Pular para o conteúdo principal

Rompendo fronteiras em nome do conhecimento

Data de Publicação: 11/07/2011 - 05:09

Por portal.dirco

Estudantes e servidores da UFU participam de intercâmbio no exterior e adquirem experiência conhecendo outras culturas
Seja para conhecer a cultura e aprender a língua de outros países ou para adquirir o diploma de uma universidade estrangeira, a procura por programas de intercâmbio cresceu muito no âmbito acadêmico. Na busca pelo aprimoramento pessoal e profissional, atualmente, 106 estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) estão cursando parte da graduação no exterior. Em 2010, 126 alunos participaram do programa de mobilidade internacional (ver quadro). Os alunos, técnicos e professores da UFU podem estudar, fazer estágio ou cursos de especialização fora do Brasil, participando de seleções e editais, ou por intermédio da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI). Alcino Eduardo Abonella, do Departamento de Filosofia, é um dos 16 professores da UFU que estão fora do Brasil fazendo pós-graduação. Ele participa de programa de pós-doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra e comenta a experiência. “É como fazer uma grande viagem intelectual e cultural, fazendo literalmente uma viagem geográfica”. Sua pesquisa é na área de Ética e Biomédica, e ele destaca as vantagens de estar em contato com professores de várias partes do mundo e a possibilidade de fazer pesquisas em bibliotecas e laboratórios muito desenvolvidos. Os países mais procurados pelos discentes são Portugal, por razão do idioma, e a França, com o qual a UFU firmou parceria há mais tempo. Para a diretora da DRI, Raquel Santini, os estudantes que desejam participar da mobilidade devem se preparar desde o início do curso, fazendo um currículo diferenciado, escolhendo o país em que almejam estudar, e já aprendendo o idioma oficial do local, pois tudo isso deles será cobrado. “É um processo que começa desde o primeiro período da universidade e que vai até aproximadamente a metade, que é a hora em que os alunos podem participar dos editais para fazerem a mobilidade”, explica. Da UFU para o mundo Foi com a intenção de conhecer a fundo o país que colonizou o Brasil que Daniel Henrique de Oliveira Silva, 21, aluno do curso de História da UFU, escolheu estudar por um ano na Universidade de Évora, em Portugal. Chegou em setembro do ano passado e só volta em julho de 2011. Para ele, as opiniões dos portugueses com relação à antiga colônia se dividem entre aqueles que reconhecem o processo de exploração ocorrido há mais de 500 anos, e aqueles que consideram o Brasil um “filho” bem sucedido, já que a situação financeira atual brasileira é melhor. Daniel observou a presença de objetos feitos de pau-brasil na sua sala de aula, bem como a estrutura do Teatro Municipal, construída com o material genuinamente brasileiro. Para o aluno de História, estudar em Portugal representa um enriquecimento cultural muito grande. “Estar vivendo em meio a outras culturas, totalmente diferentes, em meio a povos diferentes, é muito bom. Tive também um amadurecimento pessoal, intelectual e cultural, o qual me permitiu ter uma melhor visão de mundo, e uma nova forma de ver as pessoas e de me relacionar com elas”, conta. Carlos Corrêa Afonso Júnior, 21, faz Engenharia Mecânica na UFU e, em agosto de 2010, foi para Rennes, oeste da França, onde estudou por seis meses no Institut National des Sciences Appliquées (INSA) de Rennes e agora está fazendo estágio em uma grande multinacional de medicamentos em Annemasse, cidade localizada no mesmo país, mas mais a leste, na fronteira com a Suíça. Ele afirma que, diferentemente do que se imagina, a oportunidade de mobilidade internacional pode ser aproveitada por quem não tem excelentes condições financeiras. “Compensa vir mesmo que a pessoa não faça nenhuma viagem dentro da Europa, pois o aprendizado diário já é incrível”, diz. A Diretora Raquel comenta que a mobilidade internacional está orientando a opção de curso de muitos alunos de Ensino Médio que, visando a esse tipo de oportunidade, já procuram aprender outras línguas e a escolher cursos que têm um histórico de parceria com universidades estrangeiras. Experiência na bagagem De agosto de 2010 a janeiro de 2011, a aluna do curso de Geografia da UFU, Ludmila Gomes Rodrigues, 22, morou na cidade de Northridge, área metropolitana de Los Angeles, Estados Unidos. Ela estudou no departamento de Planejamento Urbano da Universidade Estadual da Califórnia. A principal diferença que destacou entre os ensinos norte-americano e brasileiro é que as matérias da universidade dos EUA são pagas, o que, segundo Ludmila, “seleciona socialmente as pessoas que poderão ter um emprego melhor. Quem é pobre e não tem dinheiro pra pagar a universidade, ou faz empréstimo nos bancos, ou continua pobre, trabalhando em empregos inferiores e recebendo salários mais baixos”, afirma. O estudante de Agronomia Luciano Nunes Leite, 20, concluiu o intercâmbio acadêmico no segundo semestre de 2010. Estudou por seis meses na Universidad Autónoma Chapingo, em Texcoco de Mora, localizada a 30 km da Cidade do México. Da experiência, que considera riquíssima, Luciano conta que pôde entender melhor o que se conhece por “espírito latino”, pois percebeu no México um sentimento pela cultura latino-americana que não encontra no Brasil. Segundo ele, os brasileiros preferem se considerar descendentes de povos europeus. “O intercâmbio me ampliou a visão do que somos como pátria e como devemos respeitar e difundir nossa história”, afirma. Raquel Santini explica que as exigências do mercado são crescentes. “As possibilidades para um aluno que fez mobilidade são grandes. Principalmente na área de tecnologia, os estudantes têm de ter esse diferencial”. Ela conta que muitas empresas entram em contato com a DRI, procurando por quem estudou fora e, principalmente, por quem tem duplo diploma.

A11y