A bola rasteira da FIFA

Intitulado “FIFA – Uma bola rasteira”, o longa-metragem, produzido pelo docente do Instituto de Geografia da UFU (IG) Falcão Vasconcellos em parceria com Sueli Matos, assistente social do Hospital de Clínicas (HC) da universidade, visa debater as problemáticas do manual lançado pela instituição em tempos de Copa do Mundo no Brasil, o “FIFA 11 Pela Saúde”.

O documento foi distribuído nas doze cidades-sede do megaevento, especialmente em 132 escolas públicas, e contou com parceria dos ministérios da saúde, educação e esporte. Dos 11 pontos priorizados pela FIFA em seu manual, que faz alusão a um time de futebol, quatro são problematizados no vídeo: “proteja-se contra o vírus da imunodeficiência (HIV) e de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s)”, “controle o seu peso”, “beba água tratada” e “siga uma dieta balanceada”.

Enquanto deixa claro que o seu objetivo central é fornecer o ensino de educação e saúde, o material da FIFA deixa implícito que a vida saudável é um direito. Todavia, bem sabemos que em muitas cidades que sediaram a Copa não são todos os que têm qualidade de vida, acesso a informações sobre saúde e saneamento básico. Por essa razão, o manual parece desconectado da realidade e das condições nas quais vivem muitos brasileiros.

Esta é a tônica crítica da obra: a publicação centra-se na mudança de comportamento individual, apesar de, no Brasil, trabalharmos com um conceito de saúde mais amplo que aquele com base comportamental e individual, por vezes culpabilizadora e moralizadora. Para assistir ao filme, clique aqui.