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A importância e a riqueza de compartilhar

Data de Publicação: 09/06/2009 - 06:36
Chopin vai até hospital e asilo através dos "meninos" da Faculdade de Música da UFU
Tocar pela alegria que a música é capaz de fazer brotar do íntimo de qualquer pessoa, tocar pelo poder da contemplação que a música faz nascer do mais fundo da alma, tocar pela calma que o som de notas harmoniosas produz na mente e no coração. Tocar para todos, jovens ou velhos, ricos ou pobres, letrados ou analfabetos. Este é o combustível que move 10 alunos de piano da Faculdade de Música da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em sua turnê de apresentações públicas e gratuitas, começando este mês e terminando em julho, para celebrar 160 anos da morte de Frederic Chopin.   Idealizadas e organizadas pela pianista e professora de música da UFU, Viviane Taliberti, as apresentações começam dia 17 próximo, às 9h30, com um recital no Hospital do Câncer. Às 18 horas do mesmo dia outra apresentação acontecerá na sala Camargo Guarnieri, bloco 3M do campus Santa Mônica. Nos dias seguintes, os "meninos" da professora Viviane estarão em um asilo, em uma creche e no Conservatório Estadual de Música, terminando as apresentações num shopping da cidade. O itinerário seguido pelos pianistas vem da adolescência da professora Viviane. Orientada por sua mãe, tocava piano em um asilo próximo à sua casa, nos finais de semana. "Desde meus 13, 14 anos trago dentro de mim a importância de dividir belos momentos com os mais velhos e mais necessitados, e gostaria muito de poder plantar essa sementinha no coração dos meninos", disse.   Os alunos, de cerca de 20 anos de idade, em média, são sempre chamados por ela de "meus meninos". Tamanho carinho não tem origem apenas em algumas horas de convívio diário. Viviane dá valor, acima de tudo, à opção que fizeram. "Eles, com tão pouca idade, têm disponibilidade e dedicação para o aprendizado da música e do instrumento musical. Eu os valorizo demais por isso".   Segundo Viviane, os estudantes da Faculdade de Música da UFU vêm, em sua grande maioria, de cidades vizinhas, como Uberaba, Araguari e Ituiutaba. Moram em pensionatos e se esforçam para complementar a renda proveniente da família: fazem estágios, dão aulas particulares e no Conservatório, cantam e tocam pela cidade.   Quase 100% piano Nascido na Polônia, em 1810, Chopin, além de ter uma expressão romântica muito grande, dedicou quase a totalidade de sua obra ao piano. Das inúmeras Baladas, Estudos, Valsas, Prelúdios, Mazurkas, Scherzos, Sonatas, Polonaises e Noturnos deixados por ele, ao falecer em 1849, a professora escolheu, no semestre passado, uma obra para cada aluno trabalhar. Além de treinarem a execução ao piano, também foram orientados a fazer pesquisa sobre Chopin. "É preciso entender o universo de um compositor para poder interpretá-lo", explicou. Já pensando no segundo semestre, Viviane planeja recitais para celebrar os 50 anos da morte de Heitor Villa-Lobos. No roteiro de apresentações, os conservatórios de música da região do Triângulo Mineiro. "É importante que as crianças vejam e sintam o poder da música e nós, por outro lado, que aprendamos o quanto é rico, o quanto recebemos de volta, quando compartilhamos".    

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