Publicado em 08/03/2016 às 07:47 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:14
UFU tem quase 12 mil alunas na graduação (Foto: Milton Santos)
Mais de 15 mil mulheres compõem a UFU hoje – contando apenas aquelas que têm vínculo institucional direto, as servidoras e as alunas. Os homens são pouco mais de 13 mil. É uma proporção recente na história das universidades. Em 1907, dos 346 estudantes que concluíram o Ensino Superior no Brasil, apenas cinco eram mulheres, segundo as Estatísticas do século XX do IBGE.
A maioria feminina na UFU, porém, não ocorre em todos os públicos. Entre os servidores, são 2.267 técnicas e 1.647 técnicos, mas 1.003 professoras e 1.241 professores, de acordo com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep). Há 30 anos, quando a instituição era bem menor, a proporção masculina era maior tanto entre os técnicos quanto e entre os professores.
“Os dados mostram que as mulheres têm ocupado esse espaço no mercado, de estar para além da ocupação do lar, e a instituição é um retrato disso”, afirma a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Marlene Marins de Camargos Borges. “O número de professores, embora não seja superior, historicamente tem um crescimento”, pondera.
Apesar de as professoras e técnicas somarem 3.270 servidoras na UFU, os cargos de gestão ainda são ocupados predominantemente por homens, como ocorre na maioria das outras instituições. Hoje, à frente da Reitoria, temos três pró-reitoras – Marisa Lomônaco de Paula Naves (Graduação), Marlene Borges (Gestão de Pessoas) e Dalva Maria de Oliveira Silva (Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis) – trabalhando junto ao reitor, vice-reitor, chefe de gabinete, prefeito universitário e outros dois pró-reitores. Em 37 anos de federalização, jamais tivemos uma reitora.
“Estar à frente sempre é um desafio para qualquer pessoa. Mas o mercado ainda é preconceituoso, então, para nós mulheres, a cobrança é maior, e lidar com pessoas é dar o retorno que as pessoas querem”, relata Marlene.
Galeria de fotos de ex-reitores da UFU tem apenas homens (Foto: Marco Cavalcanti)
Alunas
O estudo Perfil do Graduando UFU – 2014, que mapeou as características dos estudantes de graduação, revelou que há mais alunas na universidade: naquele ano, 11.881 mulheres e 10.226 homens estavam matriculados em cursos de graduação da UFU.
A coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes na UFU, Rafaella Garcia, considera o aumento do número de mulheres na graduação um avanço significativo, mas que precisa refletir em outros aspectos, como a igualdade do índice empregatício e o salário entre os gêneros com o mesmo grau de instrução. “O número absoluto por si só também não é representativo. Seria ideal que traçássemos o perfil separado por curso, já que ainda temos uma sociedade que distingue ‘profissão de homem’ e ‘profissão de mulher’”, problematiza a estudante.
Rafaella lembra ainda que é importante questionar o comportamento da universidade diante dessa maior presença feminina, considerando os recentes casos de violência contra mulheres nos campi, ou não haverá muito que comemorar. “Vimos diversos casos de assédios dentro de outras universidades brasileiras. A UFU estaria pronta para lidar com este assunto? A universidade precisa refletir sobre seu comportamento e apoio nestes debates”, argumenta.
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