O papel da Educação Popular em Saúde na formação médica

Educação Popular em Saúde proporciona contato direto dos futuros médicos com a população (Foto: Freepik)

A Educação Popular em Saúde (EPS) faz parte da formação médica, para possibilitar o contato direto dos futuros médicos com a população, estabelecendo diálogos que permitem a aprendizagem sobre diversas realidades dos sujeitos. O ensino da EPS é uma das formas de incentivar uma formação médica “geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde”, ideia presente nas DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA.

Também possibilita o desenvolvimento de estratégias de cuidado eficazes para contextos específicos, proporcionando, ao lado de outras disciplinas do curso de Medicina, a “efetivação de um cuidado em saúde das pessoas de forma integral, longitudinal e coerente com as realidades e as necessidades em saúde delas”, afirma o professor Gustavo Raimondi, da Faculdade de Medicina (Famed) da UFU.

Integrante do Departamento de Saúde Coletiva da UFU, Raimondi acredita que a Educação Popular em Saúde é extremamente relevante para a formação médica, pois “permite o desenvolvimento de competências fundamentais para a prática médica, como a escuta atenta, o diálogo, a gestão de conflitos, a construção compartilhada de saberes, a humildade cultural e o respeito às diferenças.”

Ao lado de outros professores e estudantes da Famed/UFU, Raimondi fez parte do grupo de pesquisadores que publicou quatro capítulos na coletânea “EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE”, lançada em setembro de 2020 pelo Grupo Temático de Educação Popular e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (GT EdPopSaúde/Abrasco), publicação que incentiva a produção técnico-científica e analítica dos processos relacionados ao tema. Os textos abordam experiências e aprendizagens com a prática da Educação Popular em Saúde na formação médica e na assistência à população do município de Uberlândia, evidenciando as práticas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas no curso de Medicina da universidade.

Um dos capítulos publicados foi produto de um projeto de extensão que trabalhou com estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do ensino médio noturno em uma escola na região central de Uberlândia. Com o intuito de vivenciar a realidade dos alunos e acompanhar sua relação com as drogas, os pesquisadores desenvolveram oficinas de forma a difundir informações científicas sobre as drogas e, de maneira geral, compartilhar experiências e elaborar propostas para o uso indevido de drogas lícitas e ilícitas.

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