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Campus Pontal

Bioma pede socorro

Documentário desenvolvido pelo Coletivo Goiabal Vivo retrata o preocupante contexto socioambiental do Parque do Goiabal, em Ituiutaba

Publicado em 23/02/2022 às 13:42 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:21

Um olhar para o cerrado, em aproximadamente 38 minutos. Tudo registrado em um documentário que retrata um remanescente daquele bioma. Um patrimônio localizado no município de Ituiutaba. O Parque Municipal Dr. Petrônio Rodrigues Chaves, mais conhecido como Parque do Goiabal, está em uma área de 37,59 hectares e reúne alguns exemplares da fauna e vegetação típica do cerrado (ou savana florestada).

Arquivo Coletivo

O documentário, elaborado nos meses de setembro e outubro de 2021, compartilha a história de um trabalho de três anos do Coletivo Goiabal Vivo, grupo formado por estudantes e professores do Campus Pontal da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que trabalham com a educação ambiental, dentro e fora dos espaços formativos. “O documentário evidencia a história do nosso coletivo e tem o teor de sensibilizar e conscientizar seu diversificado público-alvo sobre o contexto socioambiental, relacionado ao Parque Municipal do Goiabal, um remanescente de cerrado, acometido a perturbações, devido à sua localização próxima à malha urbana e plantações de monoculturas, na porção sul da cidade de Ituiutaba”, explica a professora Neusa Elisa Carignato Sposito, do curso de Ciências Biológicas.

Fotos: Arquivo do Coletivo Goiabal Vivo

 

SOS Parque do Goiabal

O documentário foi lançado em 18 de dezembro de 2021. Em depoimentos, integrantes do Goiabal Vivo manifestam a importância do parque para o estudo da fauna e flora, além da realização de projetos de ensino, pesquisa e extensão. O que chama a atenção, de acordo com a professora é que os integrantes do coletivo alertam para o risco que o Goiabal corre, podendo até mesmo desaparecer, por não ser cuidado devidamente. “Desta forma, o documentário tem a finalidade de chamar a atenção dos estudantes e do público, em geral, sobre a existência desse importante fragmento de cerrado e da necessária e urgente defesa do que resta dele", explica Sposito.

"Um Olhar para o Cerrado" é vinculado à edição de 2020 do Programa de Apoio à Ações e Eventos de Extensão (Piaev). Conforme a professora, “representa um símbolo de resistência e proteção, quanto ao fragmento de cerrado da cidade, evidenciando o potencial de se tornar uma unidade de conservação, diante de suas características bióticas (seres vivos) e abióticas (solo, clima, regulação da temperatura, entre outros) que são fundamentais para o equilíbrio do meio ambiente”.

 

Sobre o coletivo

Coletivo desenvolve atividades nas Escolas de Ituiutaba - Foto Arquivo Coletivo

O Goiabal Vivo surgiu em 2018, a partir de aulas práticas que eram ministradas dentro do parque. Calebe Dutra é acadêmico da graduação em Ciências Biológicas de Biologia do Campus Pontal e integrante do coletivo e comenta que foi um caso de "amor à primeira vista”: “A gente ficou incomodado de como o parque estava abandonado, com aquela beleza toda sem utilização. Então, a gente começou a sonhar e a se organizar para que o Goiabal cumprisse com seus objetivos”. Desta forma, mediante parcerias com algumas escolas públicas de Ituiutaba, um grupo de discentes e docentes da UFU fundou o Coletivo Goiabal Vivo.

Dutra relata que o coletivo foi criado com três frentes de ação: com o Poder Público, dentro da universidade e fora dela - por meio da educação ambiental nas escolas e de pesquisas. “Então, estamos indo para o terceiro ano de atividades, buscando divulgar o patrimônio que Ituiutaba tem e o potencial que essa área possui”, resume o estudante.

O trabalho foca bastante na conscientização de crianças e adolescentes, fornecendo subsídios teóricos e, principalmente, práticos para alunos da Educação Básica, em geral, relacionados ao complexo de biomas encontrados no cerrado. Nas "andanças”, também se dá destaque à importância e à valorização do Parque Municipal do Goiabal para a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Ao longo dos três anos de atividades, os integrantes do coletivo desenvolveram trilhas guiadas e interpretativas, participaram de Feiras de Ciências e marcaram presença em atividades de extensão em praças públicas, palestras, debates e minicursos com temáticas socioambientais. Em 2020, por conta do início da pandemia de covid-19, as atividades foram adaptadas e passaram a ter como palco os meios digitais: palestras virtuais em escolas, eventos on-line, produção de materiais, além do próprio documentário e um perfil no Instagram.

 

Sobre o parque

 Arquivo Coletivo

Criado em 24 de agosto em 1977 e tombado como patrimônio cultural em 2006, o Parque Municipal Dr. Petrônio Rodrigues Chaves teve como intuito inicial trazer lazer à população de Ituiutaba, mas hoje serve também como base de estudo para diversos pesquisadores. De acordo com Neusa Sposito, por meio do coletivo que desenvolve ações e pesquisas no Parque do Goiabal, se pretende “ir às escolas, divulgar o que é, mostrando a importância que seja preservado [...] é algo que vai motivá-los [alunos], a longo prazo, nas preocupações com essas questões [...] e, quem sabe, lá na frente, não serão eles os lutadores e militantes dessa área?”, vislumbra a professora do curso de Ciências Biológicas do Campus Pontal.

Outro docente daquela unidade da UFU que enfatiza a necessidade de se valorizar e proteger a área é Lucas Rocha. “O Parque do Goiabal é um espaço incrível e privilegiado, aqui em Ituiutaba. É o único remanescente natural, dentro do perímetro urbano, e traz uma contribuição enorme, do ponto de vista da conservação da biodiversidade, além de promover ações de educação ambiental e pesquisas para incrementar o conhecimento de biodiversidade que nós temos na nossa região”, sublinha.

Quer conhecer esse patrimônio e as ações do coletivo? Basta assistir ao vídeo abaixo e "viajar" no material produzido pelo grupo, rico em imagens e na leveza que o parque oferece, por meio de toda a sua biodiversidade.

 

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Palavras-chave: Documentário Coletivo Goiabal

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