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Interdisciplinaridade é tema de aula inaugural

Data de Publicação: 13/03/2013 - 06:32

Por Eric Dayson

Começa o curso de Mestrado Profissional em Tecnologias, Comunicação e Educação
Renata Neiva “O desafios das pesquisas interdisciplinares” - este foi o tema da aula inaugural da primeira turma do Mestrado Profissional em Tecnologias, Comunicação e Educação do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Sociedade da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A mesa-redonda, realizada no dia 12 de março, no Campus Santa Mônica, reuniu os professores João Bosco da Mota Alves, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Walter Teixeira Lima Júnior, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Walter Lima é jornalista, professor e pesquisador. Doutor em Jornalismo Digital pela Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP), é membro do Grupo de Ciências da Cognição do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli), com pesquisas na área de cognição visual da informação. Para o pesquisador, o novo curso da UFU pode ser considerado um marco por possibilitar a integração das áreas. “A interdisciplinaridade está relacionada com a intenção das pessoas; é uma atitude corajosa, paciente e generosa”, declarou. Para ressaltar que a visão interdisciplinar impulsionou o trabalho de grandes nomes, Walter Lima citou Leibniz, Balzac, C.P. Snow e John Brockman. João Bosco da Mota Alves, doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC. O pesquisador destaca como é possível e necessário ter-se uma visão sistêmica - e como essa visão do todo pode ajudar na compreensão do mundo que nos cerca. Para o professor, é necessário considerar um sistema como um iceberg, do qual a parte visível é a que está acima da superfície da água e, em geral, a maior parte - a que está submersa - não é alcançada pelos nossos olhos. “Há que se obter ferramentas adequadas à visualização do sistema (iceberg) todo”, explicou, ao defender a cultura da interdisciplinaridade. João Bosco reforça que somos insignificantes em comparação com o universo, portanto é preciso que um ajude o outro. O pesquisador chamou a atenção para as pedras que o grupo interdisciplinar vai encontrar no meio do caminho: “Há barreiras institucionais; há a mentalidade do professor que acha que a área dele é melhor que a do outro; há a cultura disciplinar que marca a vida do aluno”, exemplificou. Apesar dos desafios, João Bosco ressaltou que o século 21 é a Era da Interdisciplinaridade.   Mestrado profissional “A modalidade mestrado profissional preenche uma lacuna na instituição ao formar profissionais de qualidade, geradores de conhecimento”, afirmou Marcelo Beletti, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFU. O Mestrado Profissional em Tecnologias, Comunicação e Educação é o terceiro da universidade. Mas vem outro por aí. Segundo Beletti, no primeiro semestre, a UFU submeterá propostas de criação de quatro cursos de mestrado acadêmico, um de mestrado profissional e um de doutorado à avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O vice-reitor da UFU, Eduardo Nunes Guimarães, lembrou que os cursos de pós-graduação da instituição surgiram na década de 1980. Em 2000, eram 16 cursos – apenas três de doutorado. Hoje, a universidade oferece 56 cursos. “Temos potencial para ser referencial de pesquisa em níveis nacional e internacional”, disse Eduardo Nunes. Para ele, a pós-graduação é essencial para consolidar a estrutura de pesquisa. Atualmente, a UFU tem cerca de 1800 professores. Deste total, pelo menos 1000 são doutores. 

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