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Programa proporciona mais qualidade de vida aos pacientes e familiares

Data de Publicação: 26/07/2010 - 14:35

Por portal.dirco

Equipe multiprofissional e voluntários amenizam o sofrimento de pacientes em situação ameaçadora à vida
“Não podemos dar mais horas de vida, mas mais vida às horas que restam”. Está frase, da médica inglesa Cicely Saunders, define a finalidade do tratamento paliativo, idealizado por ela na década de 1960. Quando técnicas convencionais não oferecem mais possibilidade de cura, os cuidados paliativos são uma abordagem que objetiva a melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares. Marilucia da Silva, que tem um familiar com câncer, conhece bem a importância da abordagem. Ela conta que ao receber o diagnóstico da doença, todos ficam sem saber o que fazer. “O Programa de Cuidados Paliativos nos direciona e isto é muito importante”, declara. O novo Código de Ética Médica, em vigor desde abril, inclui entre os seus 118 artigos os Cuidados Paliativos. No setor de Oncologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), o conhecido Hospital do Câncer, esta prática acontece há oito anos. Uma equipe multiprofissional e voluntários se dedicam a uma assistência integral aos pacientes em situação ameaçadora à vida. Além de cuidados médicos, pacientes e familiares recebem acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e voluntários, inclusive em casa. “Nesse processo vamos tomando conhecimento das necessidades específicas de cada um, de acordo com a dinâmica familiar e a história de vida”, afirma a assistente social, Lilian Machado de Sá. Destas demandas surgiram vários projetos como “Conclusões Necessárias”, composto pela “Viagem Virtual” - em que o paciente tem a oportunidade de visitar lugares já conhecidos e até conhecer novos destinos – e o “História de Vida” - que registra a trajetória do paciente narrada por ele aos voluntários dos Cuidados Paliativos. Toda a história é transformada em livro que é doado aos familiares, uma maneira de deixar registrada a experiência de vida de cada um. “Uma paciente, consciente da gravidade do seu quadro clínico, nos procurou para fazer a sua história afirmando que estava deixando filhos jovens e queria de alguma forma dizer a eles, constantemente, que os amava”, relata Lilian de Sá. Ao todo, 14 histórias de vidas já foram documentadas. Outra vertente do programa é a “Satisfação dos Últimos Desejos”. A satisfação pessoal na fase final da vida é algo imprescindível na avaliação da equipe, por isso, todos se mobilizam para atender o mais rápido possível. Vários desejos já foram realizados, como o casamento de um paciente idoso que vivia há anos com uma senhora – mas, ainda, não eram casados oficialmente -, visitas de presos aos parentes em fase terminal, gravação de vídeo com mensagem para os familiares distantes, entre outros. Cada desejo atendido, cada história documentada tem um significado especial para os pacientes, familiares e, também, para a equipe. “Aprendi mais do que fiz, porque o programa é uma lição de vida”, relata emocionada a assistente social, Nida Accetti. Caminho certo Para o médico e coordenador do Programa de Cuidados Paliativos do setor de Oncologia do HC-UFU, José Junqueira Freitas, a inclusão dos Cuidados Paliativos no novo Código de Ética Médica aponta que a equipe esta no caminho certo. “Esta idéia de cuidar do paciente, melhorar a sua qualidade de vida e preocupar com a família, é o caminho correto. Precisamos cuidar das pessoas, pois na essência somos todos mortais”, afirma.    

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