“A minha vida toda foi a de ajudar alguém. E agora? O quê que eu vou fazer?” Esse depoimento de um médico do Hospital de Clínicas da UFU prestes a se aposentar demonstra o quanto a aposentadoria pode causar ansiedade em quem se dedicou a maior parte da vida ao trabalho. Para ajudar os servidores aposentados ou os que se aposentarão nos próximos dois anos a saberem lidar com essa nova fase, a Diretoria de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (Dirqs), por meio do Serviço Integrado de Ações Psicossociais (Siaps), oferece o programa “Reconstrução de um viver”.             O trabalho começou em 1993 com a formação de grupos de convivência. Hoje, os servidores contam com a assistência de uma equipe multidisciplinar. O atendimento aborda desde questões financeiras a atividades físicas, como o chi kung, técnica milenar chinesa que tem por finalidade melhorar a energia que circula pelo corpo.             Um curso de 64 horas, específico para os aposentados e pré-aposentados também é oferecido. Nele são abordadas questões como o autoconhecimento, o sentido da vida, a espiritualidade, a família, as finanças e a legislação sobre aposentadoria.             O auxiliar administrativo João Batista Ramos é servidor da UFU há 32 anos e recentemente concluiu o curso. Para ele, as orientações sobre finanças foram de suma importância. “As pessoas vão se endividando, só que se veem numa situação tão delicada que passam a ser portadoras de uma doença que mais afeta a sociedade: a depressão”, comenta.             A assistente em administração do Sistema de Bibliotecas Edna Soares valoriza a  a oportunidade de reflexão e de conscientização. Ela concluiu o curso em junho passado e vai se aposentar daqui a menos de dois anos. Preocupada em saber que velhos colegas estão adoecendo devido à ociosidade da aposentadoria, já pensa em trabalhar voluntariamente em alguma biblioteca pública, depois que se aposentar.             “O objetivo é o pré-aposentado conhecer o leque de opções que ele pode escolher após a sua aposentadoria e a importância que isso tem na sua vida”, explica Maria Estela Mellão, assistente social do Siaps. “O grupo inclui não só a questão do autoconhecimento, mas a volta para casa e o ambiente familiar, porque a pessoa, quando se aposenta, fica muito tempo em casa”, esclarece a psiquiatra Lúcia Vilela, também do Siaps. Em setembro serão abertas mais três turmas do curso.     Tempo de serviço             O interessado em se aposentar e que tem algum tempo de contribuição anterior à Universidade deve, em primeiro lugar, providenciar o documento que comprove tal contribuição para que fique registrado na Divisão de Aposentadoria e Pensão (Diapp) da Pró-reitoria de Recursos Humanos. Se esse período tiver acontecido na iniciativa privada, a solicitação deve ser feita no INSS. Para quem contribuiu por ter sido servidor público, o documento deve ser obtido no respectivo órgão (municipal, estadual ou federal). Esse registro do tempo de serviço prestado a outras instituições é a averbação do tempo de serviço.             A partir da averbação são feitos os cálculos. Se o servidor já tiver direito a se aposentar, terá que fazer a solicitação; se preferir continuar em serviço, receberá um abono de permanência.   Mais informações: Divisão de Aposentadoria e Pensão: 3239-4606 Serviço Integrado de Ações Psicossociais: 3218-2280