, eu fiz um levantamento de todas bibliotecas de Uberlândia e eu percebi quais bairros periféricos precisam ter uma biblioteca. Ela também poderia estar na zona rural”, afirma o estudante.

A Literatura de Cordel é considerada um bem cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E essa arte não tem apenas um significado. “A Literatura de Cordel refere-se não apenas ao gênero literário, mas também a um veículo de comunicação, ofício e meio de sobrevivência para inúmeros cordelistas. Inserido na cultura nacional em fins do século XIX, o cordel é elemento constituinte da diversidade cultural brasileira, com contribuições das culturas africana, indígena, europeia e árabe”, informa o Instituto.

O diferencial da Literatura de Cordel é a união da poesia e narrativas em prosa com a contação de histórias para o público, por meio da cantoria e narração. Além disso, os poemas e as histórias são estruturados para ficar na memória mais facilmente. O termo ‘Cordel’ é associado pela forma editorial em que os textos são, geralmente, apresentados: “pequenas brochuras impressas em papel barato e vendidas suspensas em cordões de lojas de feiras e mercados com vistas à ampla difusão dos livros”, segundo o Iphan. “A métrica, rima e oração, associados às ilustrações das histórias estampadas nas capas dos livretos, tradicionalmente em xilogravura, são partes da cultura encantadora da Literatura de Cordel.”

Essa foi a primeira literatura com que o estudante Silva teve contato na infância. Em fevereiro, com o apoio do Instituto Tomie Ohtake, o estudante tirou a ideia do papel e montou a biblioteca itinerante na ocupação Fidel Castro. “Recitamos história de cordéis, foi uma tarde muito gostosa. Ao final, as crianças começaram a pedir pra levar o cordel pra casa. Naquele momento, pensei: não tem prêmio que vai pagar a sensação de fazer um projeto que faz sentido a ponto de uma criança, que nunca viu uma Literatura de Cordel. Pedir para levá-la pra casa porque gostou muito. Ali que eu entendi que o projeto é necessário”, relata o futuro arquiteto.

Leia sobre as histórias da Literatura de Cordel no ACERVO DO IPHAN.

 

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Palavras-chave: literatura CORDEL Design Biblioteca

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