Publicado em 22/08/2023 às 12:43 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38
Se você gosta de escutar contos que são passados de geração em geração, provavelmente irá lembrar da lenda da Iara, do Saci-Pererê e muitos outros personagens que marcam a cultura popular brasileira. Tradicionalmente, o mês de agosto é dedicado à celebração das mais variadas manifestações culturais do nosso país, dentre as quais estão presentes danças, festas, literatura popular e comidas. Em especial, no dia 22 de agosto, acontecem as celebrações em torno do folclore.
No dicionário, o folclore (s.m) possui os seguintes significados:
Conjunto de costumes, lendas, provérbios, manifestações artísticas em geral, preservado por um povo ou grupo populacional, por meio da tradição oral; populário;Ciência das tradições, dos usos e da arte popular de um país ou região.
A imagem de um menino de cabelos vermelhos com os pés virados para trás ficou conhecido por ser protetor da fauna e da flora. Essas características representam o Curupira, termo que vem do tupi guarani (kuru’pir), e significa “corpo de menino”.
Para tornar esses personagens mais acessíveis às novas gerações, favorecendo com que esses contos continuem com a característica de serem perpassados, algumas adaptações em cima dessas lendas ajudam a tornar essas histórias mais atraentes. O serviço online de streaming Netflix, em fevereiro de 2021, divulgou a série brasileira Cidade Invisível, que narra como criaturas folclóricas vivem entre os humanos. Dividida em duas temporadas, sendo a segunda lançada neste ano, os episódios ganharam a atenção dos telespectadores e favoreceu o compartilhamento de histórias que seguem vivas no imaginário coletivo.
A professora do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (Inhis/UFU) Ivete Batista da Silva Almeida acrescenta a importância da cultura popular e como ela fundamenta os costumes. Falando sobre o folclore em específico, ela comenta que está ligado a um repertório popular que pode ser atrelado a região, contos, práticas, canções, danças, histórias e até mesmo a gastronomia de um grupo ou localidades específicas. Sobre o produto ficcional, a docente diz que é uma forma de atualizar essa narrativa por meio de produções mais modernas.
Outra possibilidade é a educação patrimonial. Para Almeida, é preciso que as pessoas sejam educadas para valorizar e preservar a cultura popular. Ou seja, devem acontecer narrativas atualizadas desde o ensino básico. Dessa forma, mais diálogos sobre a identidade nacional seriam criados e, também, de como os costumes estão presentes no nosso dia a dia. Por exemplo, ações que envolvem cultura popular em diferentes tipos de superstição, seja no chinelo virado ao avesso ou na lenda que diz que se passa embaixo da escada, a pessoa vai ter alguns anos de azar.
A contação de histórias
Thiago Henrique Fernandes Coelho, mestrando em Artes Cênicas na UFU, é ator, escritor, produtor cultural e atua produzindo diferentes tipos de arte. Dentre as atividades que ele desenvolve, está a contação de histórias. Você conhece um contador de história? Se não, ele mesmo vai te contar…
Thiago Henrique é contador de histórias e observa que cada região do país tem sua particularidade nas manifestações culturais (Foto: Arquivo pessoal)
“O contador de histórias é aquele que vai te embalando, é como um novelo que vai se desfiando e vai te enrolando naquela linha. Vai chamando sua atenção de volta para a história, vai conversar com você, faz vozes diferentes para diferenciar os personagens. Então o contador faz essa variação. Enquanto narrador, ele faz os personagens, te faz imaginar o corpo dele e tudo isso vai despertando a atenção de quem está ouvindo a história.” afirma, Fernandes.
Para Fernandes, levar para frente histórias, ou melhor, ‘causos’, como é conhecido na região de Minas Gerais, dizem muito da vivência e da crença de um povo. Entender os personagens que estão presentes é compreender o que se visualiza no dia a dia e, consequentemente, como isso conversa com a realidade a qual estão inseridos, estabelecendo uma relação de identidade.
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Palavras-chave: Folclore cultura popular
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