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Premiação

Professor da UFU estuda forma de detectar bactéria causadora da meningite

Pesquisa recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo a Ciência e Tecnologia para o SUS

Publicado em 30/11/2015 às 14:06 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:12

Luciano Pereira Rodrigues, professor do Instituto de Química (IQ) da UFU, propôs em sua tese de doutorado o desenvolvimento de um bioeletrodo para detecção de Neisseria meningitidis, principal agente causador da meningite bacteriana no mundo. Sua tese ficou entre as seis finalistas do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, no ano de 2015. Como reconhecimento, Rodrigues recebeu uma menção honrosa na cerimônia de premiação, que aconteceu no dia 12 de novembro, em Brasília.

Com o tema "Desenvolvimento e caracterização de filmes de poli(ácido hidroxifenilacético) para aplicação na biodetecção de Neisseria meningitidis e Anaplasma marginale", a tese de Rodrigues teve a orientação do professor João Marcos Maduro (IQ/UFU) e coorientação da professora Ana Graci Brito-Maduro do Instituto de Genética e Bioquímica (Ingeb/UFU). A pesquisa contou ainda com a colaboração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Belo Horizonte, por meio do Centro de Pesquisas René Rachou, e do Laboratório de Eletroquímica e Nanotecnologia, da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Rodrigues explica que a meningite bacteriana ocasiona riscos de sequelas e fatalidades proporcionais ao tempo que leva para diagnosticar a doença e instituir o tratamento. Atualmente, o diagnóstico é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é um desafio para os médicos de emergência. Nesse sentido, os bioeletrodos propostos pela tese podem ser construídos para discriminar qualitativamente a meningite bacteriana e também a viral. "Nossa investigação parece ser pioneira no Brasil e apresenta algumas vantagens em relação às propostas desenvolvidas em outras partes do mundo, principalmente em relação ao menor custo, maior simplicidade e praticidade", afirma.

Em relação à meningite bacteriana, é possível que seja identificado o estágio agudo ou crônico da doença. Mas, em ambos os casos, viral ou bacteriano, o uso do bioeletrodo pode agilizar o processo de detecção da doença. "Podem se tornar, no futuro, ferramentas poderosas de diagnóstico para auxiliarem os médicos no diagnóstico dessa patologia, reduzindo o custo desnecessário com antibióticos e evitando óbitos", explica Luciano.

Relevância

O Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS acontece desde 2012 e tem o objetivo de valorizar as pesquisas desenvolvidas na área da saúde, bem como os pesquisadores, para o desenvolvimento de políticas públicas no SUS. Os candidatos podem concorrer nas seguintes categorias: tese de doutorado, dissertação de mestrado, trabalho científico publicado e monografia de especialização ou residência. Os quatro vencedores, um de cada categoria, dividem R$ 140 mil como prêmio.

A premiação é organizada pelo Ministério da Saúde (MS), por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). Em 2015, o Prêmio teve 537 trabalhos inscritos, sendo 108 teses de doutorado, 179 dissertações, 178 artigos publicados e 52 monografias.

O professor Rodrigues acredita que receber a menção honrosa foi relevante para sua carreira, por ser um prêmio de destaque no âmbito nacional e por ser organizado pelo Ministério da Saúde. "Sem dúvidas, essa premiação vem nos incentivar a ir mais adiante, já que o Brasil momentaneamente carece de boas notícias!", comenta Rodrigues em relação à relevância da pesquisa para as políticas públicas na área da saúde.

A tese foi defendida em 2014 pelo Programa de Pós-Graduação em Química da UFU.

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