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Reitor faz balanço dos primeiros meses da gestão

Data de Publicação: 15/04/2013 - 12:16

Por Marco Cavalcanti

Elmiro Resende aponta o Hospital de Clínicas como o principal desafio
  Corrigir rumos e intensificar diálogos - estas são as principais ações do reitor da UFU, Elmiro Santos Resende, que tomou posse em dezembro de 2012. Ele fez um balanço dos primeiros meses de gestão e apontou as principais diretrizes traçadas até agora. O reitor também lançou um olhar para o futuro ao ressaltar os avanços previstos para o Campus Glória. Nesta entrevista, Elmiro Santos Resende enumera os desafios que a universidade precisa enfrentar.   Renata Neiva   Quais são os primeiros levantamentos? Os primeiros meses de qualquer gestão são destinados a fazer um diagnóstico. Verificar o que foi apresentado, o que está previsto para os próximos meses e fazer as necessárias correções de rumo de acordo com aquilo que você tem em mente, aquilo que você propõe para a sua equipe de trabalho. Já temos um diagnóstico da maior parte dos problemas. Alguns pontos são considerados prioritários e, em torno deles, verificamos quais são os principais desafios e as adaptações necessárias. E quais são os principais desafios? Não poderia deixar de ser a situação do Hospital de Clínicas (HCU). Nós encontramos uma situação que precisa ser encarada de forma diferente, tendo em conta a crônica falta de recursos, a crônica falta de pessoas que trabalham dentro dessa instituição. Temos de verificar o contrato de metas feito com o poder público municipal, especificamente, com a Secretaria Municipal de Saúde, pois precisamos corrigir alguns rumos. Temos de concluir processos de reforma interna, dar ênfase muito grande ao serviço de manutenção de engenharia do complexo hospitalar. Estas questões têm nos tomado bastante tempo. Com a correção desses problemas apontados, podemos recuperar a possibilidade de produção dentro do hospital e aumentar o faturamento, que é direcionado para a fundação (Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia – Faepu). Ainda há um complicador: os processos de gestão do HCU, neste momento, estão sub judice em algumas situações específicas, como a discussão que se tem em nível nacional da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, criada pela Lei Federal nº. 12.550, de 15 de dezembro de 2011, para administrar unidades hospitalares ligadas a instituições federais de ensino superior). O senhor mencionou durante a campanha que a questão da Ebserh seria amplamente discutida com a comunidade acadêmica. Isso está sendo feito? Tomamos essas medidas. No início de abril, instalamos oficialmente, na sala da reitoria, a comissão especial que tratará de todo o processo de discussão a respeito da empresa no sentido de que seja captado aquilo que realmente a nossa comunidade universitária pensa. E também vamos contar com opiniões fora da comunidade universitária. Essa comissão organizará as audiências públicas e um amplo seminário para que a gente possa colocar claramente para o Conselho Universitário (Consun) qual é a visão que se tem hoje da empresa e, assim, o conselho nos dará a orientação, apontará qual o melhor caminho seguir. Há ainda a construção do prédio no Campus Umuarama, para abrigar várias unidades do HCU. Estamos dando muita ênfase à construção daquele prédio. É a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Brasil Central. São 104 milhões de reais. Redefinimos a sua identidade. É um prédio voltado para urgência e emergência. As demais unidades serão construídas no âmbito do próprio complexo hospitalar. Para isso, vamos fazer um plano diretor Outros desafios da gestão estão relacionados aos campi fora de sede. Temos particularidades em cada um deles. Mas o problema crucial diz respeito ao Campus de Patos de Minas. Há um embargo judicial da obra (a Justiça Federal anulou o ato de escolha do terreno para a implantação do campus; na ação, o Ministério Público Federal relatou que a escolha do terreno não seguiu os parâmetros legais exigíveis). Foi preciso o deslocamento de toda a equipe já por duas vezes para Patos de Minas. E foram feitas viagens pontuais para que se estabeleça um canal de comunicação amplo com o poder público municipal e suas representações. Fiz uma visita ao Ministério da Educação (MEC) para explicar a situação. Nós não abrimos mão da área doada, no entanto, não podemos construir ali. Estamos discutindo com o prefeito a doação de uma nova área. Essa doação deveria vir da própria Prefeitura Municipal para que possamos começar outra vez a construção. Isso resolve o problema a médio e longo prazo. No entanto, nossos cursos estão em pleno desenvolvimento em Patos de Minas. Para isso, renovamos - falta só um detalhe jurídico - o contrato com a Prefeitura. O contrato com Unipam (Centro Universitário de Patos de Minas) foi retomado. Procuramos e, finalmente, chegamos a um consenso quanto a um prédio para construirmos laboratórios de ensino e dar os primeiros passos para instalar os laboratórios de pesquisa. É preciso incentivar a pesquisa. As coisas estão caminhando. E quanto aos outros campi? Em Monte Carmelo, a situação avança rapidamente. Já temos a autorização de licitação de construção do segundo grande prédio. Irei ao MEC pedir a liberação do terceiro prédio. Isso praticamente concluiria as ampliações para que possamos consolidar o Campus de Monte Carmelo ao longo do tempo. Existem solicitações de abertura de cursos e, no devido momento, daremos os andamentos necessários. Ituiutaba já tem uma situação bem consolidada. Existem alguns pontos, como a construção do Restaurante Universitário e da Moradia Estudantil. Estamos trabalhando para executar essas obras o mais depressa possível. Temos a liberação de obras que suprirão as demandas existentes e a construção de um Centro Esportivo. E com relação ao Campus Glória? Nosso futuro está no Campus Glória. Todo o nosso esforço de construção será direcionado para lá. A comunidade não verá o surgimento de outras estruturas nos campi de Uberlândia. Umuarama e Santa Mônica já estão superlotados. Aqui não se pode mais construir. E ainda tem a questão da área invadida... (parte da Fazenda do Glória foi invadida em 2012 por integrantes do Movimento dos Sem Teto do Brasil; a Justiça Federal determinou reintegração de posse). Essa questão tem nos tomado muito tempo. Estamos em entendimento, em contato permanente com a Prefeitura Municipal de Uberlândia. E em Brasília temos uma reunião agendada. Se essa área for repassada para o movimento de ocupação, há algum prejuízo para o projeto do Campus Glória? Essa área é do outro lado da pista, da rodovia que liga Uberlândia a Uberaba. Não tem nada a ver com a nossa estrutura do Campus Glória. Não altera em nada a obra. Até existe, desde 2010, uma autorização do Consun no sentido de que essa área pudesse ser negociada. E quando começa esse avanço do Campus Glória? Já começou. Temos licitadas várias obras. A infraestrutura ainda não está pronta. A previsão otimista é que seja concluída em meados de abril de 2014. Mas ainda existe um problema: trata-se de uma área rural, portanto precisa de licenciamento especial.

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