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“Em Cima do Salto: saúde, educação e cidadania”

Data de Publicação: 21/10/2009 - 09:50

Por portal.dirco

Programa desenvolvido pela Faculdade de Medicina e Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis proporciona melhoria na qualidade de vida dos travestis
  Um trabalho desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem levado aos travestis qualidade de vida. É o programa Em cima do salto: saúde, educação e cidadania, desenvolvido desde novembro de 2006, por alunos da disciplina de medicina preventiva e comunitária. Tudo começou a partir de um trabalho de campo da antropóloga Flávia Bonsucesso Teixeira, professora da disciplina, acompanhada dos alunos. Eles faziam visitas aos locais onde ficavam as travestis. “No princípio queríamos identificar o que pensavam sobre as DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis e como se preveniam”, afirma a professora. No entanto, após os primeiros contatos, notaram a necessidade de aprofundar o trabalho. “Percebemos nestes encontros um grande desconhecimento em relação às doenças, aos serviços oferecidos e às dificuldades que encontravam em estabelecer um projeto de vida. Após a identificação desses dados e das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, foi pensado um projeto de extensão”, acrescenta Flávia.          O projeto Em Cima do Salto também faz parte do programa “Formação Continuada em Educação Popular”, da Pró-reitoria de Extensão da UFU (Proex). “Por meio da extensão, devolvemos à comunidade o que nos foi confiado, trabalhando os três pilares da formação humana que inclui os conhecimentos sociológico, psicológico e fisiológico. Essa é a responsabilidade de onde se produz conhecimento”, ressalta Geni de Araújo Costa, diretora de extensão. E este resultado já começa a ser apontado pelos próprios travestis que participam do programa. Luana Silva, é uma delas, tem 23 anos e veio de Palmas, Tocantins e está em Uberlândia há três anos. “Antes encontrava dificuldades para me consultar. Hoje, sou chamada pelo meu nome social e recebo acompanhamento médico e psicológico. Percebo também, uma mudança no meu estilo de vida, as pessoas passaram a me respeitar depois que comecei participar do programa”. Júlia Mesquita, de 28 anos é da cidade mineira de Paracatu. No mês que vem viaja para a Itália em busca de uma vida melhor, mas sabe que vai levar na bagagem, um pouco mais de conhecimento. “Nunca imaginei estar na UFU, agora venho, participo das reuniões. Aqui aprendemos a nos sentir livres. As pessoas não nos olham mais como se fossemos delinquentes”. “Percebemos mudanças na esfera política. As travestis já conseguem pensar e se organizar como um grupo social. Com relação ao auto cuidado, notamos uma maior conscientização em relação às práticas de vulnerabilidade para as DST , com maior adesão ao uso de preservativos. Todas têm interesse em participar das reuniões, não vêm apenas para ouvir as palestras, vêm para discutir o cotidiano e trocar experiências”, finaliza Flávia Teixeira.                 Eixos do programa “Em Cima do Salto: saúde, educação e cidadania”   Vidas nas calçadas: a atenção prestada no campo: São distribuídos preservativos, material educativo e por meio de conversa é feito um primeiro contato. Os travestis são convidados a participar do projeto.   Conhecer para transformar: educando para os pares: reuniões quinzenais, no auditório da UFU. Proposta de elevar a auto-estima e a percepção de lugar que eles têm na sociedade.   Ambulatório de saúde: Com horários agendados passam por consultas, exames e recebem orientações em saúde.

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