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Extensão

UFU realiza oficinas para quem cumpre alternativa penal por crime de trânsito

Projeto de extensão promove educação de trânsito para cerca de 200 pessoas por ano

Publicado em 17/04/2020 às 12:12 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:29

Projeto 'Educação em Saúde, Prevenção da Violência e Comportamento de Risco no Trânsito' completará 6 anos no próximo semestre. (Fotos: Alexandre Costa)

Professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU), juntamente com 11 alunos, sendo dois bolsistas, dos cursos de Medicina e de Gestão em Saúde Ambiental, realizam oficinas sobre educação no trânsito voltadas para o cumprimento de alternativa penal por delito de trânsito. O projeto “Educação em Saúde, Prevenção da Violência e Comportamento de Risco no Trânsito”, na linha de extensão da segurança pública e defesa social, deferido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFU), tem expectativa de atingir anualmente 200 participantes.

Atualmente, a professora Janaína Paula Costa da Silva é a responsável pela coordenação do projeto, realizado na UFU desde o segundo semestre de 2014. Ela afirma que o objetivo da ação é sensibilizar os infratores do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): “O interesse da Medicina pelo tema é que as ocorrências de trânsito, envolvendo vítimas fatais ou não, são hoje consideradas problema grave do ponto de vista social e devem ser compreendidas, também, sob a perspectiva da saúde aplicada à educação no trânsito.”

No Brasil, pelo menos cinco pessoas morrem a cada 60 minutos vítimas de acidente de trânsito, segundo levantamento de dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), no ano de 2019. Os acidentes de trânsito no país já deixaram também mais de 1,6 milhão de feridos nos últimos dez anos, ao custo direto de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS) no mesmo período de tempo.

Nos últimos três meses, na cidade de Uberlândia, dos 64 atendimentos realizados no Ceapa de Processo Especial para Acordo de Pagamento, 42 foram por direção sem habilitação

As atividades são realizadas em parceria com o governo do Estado de Minas Gerais, por meio do Programa Central de Acompanhamento de Alternativas Penais (Ceapa) em Uberlândia, que atua de forma integrada com o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, encaminhando turmas, com cerca de 40 pessoas cada, para participação das oficinas. “A parceria é fundamental para realização deste projeto, tendo em vista que os participantes são os cidadãos encaminhados ao Ceapa pelo Judiciário e que aceitaram as alternativas penais”, conta a coordenadora.

São 16 unidades de cumprimento das penas alternativas em Minas, duas delas com parceria por meio de projeto de extensão. Através de determinação judicial, além do serviço comunitário ou da penalidade financeira, é obrigatório cumprir as oficinas com duração de 8h para ficar com a “ficha limpa”. Na UFU, única instituição pública de ensino a sediar a ação no estado, são realizadas sempre quatro oficinas por turma, de duas horas cada e no período da noite, no Campus Umuarama. 

O projeto envolve a elaboração de dinâmicas validadas pela equipe de analistas do Ceapa e conduzidas por um docente e, pelo menos, dois alunos da UFU. A meta é atingir 80% de aprovados por turma, segundo Silva, que também ressalta a função social da extensão universitária e destaca a preocupação de diminuir as ocorrências, especialmente entre os jovens, que são a maioria dos indiciados.

Temáticas das quatro oficinas realizadas, por turma, na UFU. (Arte: Divulgação)

Para Flávia Daspett, estudante de Medicina e bolsista do projeto, as dinâmicas de ensino e aprendizagem, além de ajudarem os cumpridores, colaboram também para a sua formação prática na área. “Amplia meu universo de referência; não só o meu, como de todos os alunos que trabalham nele. Porque a gente tem contato direto com as pessoas e com as questões contemporâneas, como a violência no trânsito e a inúmera quantidade de acidentes”, relata.

Segundo a coordenadora do projeto, todas as atividades são trabalhadas de modo a integrar os participantes e a equipe que conduz a oficina. “Com educação no trânsito, certamente, menos acidentes e crimes no trânsito acontecerão. Educar é um processo contínuo. Mais do que palestrar e distribuir cartilhas, é preciso promover a reflexão”, frisa.

Além das temáticas pautadas, no início deste ano, foram produzidos quatro vídeos para complementar o projeto. O primeiro deles, sobre o uso dos retrovisores, está disponível para acesso de toda comunidade no YouTube. No momento, as atividades presenciais estão suspensas por conta do coronavírus e terão retorno após o lançamento do novo calendário acadêmico. Para mais informações e eventuais dúvidas, é possível entrar em contato pelo e-mail janaina.silva@ufu.br ou transito.ufu@gmail.com.

 

Palavras-chave: Projeto de Extensão Trânsito Faculdade de Medicina Famed UFU

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