Pular para o conteúdo principal

Goalball mobiliza deficientes visuais na UFU

Data de Publicação: 04/11/2011 - 15:00

Por portal.dirco

Esporte paraolímpico foi criado para ajudar mutilados da Segunda Guerra
Após o arremesso só se ouve o barulho do guizo denunciando a direção da bola que atravessa a quadra pelo chão. Neste momento, para os jogadores deficientes visuais, o silêncio é essencial. Do outro lado, três atletas tentam, deitados, localizar e interromper o curso da bola. Todos aguardam o som do apito do árbitro. Dois silvos curtos dão a senha para se romper o silêncio dos jogadores e da torcida. É gol! É goalball! Criado logo após a Segunda Guerra Mundial, como um meio de reabilitação dos soldados feridos em combate, o goalball é, hoje, o único esporte paraolímpico destinado exclusivamente a pessoas com deficiência visual. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a modalidade é uma das atividades desenvolvidas pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Atividades Físicas e Saúde (Niafs), da Faculdade de Educação Física. Com inscrições abertas durante todo o ano, pode participar dessa atividade de extensão da UFU qualquer pessoa acima de 14 anos de idade e com deficiência visual, inclusive as que têm alguma capacidade para enxergar. Por isso, é necessário vendar os olhos dos competidores.   O esporte é jogado por duas equipes, compostas por seis atletas, em uma quadra com as mesmas dimensões que a de vôlei (9 X 18 metros) e linhas táteis. Em cada extremidade são dispostas balizas com 9 metros de largura e 1,3 metros de altura. Enquanto um dos três jogadores de um time lança a bola, os outros três jogadores do time oposto tentam impedir, com o corpo deitado, a passagem da bola em direção à linha do gol. “Para aprender a jogar a pessoa tem que construir toda uma dinâmica, realizar o jogo desde a percepção tátil, auditiva, sinestésica, a coordenação espaço-temporal. Tem que construir um mapa mental do que é a quadra do jogo, sem enxergar. A beleza desse esporte está nisso”, afirma Fernando Dias, professor de Educação Física e técnico das equipes feminina e masculina de goalball da UFU. Dias também chama a atenção para o fato deste esporte não só ser encarado como um lazer e como uma atividade competitiva, mas também, para tirar o deficiente visual da ociosidade. “Ele faz com que as pessoas saiam de casa, se socializem, interajam com outras pessoas”, observa. Maria José de Freitas Bruno, de 57 anos, é uma das atletas que jogam goalball na UFU. Ela pratica o esporte desde 1990 e, desde então, já participou de vários campeonatos. “Já tenho medalha de ouro, de prata e de bronze”, se ogulha. Com deficiência visual desde quando nasceu, ela revela que o esporte é a coisa que mais gosta de fazer. “Só falto se eu estiver doente. Se me mandarem para qualquer parte do mundo eu vou sozinha atrás do goalball”, diz. Na UFU, os atletas já estão se preparando para a 1ª Copa Uberlândia de goalball. A competição, promovida pela Universidade, será realizada no próximo dia 3 de dezembro, com a participação de equipes das cidades de Araxá, Ituiutaba, Juiz de Fora, Uberaba e de Uberlândia. Os jogos acontecerão no ginásio 2, do Campus Educação Física. Além do goalball, o NIAFS oferece para deficientes físicos outras atividades esportivas ou de lazer: musculação, natação, bocha, alterofilismo, hóquei e  futebol de cinco (para cegos). Para o ano que vem estão programados, também, vôlei sentado e tiro com arco. Mais informações podem ser obtidas no NIAFS, pelo telefone (34) 3218-2915.

A11y