Por: Eliane Moreira
Publicado em 21/03/2025 às 12:22 - Atualizado em
24/03/2025 às
16:43
Uma visita diferente! O destino é apresentar à população plantas que estão espalhadas nos quintais ou mesmo no mato e, muitas vezes, poderiam ir para a mesa do consumidor, mas não chegam, por puro desconhecimento. Algumas dessas plantas são até conhecidas da população, como o pequi, o ora-pro-nóbis, a guariroba e o jenipapo; outras, nem tanto. O Projeto “Reconhecimento e uso de Plantas Medicinais e comestíveis (PANCs)” prevê levar a população, uma vez a cada mês, a locais onde estas plantas são encontradas.
De acordo com a professora Marciana Gonçalves Farinha, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (IP/UFU) e coordenadora do projeto, a ação é composta por dois momentos. Em um deles acontece a visita de campo guiada às áreas do Cerrado. O trabalho é acompanhado pelo estudante de Engenharia Ambiental da UFU - e também raizeiro - Mariozan de Freitas. Depois, em um segundo momento, sempre a cada duas semanas, acontecem encontros para a realização dos estudos das plantas recolhidas durante a visita de campo.
A próxima visita de campo guiada acontecerá na manhã do primeiro sábado de abril (dia 5). Para participar, o interessado deve fazer sua inscrição preenchendo um formulário eletrônico.
As Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs) podem ser utilizadas na alimentação, por serem ricas em nutrientes. “Muitas dessas plantas crescem espontaneamente e são ricas em vitaminas, minerais e compostos bioativos”, explica a docente. Essas plantas fazem parte da biodiversidade do Cerrado e, muitas vezes, são subutilizadas. “O consumo das PANCs pode contribuir para a segurança alimentar, sustentabilidade e valorização do bioma”, destaca Marciana Farinha.
Um fato interessante é que, se uma planta PANC se torna popular e passa a ser amplamente cultivada e consumida, ela pode deixar de ser considerada não convencional. "Um exemplo disso é a quinoa, que já foi uma planta não convencional, mas hoje é cultivada e comercializada globalmente", cita a professora da UFU.
Outro objetivo do projeto é aprender a reconhecer a plantas medicinais e PANCs e, assim, melhorar a qualidade de vida da população, sua alimentação, além de conhecer os benefícios, interações medicamentosas e toxicidade das plantas, conscientizando os participantes acerca do uso adequado dessas plantas e PANCs.
“Este projeto de extensão une o conhecimento popular e científico. Considerando a importância do bioma Cerrado e com a ideia que quem conhece cuida. Além disso, quando conhecemos sobre os benefícios, podemos fazer melhor uso e aproveitamento dos recursos”, reforça a coordenadora. Com relação à ação terapêutica, ela explica que “as comunidades interna e externa podem, com esses conhecimentos ampliar sua saúde e qualidade de vida; por exemplo, discutindo com seus profissionais de saúde sobre o melhor uso para seu tratamento e as plantas medicinais sendo um aliado importante no tratamento de saúde”.
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Palavras-chave: Projeto de extensão PANCs Plantas Alimentícias não Convencionais plantas medicinais