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Pesquisa

Universidade quadruplica número de pesquisas voluntárias

Novas regras permitem cadastrar Iniciações Científicas Voluntárias em fluxo contínuo

Publicado em 24/05/2018 às 10:11 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56

Um dos principais pilares que sustenta a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é a pesquisa. Uma das primeiras formas de se envolver com essa área é por meio dos programas de Iniciação Científica (IC), que podem ser com bolsa ou voluntários. E para ingressar nesses programas, é preciso participar de um edital de seleção, que geralmente acontece duas vezes ao ano. Mas, para a IC Voluntária, isso mudou na UFU. Desde 2017 é possível que os estudantes e seus orientadores registrem sua pesquisa a qualquer momento, uma ação pioneira da universidade.

Segundo o diretor de pesquisa da UFU, Kleber Del-Claro, essa medida ajuda a desburocratizar a pesquisa na universidade e garante mais oportunidades de envolvimento com a ciência durante a graduação. “Basta que a gente saiba que a pesquisa é realizada de verdade, que ela tem um orientador, podendo ser um professor ou um técnico administrativo com doutorado, que está sendo realizada numa unidade acadêmica e que o diretor da unidade tenha conhecimento da pesquisa. A IC voluntária tem que ser de fluxo contínuo, não precisa esperar um ano para um novo edital”, afirma Del-Claro.

Foto: Milton Santos

A partir dessa nova política, o número de estudantes que desenvolvem pesquisa científica como voluntários na UFU quase quadruplicou em menos de um ano. Del-Claro afirma que, quando assumiu a gestão da Diretoria de Pesquisa (Dirpe), existia pouco menos de 200 estudantes de IC Voluntária; agora são mais de 800 cadastros. “Isso é muito bom porque nós estamos colocando um público muito grande da graduação envolvido com a iniciação científica. A gente espera, até o meio do ano, conseguir incorporar ao sistema de IC da UFU  dez por cento dos nossos graduandos. Eu não conheço nenhuma universidade aqui no Brasil que tenha conseguido colocar no seu sistema de IC essa porcentagem”, afirmou.

 

Doutorandos podem orientar

Outra importante mudança em relação às IC Voluntárias é que os alunos de doutorado da UFU agora podem ser orientadores de pesquisa. “Um doutorando fica na universidade por quatro anos, é um profissional que já se formou, que já fez mestrado e está se tornando doutor em sua área. Essa pessoa é plenamente capacitada para orientar uma IC”, afirma Del-Claro.

Segundo o diretor de pesquisa, não basta o doutorando querer orientar uma pesquisa, é preciso haver consentimento do seu orientador, que precisa concordar e atestar que o aluno tem condições, capacidade e tempo disponível para orientar. Também é necessário que o diretor da unidade acadêmica tenha ciência da pesquisa. “Nós não estamos formando pessoas só para serem cientistas, nós queremos que eles saibam orientar, saibam dar aula, melhorem sua didática”, conclui Del-Claro.

 

Mudanças nos editais

Além desse processo mais inclusivo para IC voluntária, os novos editais publicados pela  Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propp) também possibilitam que as especificidades de cada área do conhecimento sejam levadas em consideração, como explica Del-Claro: “Nos editais de IC que estamos postando agora, as tabelas de pontuação dos currículos e o modo como os projetos têm que ser elaborados e avaliados, a gente deu liberdade para as oito grandes áreas fazerem mudanças. Então você vai ver que a tabela que alguém do jornalismo irá concorrer é diferente do pessoal da geografia, por exemplo. A tabela que a gente usou aqui era engessada para todo mundo e não atendia às especificidades de cada área”.

 

Importância da pesquisa

A participação dos estudantes em projetos de pesquisa pode ser um importante diferencial para o currículo. Este é o caso do Pedro Luz, estudante do curso de Engenharia Química na UFU. Luz teve seu primeiro contato com a pesquisa ainda no ensino médio, quando ingressou no programa de Iniciação Científica Júnior (ICJ). Além de expandir os horizontes acadêmicos e profissionais do estudante, a pesquisa foi norteadora da sua trajetória. “Depois que eu tive contato com aquela realidade de ambiente acadêmico, de ter o orientador sempre me instigando a querer aprender e estudar mais, eu não pensava em outro futuro para mim. Eu queria muito entrar na UFU”, afirmou Luz.

Para o estudante, fazer pesquisa científica foi fundamental em sua trajetória. “Com certeza eu enxergo que tanto a ICJ quanto as ICs que eu fiz na faculdade definiram quem eu sou hoje em dia. Depois da IC que eu fiz na graduação, fiz um estágio na UFU, também faço parte da empresa júnior do meu curso e hoje faço estágio em uma multinacional. Considero a ICJ fundamental, mudou minha vida”, afirma.

 

Palavras-chave: pesquisa iniciação científica Pivic Divulgação Científica

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