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Na rota da nanociência

Data de Publicação: 07/04/2010 - 06:40

Por portal.dirco

Laboratório de Física sintetiza nanopartículas que poderão ser utilizadas no tratamento de doenças
No recesso de carnaval deste ano uma das pesquisas básicas desenvolvidas no Laboratório de Novos Materiais Isolantes e Semicondutores (LNMIS), do Instituto de Física,  da Universidade Federal de Uberlândia (INFIS/UFU) não foi interrompida. Enfurnados no laboratório, pesquisadores participam de uma corrida contra o tempo para o desenvolvimento e manipulação de partículas invisíveis a olho nu - as nanopartículas - e que futuramente poderão ser utilizadas no diagnóstico e tratamento de doenças, como o câncer.   As nanopartículas são partes minúsculas de um determinado material e que, por serem tão pequenas, com dimensões atômicas, passam a ter propriedades diferentes das do mesmo material em tamanho maior. Elas têm seus tamanhos medidos em nanômetros. Cada nanômetro mede um bilionésimo do metro (ou um milionésimo do milímetro). O termo “nano” é proveniente do grego e significa anão. Palavras como “nanismo” e “nanico” possuem a mesma origem.   O desafio da equipe do LNMIS, formada por alunos da graduação e da pós-graduação do curso de Física e comandada pelo professor Noélio Dantas (foto acima), sintetizar nanopartículas como as de seleneto de cádmio (CdSe) em solução biocompatível, que possuam o tamanho relativamente uniforme e que não sofram degradação ou variação em determinada temperatura. “Está todo mundo pesquisando as melhores rotas de síntese para que elas tenham boa estabilidade e dispersão de tamanho pequena. Isso virou uma pesquisa mundial”, afirma Dantas.   Tal controle é fundamental para a utilização das nanopartículas na área biomédica, como transportadores de fármacos para um local determinado do organismo ou como marcadores biológicos fluorescentes para o diagnóstico e tratamento alternativo de células cancerígenas, por exemplo. “Ao se injetar no corpo as nanopartículas monodispersas em solução compatível elas vão procurar um local preferencial”, diz o professor.   Mas, para isso, elas devem possuir características demandadas por pesquisadores de outras áreas. “O maior problema está na síntese. É você sintetizar algo encomendado. É aí que entra a parceria: o químico trabalhando com o físico, com o biólogo, com o oncologista”, explica Dantas.   Esta parceria é organizada em redes de pesquisas que envolvem outros pesquisadores e laboratórios da UFU e de outras universidades brasileiras. O LNMIS está participando de duas delas.   Uma é a Rede Nanobiotec-Brasil / Instituto Nacional de Nanobiotecnologia, cuja coordenação geral é do professor Luiz Ricardo Goulart Filho, chefe do Laboratório de Nanobiotecnologia do Instituto de Genética e Bioquímica da UFU e a outra é a Rede Nacional de Nanobiotecnologia Aplicada à Medicina e à Defesa, coordenada pelo professor da Universidade Federal de São Carlos, Fernando Manuel Araújo Moreira. Ambas contam com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e têm como um dos objetivos formarem recursos humanos qualificados em nanobiotecnologia.  

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