Em assembleia extraordinária Consun vota a favor da suspensão da reintegração de posse

Aconteceu, na última sexta-feira (14), a reunião do Conselho Universitário (Consun) da UFU em que a Comissão de Acompanhamento da Ocupação do Campus Glória, indicada pelo Consun e instituída pela Portaria R 642, de 30 de junho de 2014, apresentou o parecer favorável à permanência dos assentados na área. Colocada em votação, a proposta obteve unanimidade dos conselheiros que concordaram com o documento.

Segundo o professor Cláudio di Mauro, integrante da comissão responsável pelo parecer apresentado, em reuniões feitas com a Polícia Militar, o Ministério Público Federal, juristas, a comunidade e com os mais diversos setores pôde-se perceber os riscos da reintegração de posse e a possibilidade de violência neste processo. Essa coleta de informações permitiu à comissão compreender que é possível pedir a suspensão do processo de reintegração de posse para que haja uma negociação e se faça um acordo entre as diversas partes.

Segundo o vice-reitor, Eduardo Nunes Guimarães, esta é uma ação de grande complexidade, pois envolve um expressivo número vidas humanas. “É um problema polêmico em um país em que a propriedade é um bem fundamental. Entretanto a universidade não consegue, sozinha, resolver o problema. Estamos assim, buscando soluções para encontrar um caminho que resolva parte da questão da invasão e que também permita à universidade continuar construindo seus projetos de ensino, pesquisa e extensão” acrescenta o vice-reitor. Guimarães afirma que após aprovada a proposta de suspensão da ação de execução do processo de reintegração de posse o próximo passo é conceber o projeto de tornar a área um grande laboratório para a comunidade universitária que somente é viável com o apoio da prefeitura, do Estado e do Governo Federal.

Minéia Nunes, representante dos assentados alegou estar aliviada após a reunião. “A gente ficou muito feliz com a unanimidade na votação e agora é vida que segue. Estamos mais tranquilos por termos a segurança de que as nossas crianças poderão terminar o ano letivo. A nossa alegria é tremenda, só de não existir mais o fantasma do despejo, do temido dia 4 de dezembro estamos felizes e tranquilos”, finalizou Nunes.