Frente Negra premia profissionais da Rádio Universitária

Belan e Moreno exibem troféus: "mérito é de toda equipe da emissora" (foto: Milton Santos)

Idealizado pela Frente Negra Uberlandense para reconhecer o trabalho de instituições e pessoas em prol das bandeiras defendidas pelo movimento negro em Uberlândia e região, o Prêmio Xavantinho e Pena Branca de Música e Artístico foi realizado em 2015 pelo décimo quarto ano consecutivo. Conforme já é tradição, a cerimônia de entrega dos troféus aos homenageados foi realizada no último dia 20 de novembro, como parte das celebrações locais do Dia Nacional da Consciência Negra. O evento ocorreu no Terreirão do Samba, no Bairro Patrimônio.

A lista de premiados de 2015 incluiu os nomes de dois profissionais da equipe da Rádio Universitária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU): Sérgio Moreno (vencedor da categoria “Programador Musical e Locutor”) e Gustavo Belan (que faturou o troféu de “Músico Instrumentista e Produtor”).

Na opinião dos radialistas, esta homenagem é um reconhecimento ao trabalho de toda equipe da FM 107,5 na valorização da música caipira de raiz como uma das legítimas representantes da MPB. “Fiquei muito feliz pela indicação do meu nome, mas não posso deixar de citar colegas como o José Luiz Caetano, que produz o ‘Raiz Brasil’, um programa que vai ao ar todas as madrugadas, das 5 às 6 horas. É papel da nossa rádio difundir os artistas locais e o legado deixado por Pena Branca & Xavantinho é imensurável", declara Moreno.

Responsável pela produção dos programas “Pegada Brasileira” e “Atemporal”, Belan conta que a dupla foi tema de uma edição especial neste último, veiculada no dia 22 de fevereiro de 2015: “São dois grandes expoentes desta vertente musical. Eles viveram aqui a vida inteira e levaram o nome de Uberlândia para o Brasil inteiro e até mesmo para o exterior. São presença obrigatória na nossa programação.”

Movimento

Um dos idealizadores do Prêmio Xavantinho e Pena Branca de Música e Artístico, Heli Fidelis explica que a Frente Negra Uberlandense encampa uma série de ações nos âmbitos socioeconômico, político e cultural. Ainda segundo ele, esta premiação é uma tentativa de resgate da importância histórica do negro ao longo da história da música brasileira.

“Durante muito tempo a nossa comunidade foi muito explorada também no aspecto da vida cultural. Os músicos negros garantiam a diversão da noite e não tinham nenhum reconhecimento. O próprio grupo Só Pra Contrariar nasceu numa ‘black chique’ e teve que passar muita coisa até ganhar projeção. Então criamos este prêmio para valorizar tantos talentos que temos e também para reconhecer os incentivadores do nosso movimento, como o pessoal da Universitária FM”, sublinha Fidelis.