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Paradesporto

Medalhista testa equipamento de personalização de cadeiras de rodas

Inovação é resultado de pesquisas de mestrado e doutorado na UFU

Publicado em 17/08/2020 às 14:02 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:52

O equipamento foi testado pelo velocista Ariosvaldo Fernandes da Silva (Parré), que compete nas provas dos 100m, 200m e 400m (foto: Alexandre Costa)

A pesquisa do doutorado de Thiago Donegá, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é uma aposta para transferência de tecnologia ao mercado: um equipamento para personalização de cadeiras de rodas de corrida, que é uma das principais modalidades do atletismo paralímpico.

Com o equipamento, é possível variar as medidas e verificar quais são os parâmetros ideais para a personalização da cadeira a ser fabricada, com dimensões adequadas para o melhor desempenho do paratleta, tendo em vista as suas características antropométricas.

“A gente joga essas medidas em um aplicativo no computador que faz o projeto automático da cadeira de rodas de corrida personalizada para esse atleta. Com isso, é possível fabricar esse equipamento da mesma forma como ele foi desenhado, próprio para o atleta”, explica Donegá.

No dia 15 de agosto, o equipamento foi testado por Ariosvaldo Fernandes da Silva, o Parré. O velocista, que compete nas provas dos 100m, 200m e 400m, já ganhou 11 medalhas (seis de ouro e cinco de prata) em quatro Jogos Parapan-americanos e uma de bronze no Mundial de 2011.

As pesquisas foram financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o desenvolvimento do equipamento de prescrição se deu no âmbito do Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.br) sediado em Uberlândia e conveniado com a UFU.

A inovação, comenta o professor Cleudmar Araújo, da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFU e diretor-geral do Cintesp.br, é o processo de fabricação implementado em tempo real. Diferentemente da forma atual, na qual as informações são passadas pela internet ou registradas por um técnico que tem que ir até o local, no novo equipamento as medidas são transferidas automaticamente para o projeto da cadeira de rodas.

“A cadeira já é toda parametrizada e se ajusta automaticamente a essas medidas. Portanto, reduz o tempo de fabricação e a proposta é reduzir o custo final dessa cadeira”, revela Araújo.

O alto custo de produção de uma cadeira de rodas de corrida e sua total personalização são apontados pelo diretor-técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, Alberto Martins da Costa, como algumas das dificuldades para a iniciação nesse tipo de competição.

“Se nós conseguimos uma tecnologia que possamos adaptar essa cadeira de acordo com o biotipo do atleta ou do iniciante, nós vamos ter maior possibilidade de acesso das crianças, jovens, adolescentes ao esporte e, consequentemente, ao atletismo em cadeira de rodas”, argumenta Costa.

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