Campanha tenta diminuir atropelamentos de animais

Na BR-050 entre Uberaba e Uberlândia pesquisa registrou, em 2012, o atropelamento de 690 animais - Foto: Aline Veloso (Inbio/UFU)

O cuidado com animais que atravessam as rodovias é o foco de uma campanha que será realizada no próximo sábado (15/11) pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no trecho da BR-050 entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, os municípios mais populosos do Triângulo Mineiro.

Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da concessionária de rodovias Minas Gerais Goiás (MGO) cerca de 50 alunos – a maioria da graduação em Biologia – vão utilizar panfletos, cartilha, adesivos e placas para chamar a atenção dos motoristas para as estatísticas sobre os atropelamentos de animais e orientá-los sobre a melhor forma de proteger a fauna. A ação acontecerá das 9h às 17h em oito postos de abastecimento da rodovia e em blitze da PRF.

Conforme levantamentos realizados por Ana Elizabeth Iannini Custódio – docente do Instituto de Biologia e coordenadora da campanha –, foram atropelados só no trecho da rodovia entre Uberaba e Uberlândia, em 2012, 690 animais. A lista dos mais vitimados inclui tatu, cachorro-do-mato, jaratataca, tamanduá-bandeira, cascavel, capivara, mão-pelada, tamanduá-mirim, lobo-guará, carcará, coruja e seriema. Mas esses tipos de acidentes, algumas vezes, também tiram a vida de ocupantes do veículo.

Segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), sediado na Universidade Federal de Lavras (Ufla), são atropelados anualmente nas estradas do país, 450 milhões de animais. Esse dado faz dessas ocorrências o maior motivo de perda da biodiversidade da fauna silvestre, superando em número a caça e o tráfico de animais.

Na cartilha que será distribuída aos usuários da BR-050 os especialistas recomendam que, ao visualizar um animal cruzando a rodovia, o motorista deve abaixar a luz alta, reduzir a velocidade e ter cuidado para que ele não se assuste e corra em direção ao veículo. O condutor deve, ainda, sinalizar para os demais veículos, já que os bichos têm atitudes inesperadas.

Os alunos da UFU também vão divulgar na campanha o Sistema Urubu, um aplicativo para dispositivos móveis, gratuito, criado pelo CBEE para tentar identificar lugares onde se concentram os atropelamentos. Com o sistema instalado, a pessoa que encontrar um animal atropelado faz uma fotografia que é enviada, com as coordenadas do local, para os pesquisadores fazerem a análise dos pontos vulneráveis.

O objetivo do monitoramento é mapear os animais atropelados, para ver se há pontos de concentração e para propor soluções para diminuir a incidência dos acidentes. A campanha que será realizada no dia 15/11 é uma delas. Outros recursos apontados pelos especialistas são: a construção de passagens para animais, a instalação de telas nas margens das estradas, redutores de velocidade, corredores de vegetação e placas indicativas de fauna.