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Data de Publicação: 14/07/2009 - 08:49
Por Cristiane Guimarães
Telemedicina proporciona assistência médica a distância
A 300 quilômetros de Uberlândia, em Natalândia (MG), o médico do Programa Saúde da Família, Paulo Castanheira, encaminha via internet um exame de eletrocardiograma. A cidade com pouco mais de 3300 habitantes não dispõe de cardiologista em tempo integral, mas o resultado é obtido em menos de uma hora e auxilia no diagnóstico do paciente. O procedimento só é possível graças ao Projeto Minas Telecárdio que oferece assistência médica à distância em pequenas cidades dos Estados de Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo, fazendo chegar até os pontos mais remotos e com precárias condições de atendimento informações atualizadas de especialistas que estão em grandes hospitais universitários, pelo Programa de Telemedicina. "Estas ações resultam na melhoria da qualidade do atendimento, precisão do diagnóstico e diminuição dos custos com a assistência médica", explica o cardiologista e intensivista Professor Dr. Elmiro Santos Resende, médico do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e coordenador do projeto neste pólo. Segundo ele, em termos de custo também há vantagens. "Cada paciente atendido pelo sistema tradicional e encaminhado para centros maiores de referência custa o equivalente a dez atendimentos pelo sistema de Telemedicina implantado", explica. No caso de problemas cardiológicos, a redução no número de encaminhamentos desnecessários na urgência para os grandes centros, foi de 70%, em dois anos de funcionamento. Especialmente em cidades com menos de 10 mil habitantes que em geral não tem cardiologistas em tempo integral, era sempre necessário transferir os pacientes até mesmo para os exames de rotina. O médico e usuário da Telemedicina, Dr. Paulo Castanheira, destaca que o projeto proporciona segurança às equipes médicas e conforto para os pacientes. "Muitas vezes nos deparamos com patologias pouco freqüentes na Clínica Médica e podemos contar com o apoio técnico de especialistas. Para o paciente também é mais confortável ser atendido em sua própria cidade", relata. A recepcionista Juliana Alves de Lima, não precisou viajar duas horas, de Araporã (MG) até Uberlândia, para realizar o exame de eletrocardiograma. "Em uma hora fiz o exame e estou com o resultado em mãos", comemora. O sucesso do projeto garantiu a expansão dos serviços para diferentes especialidades médicas. "Quando o sistema foi implantado estava voltado apenas para as doenças do coração. Devido aos resultados extremamente favoráveis e atendendo às solicitações das equipes de saúde da família, ele foi reformulado e estendido para outras áreas por mecanismo de teleconsultoria", comenta Dr. Elmiro. Minas Telecardio O Projeto Minas Telecardio, iniciou em Minas Gerais em 2006, com financiamento da Fapemig e apoio da Secretaria de Estado da Saúde, tornou-se um modelo internacional. Mais recentemente revigorado pelas ações do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Projeto Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) e pelo Ministério da Saúde (Telessaúde), é hoje uma rede assistencial e educacional dirigida por cinco universidades pólo, localizadas em Uberlândia, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba e Montes Claros. Em média são realizados, diariamente, 900 atendimentos voltados para a análise de eletrocardiograma e demais orientações. São mais de 300 cidades assistidas.
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