Projeto auxilia pequenos produtores no manejo sanitário, de ambiência e nutricional de galinhas caipiras

Segundo Beatriz Fonseca, docente responsável pelo projeto, o grupo já planeja nova edição para os próximos semestres. (Imagem: Arquivo pessoal)

O projeto de extensão "Auxílio Manejo sanitário, de ambiência e nutricional a pequenas propriedades de galinha caipira na região do Triângulo Mineiro", vinculado à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade federal de Uberlândia (Famev/UFU), finalizou a primeira edição de atividades no mês de julho. Conforme fala da coordenadora do projeto, a professora Beatriz Fonseca, o grupo já planeja nova edição para os próximos semestres.

O projeto tem como objetivo fomentar a conscientização da adoção de medidas visando à biosseguridade e ao bem-estar das aves, prevenindo, assim, a entrada de doenças e levando a um aumento da produção dos animais. Para isso, o projeto de extensão, que conta com um grupo de estudantes de graduação e pós-graduação da Famev/UFU e a professora coordenadora, realiza palestras relacionadas a criação, manejos sanitário, nutricional e de produção de aves caipiras e galiformes ornamentais. Além disso, os alunos também tiram dúvidas dos produtores e montam planos para manejo sanitário, manejo nutricional e manejo da produção. Também são feitos trabalhos de conscientização para evitar a entrada de doenças e diminuir o uso de antibióticos nas aves.

Segundo Fonseca, o trabalho é importante para assegurar a saúde dos animais e dos consumidores dos produtos, assim como a credibilidade dos pequenos produtores. "Não há no mercado muitos veterinários que realizam o atendimento de aves caipiras. Por isso, muitas vezes os pequenos produtores recorrem a informações erradas e infundadas na internet, afetando a produção e ainda colocando em risco a saúde das aves e a de quem consome os produtos feitos à base delas. Além disso, esse tipo de conscientização, além de proteger as aves de pequenas propriedades, ajuda a manter um bom status sanitário da região, que é um grande polo de produção de aves industriais, favorecendo à proteção do plantel avícola local", explica.

O projeto nasceu do interesse, manifestado por alunos da graduação e pós-graduação do curso de Medicina Veterinária, em dar continuidade aos atendimentos que já eram realizados com a vacinação de aves caipiras. Devido à pandemia, as visitas nas propriedades tiveram que ser suspensas e os atendimentos, paralisados. Com a orientação da professora Beatriz Fonseca, o grupo decidiu organizar e planejar palestras para a conscientização dos produtores e tirar dúvidas individualmente para a execução de todo o todo plano sanitário e de manejo nas propriedades atendidas.

Esse contato com os produtores, conforme relata o estudante da Famev Rogério Reis, colaborou bastante para os discentes, em termos de conhecimento prático durante a formação. "O projeto possibilitou uma percepção maior dos problemas reais enfrentados pelos produtores. Com isso, a busca para sanar estes problemas agregou tanto na minha capacidade profissional, ajudando com problemas sanitários, nutricionais e de manejo, quanto na parte pessoal, já que lidamos com produtores de subexistência que, muitas vezes, utilizavam a produção para alimentação própria", comenta.

Resultados

Entre os produtores que já foram assistidos pela iniciativa, está o ex-docente da UFU Paulo Roberto de Almeida, que, graças ao apoio do projeto de extensão, atualmente realiza produção de ovos de galinha caipira para doação a pessoas socialmente vulneráveis. Almeida ressalta a importância da orientação do grupo no cotidiano das atividades: "Destaco as orientações para a vacinação, que, além de melhorar a qualidade do produto final, barateia significativamente os custos, a começar pelas perdas no plantel, mas também pela eliminação de medicamentos, às vezes caros e desnecessários e que, de fato, não resolvem o problema."

Almeida enaltece, ainda, a contribuição da universidade pública para o trabalho dos produtores. "A existência e a realização deste projeto já são provas de que a universidade pública tem muito a oferecer à sociedade. A experiência de trabalhar com ele é, em primeiro lugar, um sentimento de pertencimento ao universo acadêmico, onde os saberes adquiridos são repassados e transmitidos de uma forma muito simples a quem deles precisa. Trocar ideias e receber orientações significa olhar para situações que no dia a dia não conseguimos enxergar", reflete.

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