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Meio Ambiente

Incêndio atinge Reserva do Panga

Área é utilizada para pesquisa e ensino dos cursos de pós-graduação e graduação, como Geografia, Agronomia e Ciências Biológicas da UFU

Publicado em 17/09/2021 às 17:28 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:25

A Reserva Ecológica do Panga possui 403,85 ha de vegetação nativa de Cerrado (foto: Milton Santos)

Um incêndio atingiu, nesta semana, a Reserva do Panga, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Além da reserva, o fogo queimou também áreas de pasto e plantações de várias fazendas e granjas próximas. Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram destruídos cerca de 200 hectares de vegetação.

Para combater as chamas, os bombeiros tiveram o apoio de fazendeiros locais. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, foram utilizados aproximadamente 20 tratores e 30 caminhões pipa com a participação de 100 pessoas, entre funcionários, proprietários e brigadistas. Da UFU, participaram funcionários da Divisão de Vigilância, do Setor de Jardinagem e da fazenda experimental Água Limpa.

A Reserva Ecológica do Panga possui 403,85 ha de vegetação nativa do Cerrado e é uma das poucas unidades de conservação do Triângulo Mineiro. Localizada a cerca de 30 km ao sul do centro da cidade de Uberlândia, às margens da rodovia MG-455 (que liga Uberlândia a Campo Florido) e do Ribeirão do Panga, esta unidade de conservação é utilizada para pesquisa e ensino de cursos de pós-graduação e graduação, como Geografia, Agronomia e, principalmente, Ciências Biológicas da UFU.

Para prevenir incêndios florestais na reserva do Panga, a UFU emprega a técnica de aceiro florestal, que consiste na retirada de uma faixa da vegetação ao redor da área. Em alguns pontos críticos, como às margens da rodovia MG-455, é feito o corte da vegetação externa para diminuir a altura de galhos para evitar a propagação rápida do fogo.

Para o uso emergencial no combate a possíveis focos de incêndio, a universidade conta com alguns equipamentos, como abafadores, seis bombas costais anti-incêndio e a disponibilidade de dois caminhões pipa. Desde 2017 não ocorriam incêndios na reserva.

Segundo informa o coordenador do Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos do Instituto de Geografia da UFU, Luiz Antonio de Oliveira, a cidade já está há 160 dias sem chuvas. “É a pior estiagem desde que iniciamos os registros em nossa estação, em 1981. Este ano teremos também recorde histórico em área queimada”, alerta o docente.

Oliveira afirma que até o fim de setembro ocorrerá chuva isolada na forma de pancadas, porém, chuvas em maior ocorrência, somente para outubro.

Em reportagem publicada no portal Comunica UFU sobre uma pesquisa que analisou a evolução da área de preservação nas últimas décadas, o biólogo Rogério Victor S. Gonçalves destacou a diferença entre o fogo que ocorre naturalmente no início das chuvas e as queimadas provocadas pela ação do homem.

“O fogo natural vem por raios no começo da estação chuvosa. Logo que ele acontece, já vem a chuva que abafa o fogo, então ele é pouco severo e não traz grandes impactos e ocorre em áreas pequenas, diferente do fogo antrópico [causado pelo ser humano], que vem normalmente na estação seca e provoca muitos danos para a biodiversidade no geral”, afirmara Gonçalves.

 

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Palavras-chave: Incêndio Reserva do Panga pesquisas

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