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É carro que não acaba mais!

Data de Publicação: 26/07/2010 - 14:42

Por portal.dirco

Escassez de vagas para estacionar reflete expansão da UFU e aumento da frota de veículos
A cada dia que passa, estacionar nos campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está cada vez mais difícil. Principalmente nos campi Santa Mônica e Umuarama, onde encontrar um retângulo de cerca de 2,5m por 5m para guardar o carro pode ser encarado, dependendo do horário, um desafio. No campus Santa Mônica alunos, professores, servidores e visitantes disputam, diariamente, as 1.086 vagas disponíveis. “Está muito cheio! Daqui a alguns dias não tem como vir de carro, não”, observa Douglas Carvalho, aluno do curso de Engenharia Civil.     A aluna Frances Kubo, graduanda em Engenharia Elétrica,  faz coro com o colega:  “Tem dia que eu fico 15 minutos procurando vaga”, relata. Para o prefeito universitário Renato Alves Pereira, a falta de espaço físico é conseqüência do crescimento em torno de 30% da Instituição, desencadeado pela adesão ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni.  “Esse processo não permitiu um planejamento de médio e longo prazos, mas tivemos que aproveitar a oportunidade”, explica. Para amenizar a carência de espaços para estacionamento, serão criadas 330 vagas no campus Santa Mônica, em uma área próxima à biblioteca. Mas, conforme aponta o prefeito, a principal solução está na criação do campus do Glória, prevista para 2011 (veja reportagem págs. 6 e 7).  Para este campus serão remanejados alguns cursos dos campi Santa Mônica, Umuarama e Educação Física. O aumento de veículos na UFU além de revelar a expansão da Universidade, também reflete o avanço dos números registrados nas estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Segundo o órgão, em 2000 a frota brasileira era composta de quase 30 milhões de veículos. Nove anos depois, o número saltou para aproximadamente 60 milhões. Em Uberlândia, a proporção é de cerca de um veículo para cada dois habitantes. Na opinião do professor do Instituto de Geografia da UFU, William Rodrigues Ferreira, que há mais de 20 anos pesquisa o trânsito e o transporte, os problemas relacionados à mobilidade da população, como é o caso da falta de estacionamentos, se devem às políticas públicas equivocadas, às questões culturais e à ausência de planejamento adequado. Segundo o professor, as administrações públicas precisam desenvolver um trabalho visando à mobilidade sustentável e inclusiva. Ele cita como exemplo, a infra-estrutura para ciclovias e para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), não poluente. “Eu penso que a Universidade tem que estimular essa discussão”, diz. “Às vezes grupos determinam ações no território que modificam até o próprio conceito do que é bom para a sociedade em termos de mobilidade”, afirma Ferreira. Como lembra o geógrafo, “o auge do consumo é a sociedade automotiva”.  

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