Publicado em 17/11/2023 às 18:33 - Atualizado em 27/11/2023 às 11:51
Uma tarde tomada por emoções. Homenagens às pessoas que se fizeram grandes, pela grandiosidade de suas ações. Projetos que mudaram muitas histórias de vida e provocaram transformações, por meio da cultura e da extensão. A tarde desta quinta-feira, 16 de novembro de 2023, foi o momento de reconhecer essas ações.
Em meio aos homenageados, tomo a liberdade de fazer aquela pergunta básica, diria até - com o perdão da palavra - “medíocre" do jornalismo: “O que representa para o senhor esta homenagem?” E a resposta me toca a alma: “Fica difícil colocar em palavras, mas, quando a gente ajuda uma mulher a obter novamente o CPF e o RG, documentos que os esposos pegaram, muitas vezes há mais de 30 anos, para que elas ficassem dependentes deles, então o projeto vem e devolve isso a elas para que resgatem a independência, a dignidade e a capacidade dessas mulheres, elas que deveriam responder essa pergunta.”
Estas palavras do meu entrevistado, o professor Douglas Queiroz, da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU), reforçaram porque cada um daqueles homenageados estavam ali, naquele auditório. O professor Douglas faz parte do Projeto “UAI – UFU Acolhe Imigrantes”, que ofertou o “Curso de Qualificação Profissional em Higienista de Serviços de Saúde” para mulheres imigrantes ou em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Este foi apenas um, entre os muitos resultados alcançados pelos projetos extensionistas realizados com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e que foram agraciados durante a solenidade de entrega do “Prêmio Destaque em Extensão Paulo Freire" e do "Prêmio Destaque em Cultura Cora Pavan Capparelli”. Na ocasião, foram homenageados 14 projetos de extensão, realizada uma homenagem in memoriam, concedidos cinco prêmios destaques e seis menções honrosas, nas áreas da extensão e cultura,
De acordo com o pró-reitor de Extensão e Cultura, Hélder Eterno da Silveira, apenas em 2021 foram quase 2 mil ações de extensão registradas e mais de 700 mil pessoas atingidas. Em 2022, foram mais de 2 mil ações registradas e quase 1 milhão de participantes, de alguma forma envolvida nas ações. Eterno destacou, em sua fala, a importância da extensão na democratização da UFU: “A extensão é para o povo branco, para o povo preto, para o indígena, mulheres, homens, mulheres trans e cis, é para toda comunidade. A extensão não tem barreira, não tem fronteira. Ela alcança aquela pessoa que, por vezes, não é alfabetizada, mas que tem oportunidade de sentar aqui nos nossos bancos e nos ensinar também.”
O pró-reitor fez, ainda, uma homenagem in memoriam à professora Nicéa Quintino Amauro, docente do Instituto de Química. Emocionado, Silveira lembrou os últimos dias ao lado da amiga e destacou: “Rendemos homenagem à sua memória e que você viva sempre em nós.”
Também conversei com a professora do Instituto de Química Elaine Kikuti, outra homenageada. Ao lado de uma grande equipe executora, entre colaboradores e estudantes, ela levou à comunidade a química de uma forma acessível, por meio de seis cursos on-line. Resolveram desmitificar os "pré-conceitos" sobre a ciência, no lugar mais atrativo da casa. Os participantes descobriram na cozinha um verdadeiro laboratório de química, por meio do projeto "A gastronomia molecular para divulgação científica interdisciplinar". De acordo com a professora, foi "uma honra receber este prêmio, em nome de uma equipe imensa. [...] Todos voluntários, acreditando que podemos retornar para a sociedade todo investimento feito em nós. Gratidão!".
O reitor da UFU, Valder Steffen Junior, declarou que “a Constituição é muito sábia quando diz que as atividades de ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis; à medida que avançamos no ensino, na pesquisa e na extensão, nós nos damos conta, cada vez mais dessa indissociabilidade. É difícil fazer ensino sem, de alguma maneira, estarmos preocupados com a extensão”. Ele destacou, ainda, que “recentemente temos tratado da curricularização da extensão [...] agências têm lançado editais, combinando pesquisa e extensão. Então, quando olhamos para a história da Universidade Federal de Uberlândia, nós observamos que as atividades de extensão e cultura têm crescido significativamente”.
A diretora de Extensão da UFU, Valéria Rodrigues, enalteceu o valor de a instituição destacar esses trabalhos para a sociedade. "Reconhecer é importante, dar visibilidade é importante e projetar tudo o que se faz de extensão e cultura dentro da UFU é mais importante ainda”, resumiu.
Alexandre Molina, por sua vez, parabenizou os homenageados e destacou o papel de quem fez cultura, no decorrer da história da universidade. "Eu quero cumprimentar todas as pessoas indicadas pelas premiações e menções honrosas. Não poderia deixar de mencionar aqui a presença de duas colegas que me antecederam na história desta diretoria, Lídia Meirelles e Irlei Machado. Este momento marca uma história que tem o envolvimento de muitas pessoas; é importante fazer um destaque e compreender que só estamos aqui, porque houve uma história e um trabalho de muitas pessoas que, ao longo desse período, têm batalhado para que a gente possa desenvolver a cultura e a extensão nesta universidade", sublinhou o diretor de Cultura.
Entre as homenageadas com o "Prêmio Destaque em Cultura Cora Pavan Capparelli”, estava a ex-regente do Coral da UFU e professora aposentada Edmar Ferretti. "Eu digo que é uma grande felicidade ainda estar em contínuo contato com o público, com as pessoas, o coral, a arte, os professores, com a UFU viva dentro de mim; fico muito feliz", comentou.
Lídia Meirelles, que foi secretária municipal de Cultura de 2001 a 2003, diretora de Cultura da UFU (de 1992 a 1996) e é a atual coordenadora do Museu do Índio da Universidade Federal de Uberlândia, também foi uma das homenageadas da cerimônia. Questionada sobre a premiação recebida, ela relatou: "No primeiro momento, a gente fica até constrangida em pensar que outras pessoas também fazem tanta coisa... Mas eu acho que o ser humano merece reconhecimento, até para se balizar. Será que o que eu fiz valeu a pena? Eu olho para trás e realmente sinto muito orgulho do que eu fiz. [...] Eu acho que isso é resultado de um esforço, de uma prática constante, de fazer acontecer. É claro que a gente erra, tropeça, dá a volta por cima, mas não desiste nunca. E eu me sinto muito orgulhosa, por ter participado de tudo isso, e feliz porque a pró-reitoria e a própria Universidade reconhecem."
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Palavras-chave: Premiação Paulo Freire e Cora Pavan Capparelli
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