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Jogos Olímpicos

Docente da UFU conta sua experiência como voluntária na Rio 2016

Em entrevista, Lina Nakata revela bastidores do trabalho no Centro Olímpico de Tênis

Publicado em 24/08/2016 às 12:12 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:13

Foto: Arquivo pessoal

Lotada desde 2013 como professora da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia (Fagen/UFU), Lina Eiko Nakata acaba de retornar de uma das experiências mais marcantes de sua vida. Durante três semanas, ela integrou o exército de voluntários que foi fundamental para o sucesso da 31ª edição dos jogos olímpicos da era moderna. A temporada no Rio de Janeiro ficará guardada para sempre na memória e no coração de Lina, conforme ela detalhou ao Portal Comunica nesta entrevista.

Portal Comunica - Você já havia trabalhado como voluntária em algum outro evento antes da Rio 2016?

Lina Eiko Nakata - Sim, fui voluntária em outros eventos esportivos. Já trabalhei algumas vezes no Campeonato Paulista de Triatlo e uma vez no BB&T Atlanta Open, um torneio da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), na época em que morei nos Estados Unidos.

Como surgiu a ideia de tentar ser voluntária nas Olimpíadas e de que forma se deu o processo até a sua confirmação na equipe?

Sempre gostei de esportes e acompanhei os jogos olímpicos. Como voluntária nas Olimpíadas, teria a chance de acompanhar tudo de perto. Então, tenho tentado ser voluntária de eventos esportivos desde o Pan de 2007, que também foi no Rio de Janeiro. Naquela oportunidade, eu havia conseguido passar nas etapas do processo seletivo, mas não pude realizar os treinamentos presenciais porque estavam conflitando com meus compromissos pessoais e profissionais. Depois, fui candidata à voluntária para Vancouver 2010, Londres 2012 e para a Copa Fifa 2014; todas as vezes sem sucesso. Para a Rio 2016, me inscrevi logo que o processo de seleção se iniciou, há aproximadamente três anos. Fiz as provas on-line, a dinâmica on-line e os testes de idiomas. Sendo aprovada, realizei uma entrevista presencial em São Paulo. Depois, fiz os treinamentos on-line, com cerca de 12 horas totais; e finalmente recebi a carta-convite. O processo é longo e demorado. Em maio deste ano, recebi a escala de trabalho – datas e horários – e aceitei. Pronto! Estava pronta para começar, aceita como assistente de serviços para atletas, no Centro Olímpico de Tênis.

Fale um pouquinho sobre como foi a sua rotina durante os jogos...

Trabalhei durante três semanas, com alguns dias de folga que foram determinados na escala de trabalho. Eram oito horas de trabalho, com uma hora de intervalo para o almoço. Nos primeiros dias, antes dos jogos, fazíamos horário comercial (das 9h às 18h), e durante os jogos, meu horário era das 15h à meia-noite, com sessão noturna, e das 14h às 23h nos outros dias. Porém, se chovesse ou ventasse muito, os jogos atrasavam, e era necessário ficar à disposição até o fim das partidas. Isso aconteceu, mas quase ninguém saía antes por ter dado o horário. O mais legal foi conviver de muito perto com os atletas, que são também meus ídolos. Basicamente, minhas funções eram: receber atletas na área designada para chegada; manter-me visível para lidar com qualquer problema e responder perguntas; garantir que as áreas dos atletas estivesseam limpas, arrumadas e preparadas para o início das sessões; vigiar a segurança dos pertences deles; lidar com pertences perdidos; gerenciar chaves e armários; disponibilizar toalhas limpas e recolher as utilizadas; garantir que o lounge dos atletas, entre outras áreas, estivessem abastecidas com comidas e bebidas; reportar qualquer quebra ou problemas técnicos. Observar estes jogadores na rotina das competições foi incrível: vê-los aquecendo, preparando-se para as partidas, treinando e conversando com a equipe técnica foram situações de aprendizado e experiência única. As atividades da minha área eram relativamente simples, mas exigiam lidar com atletas e técnicos, assim como ter bom senso para resolver os problemas.

E o que não foi legal?

De fato, a estrutura física não estava nas melhores condições . A Vila Olímpica foi mais exposta, mas o interior das instalações também estava parecido e havia muita sujeira. Porém, tudo foi melhorando até o início dos jogos, nas duas semanas que antecederam a abertura. Além disso, havia voluntários que não estavam comprometidos com a causa, ou seja, a função proposta. Eles queriam mais era aproveitar os jogos e os privilégios de acesso que nós tínhamos.

A experiência valeu a pena?

Sim, totalmente. Com certeza, quero repetir a dose em Tokyo, nas Olimpíadas de 2020!

Quais serão as suas principais lembranças destes jogos?

O contato e a proximidade com os atletas, o esforço das equipes técnicas, a alegria da torcida, o trabalho dos coordenadores e gerentes do Comitê Rio 2016 e a vivência do esporte olímpico!

Palavras-chave: Rio 2016 voluntariado docente Fagen

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