Publicado em 09/08/2022 às 07:55 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:39
É o gênero feminino que mais assume o cuidado paliativo domiciliar. (Foto: Freepik).)
Insistente, com fé, coragem e alegria. É assim que Resiliente se descreve. Durante a infância, ela era responsável por seus três irmãos e pelos serviços domésticos. Atualmente, sua rotina é cuidar da sua mãe, vítima de um acidente vascular cerebral.
“Eu termino uma coisa e já estou pensando em outra”, relata Resiliente, que se sente sobrecarregada com as tarefas diárias, mas acredita que a pessoa acamada fique mais feliz e saudável quando está perto dos familiares, em casa.
Essa é uma das cinco histórias que compõem o e-book gratuito produzido por Veronica Gomes Assunção Borges, mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (IP/UFU), e por Renata Fabiana Pegoraro, professora da mesma instituição.
A obra reúne relatos e conceitos sobre o cuidado paliativo domiciliar: “os cuidados paliativos são prestados às pessoas com doenças graves e ameaçadoras da vida, que podem ter a demanda de dependência total, como no caso dos pacientes com sequelas neurológicas graves, que é o perfil das pessoas cuidadas pelas entrevistadas”, explica Azevedo.
Resiliente, Superação, Guerreira, Vencedora e Perseverante são os nomes que as cinco mulheres entrevistadas escolheram para serem chamadas na pesquisa elaborada por Borges, que aborda o impacto sofrido por cada cuidadora quanto à incapacidade e dependência funcional de seu ente querido.
Elas cuidam de familiares com a idade entre 17 e 72 anos que apresentam sequelas neurológicas graves. A maioria conta sobre a experiência de crescer com pai que fazia o uso prejudicial de bebidas alcóolicas..
A pesquisadora percebeu que as altas hospitalares inesperadas pela família podem impactar os parentes por causa do despreparo deles para se tornarem cuidadores. Por isso, ela recomenda que a equipe de saúde forneça orientações para garantir uma capacitação adequada para o cuidado em casa.
Borges afirma que o cuidado é historicamente assumido pelo gênero feminino e reforça a necessidade de políticas públicas e ações em saúde para alcançar e apoiar os cuidadores.
O livro é fruto da dissertação produzida por Borges, sob a orientação da professora Pegoraro. Defendida em 28 de julho de 2021, o trabalho buscou compreender a experiência sobre cuidado paliativo domiciliar para ajudar nas propostas de melhoria de vida das cuidadoras e servir de material para futuros estudos.
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Palavras-chave: Ciência cuidados paliativos paliativos instituto de psicologia Psicologia dissertação
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