Jornalismo e Psicologia UFU: cursos cinco estrelas em uma universidade cinco estrelas

No fim do mês de outubro, na terça-feira, 31, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentaram os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2022, numa coletiva de imprensa que aconteceu em Brasília. Alguns cursos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foram avaliados e dois deles alcançaram conceito máximo no exame: Jornalismo e Psicologia são cursos cinco estrelas, de acordo com o Enade 2022.

O diretor de Ensino da UFU, professor Ilmério Reis, ressalta que a avaliação é importante para a universidade, por se tratar de um dos pilares do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) capaz de aferir o desempenho dos estudantes e indicar a qualidade do trabalho da instituição. “Cabe destacar que uma das características do exame é permitir a comparação entre cursos da mesma área de conhecimento. Neste sentido, observamos no relatório disponibilizado pelo Inep que, em todos os cursos que fomos avaliados em 2022, cujo resultado foi agora publicado, a UFU obteve resultados superiores à média nacional, destacando os cursos de Psicologia e Jornalismo, que obtiveram o conceito máximo, ou seja, 5”, complementa o diretor.

Cursos cinco estrelas

As coordenações de ambos os cursos celebram os resultados obtidos pelos estudantes na avaliação. O ótimo desempenho dos cursos de Jornalismo e Psicologia no Enade 2022 vem acompanhado de uma outra nota máxima. É importante lembrar que, em março deste ano, a UFU também passou por uma avaliação do MEC e toda a universidade também foi avaliada com o conceito cinco estrelas pelo ministério. 

De todos os cursos públicos de Psicologia do país, avaliados e conceituados com nota máxima, 16 deles estão situados na região Sudeste e a metade é de instituições federais. Além da UFU, as públicas sudestinas que também obtiveram cinco estrelas nesta graduação foram as seguintes universidades: Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) - campi Assis e Bauru; Federal do Espírito Santo (Ufes); Federal Fluminense (UFF); Federal de Juiz de Fora (UFJF); Federal de Minas Gerais (UFMG); Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Federal de São Carlos (UFSCar); Federal de São João del-Rei (UFSJ); Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); e Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

Já as particulares do Sudeste que obtiveram a nota máxima em Psicologia foram: Faculdade Multivix Nova Venécia; Faculdade Promove de Sete Lagoas; Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG); e Universidade Vila Velha (UVV).

A coordenadora do curso de Psicologia da UFU, Anabela Santos, recebeu o resultado do Enade com muita alegria e entende que o desempenho alcançado pelos estudantes no exame expressam o trabalho coletivo desenvolvido por docentes, estudantes e técnicos administrativos. Quanto ao ótimo resultado alcançado pelas instituições públicas, ela aponta como uma conquista a ser comemorada. “Entendemos que esse resultado, compartilhado predominante por outras instituições públicas, se deve à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, à qualidade do trabalho desenvolvido pelo corpo docente, bem como à dedicação dos estudantes. É uma conquista a ser comemorada, mas que nos alerta para a importância de continuarmos sempre buscando aprimorar a formação oferecida”, afirma a coordenadora.

Um diferencial que causou impactos nos estudantes desta edição do Enade foi o período de isolamento social e aulas remotas causadas pela pandemia da covid-19, que assolou o mundo entre os anos de 2020 e 2021 de forma agressiva. Santos declara que a imposição do distanciamento físico fez com que o curso aprendesse a estabelecer vínculos, criar redes de relação e discussão tudo de forma remota. "Considerando as especificidades do trabalho em Psicologia, que envolvem sobretudo as relações humanas, encontrar formas de ensino e aprendizagem nessas condições foi muito desafiador. [...] Os espaços de estágio limitaram a nossa presença e até as máscaras no retorno foram um limitador, encobrindo expressões faciais, dificultando a compreensão da fala... Enfrentar tudo isso também nos possibilitou pensar a subjetividade marcada por este momento. Foi algo que exigiu de nós muito trabalho, criatividade e dedicação”, relembra a docente.

Os impactos gerados por essa mudança na plataforma de ensino também foram levados em consideração, tanto pelos avaliadores, quanto pelas equipes docentes e técnicas dos cursos, como comenta a coordenadora do curso de Jornalismo, Christiane Pitanga: “Nós, coordenadores, tivemos que responder um questionário de como a gente avaliou esse momento da pandemia, como é que a gente achava que o ensino tinha ocorrido, como é que os alunos tinham assimilado o ensino; enfim, foi uma situação diferente de todos os outros Enades”.

Ela também ressalta que, mesmo em meio a uma pandemia mundial, os estudantes e as equipes docente e técnica se empenharam em garantir e alcançar um ensino e formação de qualidade, como mostra o resultado do Enade. “Eu, particularmente, entendi [com as aulas durante a pandemia] que havia uma outra forma de ensinar, de compreender o momento vivido por todos nós, não só alunos, como docentes e técnicos, muitos adoecidos, muitos sensibilizados com todo o momento, perdendo parentes, adoecendo… mas todo mundo comprometido com a formação do jornalismo”, sublinha Pitanga.

De todos os cursos públicos de Jornalismo do país, avaliados e conceituados com nota máxima, oito deles estão situados na região Sudeste, sendo seis em instituições federais. Além da UFU, as públicas sudestinas que também obtiveram cinco estrelas neste curso foram as universidades: Federal Fluminense (UFF); Federal de Juiz de Fora (UFJF); Federal de Minas Gerais (UFMG); Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Federal de Viçosa (UFV); e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Já dos três cursos particulares de Jornalismo nota cinco no Enade 2022, apenas um deles é da região Sudeste do país: o da Universidade Veiga de Almeida.

Importante ressaltar também que a avaliação dos cursos de Jornalismo do país alcançou o top3 da média nacional e se aproximou da expectativa do MEC. O ministério esperava notas em torno dos 60 pontos e, no caso dos cursos de bacharelado: Comunicação Social - Jornalismo atingiu 56,89 pontos; Secretariado Executivo, em primeiro lugar, com 57,82 pontos; e Turismo fecha a trinca, com 54,03 pontos.

Porém, analisando unicamente o curso de Jornalismo da UFU, a graduação ficou acima da nota nacional, alcançando a média de 69,62 pontos (74,17 na avaliação de formação geral e 65,08 em conhecimento específico). Já o curso de Psicologia da UFU atingiu média de 72,9 pontos (74,06 em formação geral e 71,75 em conhecimento específico).

Enade

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é um componente curricular obrigatório dos cursos de graduação que avalia o rendimento dos seus concluintes com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

A avaliação acontece todos os anos, mas seguindo um cronograma de áreas de conhecimento e eixos tecnológicos divididos em três ciclos anuais diferentes. Em 2022, foi aplicado o exame nos cursos pertencentes ao terceiro ciclo, que são: bacharelado das áreas de Administração, Administração Pública, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Jornalismo, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Serviço Social, Teologia e Turismo. Também foram avaliados os cursos superiores de tecnologia das áreas de Comércio Exterior, Design de Interiores, Design Gráfico, Design de Moda, Gastronomia, Gestão Comercial, Gestão da Qualidade, Gestão Pública, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Logística, Marketing e Processos Gerenciais.

O Enade também permite ao Governo avaliar e traçar o perfil socioeconômico dos graduandos, por meio do questionário do estudante. De acordo com os resultados obtidos, 59,6% dos concluintes são mulheres, brancas (52,9%), solteiras (67,9%), pais sem graduação (67,2%), pessoas com renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários mínimos (69%) e indivíduos que trabalham 40h semanais ou mais (51,4%).Já quando é feito o recorte para o modelo de educação, presencial ou à distância (EaD), a maioria dos concluintes do presencial são jovens de até 24 anos, enquanto no ensino EaD a faixa etária predominante é dos 31 aos 40 anos. 

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