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Ciência

Alunos da UFU desenvolvem produto inteligente e sustentável que automatiza aplicação de antisséptico

82% das pessoas pretendem continuar utilizando produtos como o álcool em gel após período de isolamento social segundo pesquisa da AEGIS; desenvolvimento do projeto acontece durante a quarentena em startup fundada pelos estudantes

Publicado em 20/07/2020 às 16:47 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52

Protótipo do projeto apresenta dois formatos diferentes, para à utilização em locais públicos e privados de acordo com o nível de circulação de pessoas (Arte: Arquivo AEGIS)

Os pesquisadores Arthur Borges, do curso de Ciência da Computação, e Ygor Seiji, da Engenharia da Computação, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), chegaram à conclusão de que podem minimizar indiretamente a perda de vidas com o desenvolvimento de projetos para combater o coronavírus. O projeto “Automação e controle de esterilização de mãos para o auxílio da contenção de vírus e bactérias” visa a implantar a inteligência artificial nos aplicadores automáticos de antisséptico já existentes no mercado, de modo que não necessitem do manuseio da embalagem para o uso.

O dispositivo inteligente, que indica o nível de líquido interno disponível, virá acompanhado das instruções de uso e aplicará automaticamente sempre a quantidade ideal para o usuário fazer a higienização adequada de suas mãos. Basta posicionar as mãos para que os sensores ejetem automaticamente o antisséptico. Denominado como AEGIS Dispenser, a inovação terá enfoque no aperfeiçoamento da capacidade, no uso de baterias descartáveis e na criação de um software para controle de armazenamento.

A questão ambiental e econômica são os pontos mais importantes do produto, segundo Seiji, que cita o grande volume de lixo composto por embalagens de antissépticos e a manutenção de funcionários em empresas para realizar o trabalho de aplicação do álcool em gel. O projeto ficou na terceira colocação do Desafio Inovação UFU Covid-19 na categoria "Discentes de Graduação".

Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo com 11 milhões de toneladas por ano, segundo o World Wide Fund for Nature (WWF). O AEGIS Dispenser permitirá a reutilização da embalagem, reduzindo o total de lixo gerado (Foto: Matheus Minuncio)

No momento, o AEGIS Dispenser é considerado secundário para os pesquisadores, que também foram vencedores do Desafio Inovação com o AEGIS Watcher. O produto principal da startup AEGIS, fundada pelos próprios estudantes, pretende utilizar o suporte oferecido pelo Centro de Incubação de atividade empreendedoras (Ciaem), uma das premiações recebidas e que já foi tema de reportagem no Comunica UFU.

Todo trabalho de pesquisa dos dois projetos ocorre de forma remota em razão das medidas de isolamento social e o desenvolvimento acontece sem parcerias, mentorias ou investimentos externos, segundo Borges. “É importante ressaltar que fazemos parte do Laboratório de Robótica e Inteligência Artificial da Facom [Faculdade de Computação], que contribuiu e continua contribuindo, mesmo que indiretamente, para nossos projetos”, afirma.

A principal dúvida dos pesquisadores era entender se o público iria continuar utilizando antisséptico após a pandemia. Em 26/05 foi aberta uma pesquisa, que contou com a participação de 128 pessoas respondendo a cinco perguntas simples sobre o uso individual de antissépticos. Cerca de 82% dos entrevistados confirmaram que, após a pandemia, pretendem continuar com o consumo de antissépticos em um nível elevado.

A startup AEGIS, criada em 2020, tem objetivo de usar a tecnologia para salvar vidas (Arte: Arquivo AEGIS)

Nesse momento de pandemia, a construção do produto encontra-se em fase mediana em meio à pressão para entrada no mercado, que acontece ao mesmo tempo do desafio de adquirir peças em meio à crise. “Há uma vontade de desenvolvermos o protótipo o mais rápido possível, porém, em razão da quarentena estamos tendo dificuldades, principalmente para encontrar as peças que precisamos para concluir essa fase inicial”, explica o pesquisador.

A previsão para término do produto, que utilizará sensores infravermelhos, é de seis meses a um ano e não necessitará de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Serão disponibilizadas duas versões, a “pocket” terá um armazenamento menor e a “larger” um maior compartimento de até cinco litros, sendo indicada para locais de alta circulação. Para mais informações ou eventuais dúvidas é possível entrar em contato com os estudantes através dos e-mails: ygor15hb@gmail.com  ou abrothguer@gmail.com.

 

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Palavras-chave: Aplicadores automáticos de antisséptico Dispositivo inteligente Desafio Inovação UFU Covid-19 AEGIS UFUContraOCorona

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