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Cultura

Diretor de Cultura da UFU assume coordenação dos próximos dois anos do Forcult Sudeste

Professor do curso de Dança, Alexandre Molina foi escolhido durante a primeira eleição do evento, realizada na última semana

Publicado em 02/09/2021 às 08:26 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:25

Professor do curso de Dança e atual titular da Diretoria de Cultura da Universidade Federal de Uberlândia (Dicult/UFU), Alexandre Molina foi aprovado, na última quinta-feira (26), durante a plenária da Assembleia do Fórum de Gestão Cultural das Instituições de Ensino Superior da Região Sudeste (Forcult Sudeste), para ser o coordenador da regional durante o próximo biênio.

Professor Alexandre Molina, escolhido para coordenação do Forcult Sudeste. (Foto: Reprodução/Facebook e site do IV Forcult Regional)

O Forcult é um espaço destinado para a discussão de propostas e diretrizes sobre políticas culturais das instituições de ensino superior. Neste ano, aconteceu a quarta edição do evento na Regional Sudeste, em que servidores, discentes, agentes culturais e pesquisadores apresentaram suas experiências na gestão cultural das universidades. A apresentação dos relatos e os encaminhamentos propostos serão levados para a quinta edição nacional do Fórum, que ocorre nos dias 28, 29 e 30 de setembro.

As eleições aconteceram pela primeira vez, pois apesar do Fórum existir há 4 anos, ainda não havia um documento específico de institucionalização com as normas de funcionamento do Forcult. A elaboração deste texto contou a participação de Molina junto a um grupo de trabalho e obteve aprovação em novembro do ano passado, na assembleia do Fórum, o que fez com que o docente da UFU também assumisse a coordenação do Grupo de Trabalho Especial: Implementação do Regimento e Processo Eleitoral das edições nacionais. A posse dos membros da coordenação do Forcult Regional está agendada para o último dia do Forcult Nacional - 30/09.

Confira, abaixo, a entrevista concedida por Alexandre Molina:

 

Portal Comunica UFU - Quais requisitos são necessários para assumir a posição de coordenador do Forcult?

Alexandre Molina - Para ser coordenador, é preciso fazer parte do Fórum. Acompanho os trabalhos do Forcult desde a primeira edição. Para a Regional Sudeste, eu e mais duas colegas lançamos os nossos nomes: a Roberta Ribeiro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), como vice-coordenadora, e a Niciane Castro, do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), na Secretaria Executiva. Na última quinta-feira, nossos nomes foram apresentados à assembleia geral e aclamados por ela.

 

Quais são as suas perspectivas em relação ao Forcult?

Penso que o Fórum tem se configurado como uma instância especialmente de fortalecimento e de trabalho em rede das pessoas que atuam no campo da cultura nas instituições de ensino superior. Tem sido, também, um espaço de troca de experiências e de estratégias de trabalho. Então, destaco que a principal questão é, justamente, esse fortalecimento do trabalho em rede. A partir disso, observamos, desde que o Fórum foi criado, o crescimento do número de pessoas interessadas em participar e de instituições que estão avançando na institucionalização dos processos de gestão da cultura, com a criação de políticas específicas, planos e a organização de setores especializados para tratarem de questões da cultura. A gente tem percebido um amadurecimento nesse campo nas instituições.

 

Então, visualiza o Forcult se fortalecendo nos próximos anos?

Certamente. Nós temos um desafio: há instituições na Região Sudeste que ainda não participam do Fórum. Então, nós temos esse desafio, nos próximo dois anos, de tentar agregar o máximo possível de instituições e dar continuidade às propostas que foram levantadas. Temos a perspectiva de avançar para a construção de um corredor cultural entre as instituições públicas de ensino no Brasil. A primeira experiência neste sentido aconteceu aqui na Região Sudeste, alguns anos atrás, e tem servido como uma inspiração e um modelo possível para ser implementado nacionalmente. Seria um intercâmbio de ações culturais produzidas pelas instituições entre elas; como se a universidade daqui de Uberlândia pudesse propor uma ação cultural que vai acontecer em outra instituição e, ao mesmo tempo, a gente recebe uma proposta de outra para acolher aqui na nossa. Esta é uma proposta que tem muita força dentro do Fórum e que a gente vai caminhar no sentido de implementar. Ela depende, claro, de orçamento; então, a gente vai precisar fazer um trabalho junto aos governos federal, estaduais e municipais para tentar captar recursos, além dos recursos próprios das instituições. A partir da experiência do Sudeste, avançamos agora para a instância nacional.

 

Já existe algum projeto em mente que aproxime a UFU desse corredor cultural?

A UFU já fez parte da primeira edição do corredor cultural, que, naquela ocasião, ocorreu apenas na Região Sudeste. E a universidade vai participar desse avanço agora para um possível corredor nacional. A partir do momento em que todas as regiões estabelecem a sua coordenação, essa pessoa que assume tem o assento na coordenação nacional. Então, agora, no dia 30 de setembro, durante Forcult Nacional, assim que for eleita a diretoria, a Região Sudeste terá sua representação garantida.

 

Sabendo que o Plano de Cultura da UFU vai ser discutido nos próximos dias, o sr. acha que vai ser necessário realizar uma segunda conferência depois do Fórum?

A Conferência já vem sendo construída a partir dessa interlocução com o Forcult. Acreditamos que uma segunda Conferência vai ser necessária para acompanhar o processo de implementação do plano. Então, estimamos que é possível que, a cada dois ou três anos, realizemos uma nova conferência para poder verificar esse processo de andamento. Até porque esse acompanhamento também será feito de maneira mais direta pelos integrantes do Fórum de Cultura da UFU.

 

Agora, sobre o Forcult Nacional e a coordenação do GT Especial, foram escolhas suas ou o sr. foi designado para os cargos?

Quando nós iniciamos o trabalho de organização do Fórum para este ano, o meu nome foi indicado como possibilidade de coordenar esse GT, visto que eu acompanhei do início ao fim essa elaboração [do regimento interno]. Essa tarefa orientou o processo eleitoral do Forcult como um todo, mas eu estou responsável, de fato, pela coordenação desse processo nacionalmente. Então, agora em setembro, nós vamos ter as possíveis chapas candidatas à coordenação e diretoria do Fórum.

 

Há alguma novidade, em relação aos anos anteriores e essa edição em que o sr. vai participar nesse GT?

Como seria a primeira vez que esse regimento seria implementado, a organização do Fórum Nacional optou por criar esse GT Especial para orientar as regiões e os integrantes do evento nacionalmente, em relação ao processo eleitoral. Então, após as eleições de setembro, esse GT se dissolve e o Forcult entra em uma nova etapa.

 

E como acha que essa experiência vai contribuir para sua carreira, tanto como professor quanto como diretor de Cultura da UFU?

Participando desse Fórum e estando à frente dessa coordenação é uma possibilidade de ter a UFU alinhada com outras instituições, trabalhando em rede e trocando expertises em relação aos processos de gestão da cultura. Isso, certamente, favorece o nosso trabalho, tanto na oportunidade de observar experiências em outras instituições que a gente possa implementar aqui, como também compartilhando as experiências do nosso processo de gestão com outros gestores. Vale destacar que a UFU é uma das universidades pioneiras na criação de políticas específicas para a área da cultura. A nossa primeira política foi criada em 2010, atualizada em 2019 e, agora, avançamos para a criação do Plano de Cultura. Muitas instituições brasileiras ainda não têm nem o plano nem a política e muitas delas têm nos procurado, solicitando os nossos documentos como modelos para que também possam fazer as suas implementações.

 

Nesse processo de realização dos eventos, quais dificuldades a universidade tem enfrentado para lidar com o Forcult e a implementação do Plano de Cultura, em meio às atividades remotas?

Surpreendentemente, o remoto nos trouxe uma possibilidade de agregar mais pessoas, porque uma das questões que dificulta a participação de agentes culturais das universidades em encontros como esse é a falta de recursos ou a escassez para custeio de deslocamento. Então, essa edição virtual do ano passado no Brasil todo e nas regiões e a experiência do Forcult Sudeste deste ano demonstraram a possibilidade de uma ampla participação. Inclusive, estamos avaliando para quando for possível retornarmos o presencial que possamos implementar uma ação híbrida, para que as pessoas que não conseguirem recursos para se deslocar possam participar de alguma forma, nem que seja de uma parte da programação e acompanharem esse processo. Agora, a maior dificuldade no que se refere ao desenvolvimento de ações de cultura nas instituições de ensino superior é, de fato, recurso. Percebemos que todas elas relatam isso. As instituições federais observam uma redução significativa de orçamento e isso impacta diretamente as áreas de cultura. Por outro lado, a gente observa que o quadro de servidores e servidoras no campo da gestão e da produção cultural é bastante reduzido nas IES e o Fórum está assumindo isso como um desafio. Para os próximos anos, o Forcult deseja estabelecer processos formativos às equipes, para que possam aprender novas habilidades e conhecimentos relacionados à gestão e à produção cultural.

Então, dentro desse conjunto de desafios, a gente tem o horizonte de buscar fortalecer as instâncias de gestão da cultura da nossa universidade. Com isso, tentar ampliar as possibilidades de recursos e, em uma outra direção, tentar qualificar o quadro de pessoas que atuam nessas áreas, para que possamos ter, também, um desenvolvimento de ações cada vez mais alinhadas às perspectivas do campo da cultura e oferecendo um melhor trabalho à sociedade, por meio das instituições.

 

Qual a sua expectativa para os próximos dias de evento?

Estamos acompanhando o processo de inscrição para o encontro nacional. Há uma grande expectativa. A partir das regionais, sugestões, encaminhamentos e pautas já foram elencadas para serem debatidas nacionalmente e esperamos que, nesse encontro de setembro, a gente consiga ter um panorama atualizado, tanto do processo de desenvolvimento da institucionalização da cultura nas universidades como dos desafios que nós teremos nos próximos anos. Então, a expectativa é muito positiva. Temos percebido que o número de pessoas interessadas em participar do Fórum tem crescido a cada edição e a gente espera que neste ano não seja diferente.

 

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Palavras-chave: Forcult regional sudeste eleição UFU cultura

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