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Financiamento

Ciência por Elas: Fapemig lança financiamento exclusivo para pesquisadoras

Cientistas da UFU comentam importância da chamada, que recebe inscrições até 5 de junho

Publicado em 20/04/2023 às 14:49 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Thaise Gonçalves de Araújo, pesquisadora do Campus Patos de Minas, fala sobre a importância do recurso voltado para as mulheres. (Foto: Arquivo pessoal)

Com o objetivo de estimular a diversidade e a equidade de gênero, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lança uma chamada de fomento à pesquisa direcionada exclusivamente a mulheres pesquisadoras. É a Chamada 06/2023 - Ciência por Elas: Fomento à participação feminina na ciência, inovação e colaboração internacional. Serão destinados R$15 milhões à iniciativa, que receberá propostas de financiamento até o dia 5 de junho de 2023.

“A chamada foi idealizada com a expectativa de ampliar a participação feminina na ciência. São três faixas de financiamento, uma delas para projetos com cooperação internacional.  Esperamos conseguir a participação de várias pesquisadoras, para contribuir para uma ciência mais feminina”, comenta Marina Brandão Dutra, gerente de Inovação da Fapemig.

Foram estabelecidas três faixas de financiamento. A primeira é destinada a projetos em que a coordenação é exercida por doutora vinculada à Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação de Minas Gerais (ICTMG) proponente. Para essa faixa, o valor máximo permitido por proposta é de R$100 mil.

A segunda faixa é para equipes de pesquisa que possuam ao menos três doutoras, uma na função de coordenação e duas na função de subcoordenação. O valor máximo por proposta é de R$330 mil. A terceira faixa é destinada a propostas com colaboração transnacional, devendo a coordenação ser exercida por doutora. O valor máximo por proposta será de R$500 mil.

Serão priorizadas propostas relacionadas aos setores estratégicos Agricultura do semiárido mineiro; Cadeia Produtiva do Leite; Cadeia de Biocombustíveis com foco em Bioquerosene; Hidrogênio (H2) como Fonte de Energia; Energias Renováveis; Cadeia Produtiva do Lítio, do Nióbio e de Terras Raras; Imunobiológicos e Biofármacos; Inteligência Artificial e IoT; e Comunicação 5G.

 

Pesquisadoras da UFU comentam importância do financiamento

A professora Thaise Gonçalves de Araújo, vinculada ao Instituto de Biotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Campus Patos de Minas, conta um pouco da sua trajetória e explica por que financiamentos como esse são importantes. Ela coordena o Laboratório de Genética e Biotecnologia e pesquisa oncologia molecular, ferramentas biotecnológicas para fins teranósticos e prospecção de fármacos para o tratamento oncológico. Recebeu o Prêmio Octávio Frias de Oliveira em 2015 e é bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq. Além disso, orienta alunos nos diferentes níveis de formação e se dedica à popularização da ciência. 

“Ao longo de 10 anos como servidora, tenho batalhado incansavelmente pelo meu espaço como pesquisadora, frente aos inúmeros desafios. A caminhada de uma jovem pesquisadora em campus fora de sede não é fácil. O papel múltiplo da mulher na sociedade agrava essa realidade, diante da necessidade de gestão do tempo entre docência, pesquisa, família, saúde e lazer.” 

Os primeiros anos da carreira de Araújo foram em um campus em construção e com restrições na infraestrutura. Para fazer ciência, ela explica que o financiamento é essencial, mas a concorrência é extremamente acirrada, sobretudo diante de grupos bem estabelecidos e renomados, muitas vezes liderados por pesquisadores homens.

“Iniciativas como o ‘Ciência por elas’, da Fapemig, é um ‘olhar’ para essa realidade, permitindo o desenvolvimento e o avanço de pesquisas lideradas por mulheres, desconstruindo barreiras e diminuindo abismos. De caráter inovador, esse edital fomentará projetos ainda não executados e, certamente, a Fapemig vislumbra uma ampliação de ideias e projetos para além daqueles amplamente fomentados”, afirma Araújo.

Outra pesquisadora da UFU, a professora Luciana Saraiva da Silva, da Faculdade de Medicina, desenvolve uma plataforma para aprimoramento do diagnóstico precoce e monitoramento de doença renal crônica, utilizando inteligência artificial e tecnologias ômicas. As estratégias ômicas são fundamentais para identificar novos biomarcadores da doença que permitam diagnosticar precocemente, monitorar a progressão e, eventualmente, melhorar a resposta terapêutica. A pesquisa recebe financiamento por meio do Edital Nº 001/2021 - Demanda Universal da Fapemig.

Silva explica que o financiamento é necessário para aquisição dos materiais de consumo para coleta, processamento e análise dos dados, aquisição de materiais permanentes para laboratório, manutenção dos equipamentos, publicação e divulgação científica. A pesquisadora cita a importância do recurso, especialmente, para bolsas de desenvolvimento em ciência, tecnologia e inovação para que estudantes de graduação e pós-graduação possam desenvolver e executar as atividades do projeto, o que contribui para a formação de recursos humanos qualificados. 

“O novo projeto ‘Ciência por elas’ é fundamental para promover a participação de mais mulheres na ciência, estimulando a visibilidade e o protagonismo das mulheres nessa área. Historicamente, sabemos que a desigualdade de gênero está presente em diversos cenários, inclusive no campo científico, sendo que, em geral, as mulheres ainda representam um menor percentual de pesquisadores. Por isso, é muito importante que a igualdade de gênero seja uma prioridade das agências de fomento”, finaliza.

 

Acesse a Chamada 06/2023 - Ciência por Elas: Fomento à participação feminina na ciência, inovação e colaboração internacional

 

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Palavras-chave: Financiamento Fapemig

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