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Arte

Vida longa ao PINA

Programa de Iniciação Artística da UFU realiza 2ª Mostra de Arte com a apresentação de projetos de estudantes

Publicado em 18/03/2024 às 10:15 - Atualizado em 20/03/2024 às 08:55

Bolsistas do PINA “Bgirl Nirvana” apresentando solo de dança que une respiração e breakdance (Foto: Ana Clara Souza)

Com a apresentação de 15 projetos artísticos, envolvendo mais de 50 estudantes do Instituto de Arte (IARTE) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), além de oito professores-orientadores e um público total de mais de 400 pessoas, a Mostra PINA encerrou sua edição de 2024 com sucesso. O evento, fruto do Programa de Iniciação Artística da Universidade (PINA) contou com a apresentação de trabalhos dos cursos de Artes Visuais, Dança e Teatro.

Nesta segunda edição, a Mostra realizada dos dias 4 a 10 março, esteve presente em quatro locais, no Campus Santa Mônica da UFU, no Museu Universitário de Arte (MUnA), no Teatro de Bolso do Mercado Municipal e no Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché.

Segundo o Diretor de Cultura da UFU, Alexandre Molina, neste ano, o evento teve uma maior diversidade de formato em suas produções artísticas, explorando relações com o público participante e fazendo o uso de espaços diversificados, fora dos ambientes convencionais para o acontecimento artístico.


 

Atores no solo apresentando encenação
Epifania Encruzilhada: por meio da dramaturgia, Diego Leonardo e Vinicius Severo contam sobre a descoberta do outro e o prazer do encontro. Foto: Divulgação Pina - Dicult

Projetos 

Com iniciações artísticas que variam desde da dança até o teatro, a 2ª Mostra Pina reuniu um grupo extenso de artistas que usaram da criatividade e do apoio da UFU para criarem projetos inéditos, desenvolvendo assim sua carreira acadêmica e profissional. Durante a primeira semana de março, os bolsistas tiveram a oportunidade de compartilhar com as comunidades externa e interna da UFU o resultado de seus projetos. 

Segunda-feira:

  • Vivi Coemeterium: Fragmentos da Fé 

A exposição fotográfica, criada por Camila Ribeiro (K1000A) na Galeria Aquário, no Bloco 1I (Campus Santa Mônica), ocorreu durante toda a semana. A iniciativa foi composta por registros que possuíam o objetivo de mostrar a fragilidade da vida e o papel da fé, na tentativa de lidar com a incerteza do além da morte. 

 

  • O Processo de Atuar - Preparação e Criação Cênica do Ator

Construída pelo estudante de Teatro da UFU, Giovanni Beirigo, a apresentação aconteceu no Museu Universitário de Arte (MUnA) e surgiu por meio de um processo artístico de investigação de todas os componentes presentes na atuação. O bolsista apresentou ao público vídeos que surgiram ao longo de sua pesquisa e processo de criação. 

 

  • O Funâmbulo 

Guilherme Augusto, por meio de uma junção entre teatro e dança e a partir do poema de amor de Jean Genet “O Funâmbulo”, apresentou uma reflexão a respeito da ambivalência de ser ator e de estar, a todo momento, entre o esquecimento e a glória.  

 

Terça-feira:

  • Teatro Latino-Americano: Mulheres em Evidência - Uma Trajetória

realizada pelas alunas de Teatro da UFU, Anna Júlia EJ e Karine Fernandes. A pesquisa investiga as dramaturgias latino-americanas, escritas por meio da perspectiva feminina. O projeto contou com oficinas teatrais abertas ao público e também, posteriormente, haverá a apresentação de uma pequena cena teatral baseada no “Cordel do Amor Sem Fim”, de Cláudia Barral.

"A gente começou a se questionar sobre a questão de ver poucas referências femininas no teatro, principalmente na área de dramaturgia. A partir disso, surge a vontade de pesquisar dramaturgias escritas por mulheres e com o recorte geográfico da América Latina. Queríamos fazer algo que fosse de mulher para mulher ", comentam as bolsistas.  

 

  • Casinha de Boneca

Kassio apresentou seu projeto na terça-feira, no Graça do Aché, e no sábado, no campus Santa Mônica. A proposta foi de trazer ao público uma reflexão a respeito das questões de gênero na área da dança. 

 

  • Dentro de mim

Marciel Domingues, por meio de uma exposição teatral, elucida as questões internas de uma mente conflituosa. Mesclando entre vivências reais e fictícias, o bolsista coloca em debate que as aparências enganam, existindo mais do que se mostra.

   

Quarta-feira:

  • Epifania Encruzilhada

Por meio da dramaturgia, Diego Leonardo e Vinicius Severo contam sobre a descoberta do outro e o prazer do encontro. Relacionando com aspectos como ancestralidade e saudade que, de alguma forma, trazem conforto e serenidade para a vida. De acordo com Diego, a Mostra PINA foi uma oportunidade de tirar o teatro de dentro do bloco do curso e mostrar para a Universidade que existe mais cultura do que aparece por aí.

 

Quinta-feira:

  • De boca para fora

Criada a partir do texto "Entre Quatro Paredes", de Jean-Paul Sartre, a peça acompanha quatro amigos que se reencontram na pós-vida e precisam lidar com seus vícios e erros. Sasa Benassi, uma das participantes do projeto, comenta sobre como é fazer parte da Mostra PINA: "Foi muito bom. A gente adorou ter vindo participar e ter esse espaço para mostrar a nossa pesquisa para os nossos colegas e amigos.”

 

Sexta-feira:

  • Pira 

A apresentação de dança feita por Bgirl Nirvana, se baseia na relação entre respiração e Breaking. Como forma de reforçar a constituição da dança, a bolsista explora novas " ins'pira'ções" entre corpo e público. 

 

  • Interestrellar 005

A peça interativa, feita por um grupo de alunos do curso de Teatro da UFU, é ambientada em uma uma nave interestelar, durante uma viagem de rotina. Ao longo da jornada, alguns imprevistos começam a acontecer, gerando reviravoltas e colocando em debate questões como sobrevivência e confiança, entre os tripulantes. 

 

Sábado:

  • Xeque-Mate

O curta-metragem utiliza a dança e a dramaturgia para denunciar a realidade brasileira estruturalmente racista. A obra acompanha a personagem Criss Silva, mulher negra que precisa enfrentar ao longo da narrativa “pequenas mortes diárias", ou seja, lidar com ações racistas que estão presentes em seu dia a dia e carregar o luto que esses ataques geram. 

 

  • Uma biblioteca de afetos que levo comigo 

Adrieli Aquino traz por meio de uma performance de dança a exteriorização de memórias individuais e coletivas, como uma maneira de contar história e partilhar afetos. 

 

Domingo:

  • Banzo

O bolsista Jamerson Carlos busca estabelecer conexão entre Breaking, Capoeira e Congado, utilizando da poesia preta. O projeto se centra na exploração de um dos significados da palavra Banzo - sentimento de melancolia, em relação à terra natal e de aversão à privação da liberdade, praticada contra a população negra no Brasil, durante a escravidão.

 

  • …Mas livrai-nos do mal

Por meio de uma instalação, a estudante Maria Gabriela da Silva, realiza um trabalho centrado em religiosidades, sobre as matriarcas que cultivaram a fé passada, entre gerações. O projeto é sobre acreditar fielmente em algo ou em muitas coisas.

 

  • Reinfestações 

"Reinfestações" é uma iniciativa, desenvolvida pelo estudante Igor Herrera, que liga artes visuais e ciências biológicas. O projeto é um grafite, feito no Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché, que por meio da tecnologia de realidade aumentada, representa os insetos nativos que "re-infestam" a cidade, de forma física e digital.

 

Orientação 

Outra parte de destaque do Programa de Iniciação Artística da UFU é que além do financiamento para realizar seu projeto, os bolsistas também contam com a orientação de um professor. Sendo o papel do orientador no PINA, principalmente, auxiliar os estudantes, em seus respectivos processos de criação. 

Segundo o orientador do projeto “O Funâmbulo” (Guilherme Goulart), Narciso Telles, sua função era a de trazer provocações ao aluno. “O orientador é mais um provocador para que o aluno possa começar a perceber que ele já desenvolve uma linguagem poética sobre os materiais”, pontua ele.

Vivian Barbosa, orientadora da iniciativa “Pira” (Bgirl Nirvana), também contou um pouco sobre seu papel, na orientação do trabalho de dança de sua aluna. Segundo a professora, sua função envolveu tanto o auxílio na escrita do projeto teórico, quanto o acompanhamento do processo prático. Além disso, ela destacou sua admiração pelo PINA, “eu acho que o valor do Programa de Iniciação Artística é muito grande, porque ele dá ao aluno a oportunidade de focar na investigação artística e é um privilégio, ter esse tempo, espaço e acompanhamento.”

Público

Além de ser um momento de desenvolvimento artístico dos estudantes do IARTE, a Mostra é uma oportunidade de levar arte e cultura para toda a comunidade. Com exposições gratuitas, o acesso à arte se torna acessível e interessante para alunos, professores e servidores. É o que afirma a graduanda em Dança, Thuany Nazareth, que descreveu as apresentações como “incríveis”. “Para mim, o programa é uma oportunidade para continuar alimentando sonhos, porque os artistas precisam de dinheiro para poder fazer coisas belas assim”, explica ela.

Além disso, o estudante do curso de teatro da UFU, Gabriel Gulla, também complementa afirmando que a Mostra PINA é fruto de meses de criação e dedicação. Para Gabriel, ver o resultado de todo esse esforço e empenho de seus colegas e amigos é muito maravilhoso e emocionante.

A partir de relatos como esses, é perceptível como o Programa de Iniciação Artística da UFU (PINA) auxilia na promoção de arte e cultura, além de incentivar na criação artística e profissional dos alunos do IARTE. Segundo Camila Amuy, Produtora Cultural da Diretoria de Cultura da UFU (Dicult/UFU), o programa é muito importante para a formação profissional dos estudantes de Artes. “A Mostra PINA é o compartilhamento público de tudo que foi criado e, após a ela, os trabalhos podem se inserir em contextos profissionais de trabalho, como festivais, leis de incentivo e outras mostras”, finaliza ela.

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Palavras-chave: Mostra Pina 2024

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