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Pela diversidade no Cerrado

Data de Publicação: 12/01/2010 - 12:12

Por Marco Cavalcanti

O Museu de Biodiversidade do Cerrado é uma oportunidade para conhecermos espécies
em perigo de extinção
  Quem nunca viu um tatu-canastra e tiver a oportunidade de ir à Avenida Nossa Senhora do Carmo, 707, no Jardim América, em Uberlândia, vai se surpreender com a imponência do bicho. E vai saber, também, que não é à toa que ele é considerado o maior e mais raro dos tatus existentes.   O endereço é do Parque Municipal Victório Siquierolli, uma “ilha” remanescente da vegetação nativa do Cerrado onde está localizado o Museu de Biodiversidade do Cerrado (MBC), mantido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em parceria com a Prefeitura Municipal.   Além de tatu, o museu exibe guaxinim, murucututu, irara, cateto, quati e outras espécies mais conhecidas, como o tucano, a onça parda, o tamanduá-bandeira, o bicho-preguiça e a jaguatirica, que, por enquanto, ainda sobrevivem no Cerrado. Estes e outros animais estão todos taxidermizados (empalhados) e fazem parte da coleção zoológica expositiva do Instituto de Biologia da UFU.   A coleção é composta por cerca de 220 espécies, entre elas as de alguns insetos ameaçados de extinção. A bióloga Fernanda Nogueira-Ferreira, que coordena o Museu de Biodiversidade do Cerrado, lembra que os insetos, embora tenham um papel fundamental na reprodução e preservação das plantas, não podem contar com o apelo visual que outros animais possuem na luta pela sobrevivência.   “Algumas espécies [de insetos] se adaptam muito bem aos ambientes urbanos e estas acabam prevalecendo em relação às outras. Mas, em contraposição, têm outras que são muito sensíveis e estão sofrendo drasticamente com esse desmatamento”, observa.   Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado é o segundo bioma que mais sofreu alterações devido à ocupação humana. “Por uma necessidade de agricultura, depois pela implantação de hidrelétricas, e agora com a implantação de muitas usinas para a produção do álcool, a gente está, simplesmente, ficando sem o Cerrado”, comenta a coordenadora do museu sobre o desmatamento na região.   “O Cerrado é uma região extremamente rica, em termos de vida animal e vegetal, e que tem que ser preservada sim”, observa Fernanda. Mas, adverte: “Essa manutenção da biodiversidade não deve ser mantida em ilhas. A biodiversidade não existe de forma isolada. Ela é uma troca de genes, de recursos... uma troca interativa entre espécimes de ambientes diferentes”.   Educação Ambiental   A maioria das 4 mil visitas mensais do MBC é de estudantes das escolas que agendam o passeio. O trabalho de educação ambiental realizado com as turmas inclui uma caminhada nas trilhas da vegetação do parque. A partir de jogos pedagógicos, as crianças são convidadas a observar a diversidade de vidas que a mata esconde. Ao final da atividade, elas são instigadas a compreender que também fazem parte do ecossistema.   “Temos que perceber que estamos em um plano maior, que não inclui só a espécie humana; inclui uma diversidade muito grande de espécies. Fazemos parte de todo um conjunto maior”, afirmou Camila Rocha, aluna do 7º período do curso de Ciências Biológicas da UFU, durante o I Encontro de Divulgação Científica – De olho no planeta, realizado no começo de dezembro no MBC.   Museu de Biodiversidade do Cerrado (MBC)   Avenida Nossa Senhora do Carmo, 707, Jardim América, Uberlândia Visitação: de terça a domingo, das 8h às 17h30 Ônibus: I251 (Terminal Umuarama / Terminal Industrial) D280 (Terminal Umuarama / Cruzeiro / Martinésia) D281 (Terminal Umuarama / Escola Agrotécnica) Informações: (34) 3212-1692  

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