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Universidade Federal de Uberlândia, bom dia, boa tarde, boa noite !

Data de Publicação: 21/12/2009 - 16:39
Confidente, psicóloga, ombro amigo... ser telefonista exige mais que atender e transferir ligações
Na sala pequena, mesinhas individuais e muitas anotações pregadas nas divisórias dos boxes. Ione, Edna, Claudemira, Leonilda e Nilza são algumas das 13 mulheres que se revezam em três turnos atendendo às ligações telefônicas de todos os campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Não passam dois minutos sem que o telefone toque mas, por incrível que pareça, o clima é de calma.   A mais nova do setor está há 18 anos na UFU, sempre na telefonia. Claudemira Lourdes Ferreira Mendes diz adorar o que faz, apesar dos eventuais “sufocos”. Os congestionamentos de determinados ramais ocorrem, de vez em quando, como no episódio do aumento das parcelas do plano de saúde, ou do adiamento da prova do ENEM, explica ela. “E, quase sempre, nestas ocasiões, do outro lado da linha não estão pessoas muito calmas”, diz, sorrindo. As telefonistas aprenderam, com a prática, a contornar situações de stress falando sempre baixinho: “a função de atender e transferir ligações é simples, mas a gente faz mais porque somos humanas”, resume Claudemira.   Às vezes ser uma telefonista significa ouvir desabafos de pessoas que procuraram algum serviço da instituição e não foram atendidas conforme esperavam. Outras vezes significa apenas ir um pouco além do que a função exige, como no caso da velhinha que não sabia como chegar ao Hospital de Clínicas e ouviu, da telefonista, toda a explicação, incluindo o número do ônibus que devia pegar e onde deveria saltar.   Edna Gomes Rodrigues França, telefonista da UFU há 30 anos, lembra da época em que mesmo uma ligação de ramal para ramal, dentro da UFU, passava pelas telefonistas. Os PABX eram setorizados - um para cada campus – e para falar de um campus a outro passava-se por duas telefonistas. Em meados dos anos 90 o sistema foi trocado pelo DDR, possibilitando que ramais sejam acessados por outros, internamente, e entre os vários campi, sem necessidade da telefonista. “O fluxo de serviço diminuiu muito”, conta Edna, para logo completar: “atualmente só alguns poucos setores – garagem, jardinagem, restaurante, biblioteca do campus Umuarama e parte da Faculdade de Odontologia – não dispõem de linhas e utilizam nossos serviços”.   Prestes a completar 32 anos de serviço na UFU, dos quais 28 no setor de telefonia, Ione Maria da Silva ressalta que a maior dificuldade no desempenho da função é a falta de informação das telefonistas sobre o que acontece na UFU. “As pessoas ligam querendo saber de um congresso tal, um prazo de inscrição de um curso e nós nunca somos informadas de nada”. Com o tempo contornaram, ou pelo menos minimizaram, este problema. “Passamos a andar pelo campus com lápis e papel na bolsa, anotando datas e locais de tudo que víamos anunciado em faixas e cartazes. Assim podíamos dar alguma informação”, conta, satisfeita.   Como o cargo de telefonista foi extinto, a tendência do setor é ser terceirizado, acredita o Gerente da Divisão de Serviços Gerais da Prefeitura Universitária, Gérson Lício Machado. Com gráficos pormenorizados, ele acompanha tudo o que diz respeito à telefonia da UFU, e se confessa “preocupado” com os gastos da instituição com telefone. Conta que tem procurado as chefias responsáveis pelos setores mais dispendiosos, alertando para o problema, “mas cabe a cada uma saber onde e como cortar”, pondera. Segundo ele, o total de pessoas que circula pela UFU, entre técnicos, professores e alunos – perto de 20 mil – é maior que a população de mais de 600 municípios mineiros. “É um fluxo enorme de telefonemas: foram 234 mil ligações em outubro, num total de mais de 9 mil horas faladas”.       Estatísticas de ligações (out/2009) Ramais da UFU – 1528 Linhas diretas da UFU – 51 Chamadas – 234.255 Chamadas do Hospital de Clínicas – 97.215 (41,5% do total) Horas faladas – 9.284  

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