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Estudo da UFU associa pneumonia e ventilação mecânica em pacientes de UTI

Data de Publicação: 11/09/2012 - 09:07

Por Mariana

Pesquisa premiada em Congresso Brasileiro de Infectologista pode embasar ações de prevenção; país participa pela primeira vez do Dia Internacional da Sepse
    Pela primeira vez, o Brasil participa de uma campanha mundial em 13 de setembro, Dia Internacional da Sepse, conhecida como infecção generalizada. As ações serão promovidas pelo Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS) e pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), com o apoio do Ministério da Saúde. Será um grande dia para todos os profissionais de saúde, principalmente para os que lidam com pacientes graves nas mais de 2.500 UTIs em nosso país. O foco é conscientizar a classe médica sobre o diagnóstico precoce e também a população sobre os sinais da infecção generalizada. Neste sentido, a orientação do professor Geraldo Melo, microbiologista da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que ganhou o prêmio de melhor trabalho no Congresso Brasileiro de Infectologia em Brasília, no ano passado, têm muito a contribuir, embasando as ações de prevenção. Depois de 12 meses de estudos, no Hospital de Clínicas da UFU, ficou comprovada a associação da intubação de pacientes sob ventilação mecânica e a pneumonia, considerando a ação das bactérias Pseudomonas e Acinetobacter. “A invasão de um destes microorganismos na corrente sanguínea, caracteriza a infecção generalizada”, disse Geraldo Melo. Esta doença mata por ano mais do que acidentes de carros. Os índices foram revelados em estudo desenvolvido pelo ILAS, com sede no Brasil. Os dados brasileiros são realmente alarmantes ao serem comparados com as referências mundiais que são de 23,9% e 37,4%, morte por Sepse e por choque séptico, respectivamente.  No Brasil 55% dos pacientes com Sepse morrem, o que representa mais de 220 mil pessoas. Os acidentes de trânsito, por exemplo, mataram, em 2011, cerca de 40 mil pessoas. O pouco conhecimento da população sobre a doença faz com que os pacientes com Sepse sejam admitidos para tratamento em fases mais avançadas da síndrome, quando o risco de óbito é maior. Além disso, os profissionais de saúde que atendem os pacientes sépticos, seja nos prontos-socorros, enfermarias ou UTIs, também têm dificuldades no reconhecimento rápido da doença e de suas disfunções orgânicas. Informação para a população A Sepse é uma doença cujas características e sintomas são muito inespecíficas e cujo reconhecimento e internação precoces fazem toda a diferença no tratamento. É preciso aumentar o esclarecimento da população sobre as características da doença e sobre os sinais de gravidade da Sepse que estão relacionados às disfunções orgânicas. Fazer com que os pacientes acometidos por Sepse procurem mais rapidamente os serviços de saúde, num momento em que as disfunções orgânicas ainda não estejam completamente estabelecidas, pode fazer toda a diferença na sobrevida. Diagnóstico da Sepse Embora não existam sintomas específicos, todas as pessoas que estão passando por um quadro infeccioso e apresentam febre, aceleração do coração, respiração mais rápida e pelo menos um dos sinais de gravidade, como pressão baixa, menor volume de urina, prostração ou confusão mental devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou o médico. Desafios dos profissionais de saúde Aumentar o conhecimento sobre a doença, pois alguns inquéritos prévios mostraram que os médicos brasileiros não conseguem identificar adequadamente as fases da Sepse, nem os critérios de disfunção orgânica. É preciso salientar que o diagnóstico grave geralmente não é feito pelo médico intensivista e sim pelo médico que atende nos serviços de urgência, ou é chamado para avaliar pacientes internados nas enfermarias. Outro aspecto diz respeito ao fato do Brasil ter taxas elevadas de infecções relacionadas à assistência de saúde, como pneumonias associadas à ventilação mecânica e infecções de cateter central. Essas infecções podem responder por até 50% das Sepses em UTIs. As taxas elevadas podem ser combatidas por medidas que devem ser realizadas por todos os profissionais de saúde, como lavagem de mãos, cuidados com higiene de cateteres e circuitos.     

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