Inflação em Uberlândia acelera em maio: Energia, transportes e vestuário pressionam índice

O custo de vida em Uberlândia segue em trajetória ascendente. O Boletim do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado hoje pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) aponta que a inflação de 0,45% em maio de 2025, superando os 0,42% registrados em abril e os 0,28% do mesmo mês do ano passado.

A alta dos preços, que já acumula 2,09% no ano e 4,34% nos últimos 12 meses, reflete principalmente o aumento nos custos de habitação, transportes e vestuário, setores que vêm pressionando o orçamento das famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.

Energia elétrica e combustíveis pressionam orçamento familiar

A conta de luz continua sendo um dos vilões da inflação em Uberlândia. O grupo Habitação registrou alta de 1,93%, impulsionado principalmente pelo aumento de 3,34% na energia elétrica residencial, que sozinha contribuiu com 0,15 ponto percentual no índice geral.

Nos postos de combustíveis, os motoristas também sentiram o peso dos aumentos. O grupo Transportes avançou 1,36%, com destaque para os combustíveis que subiram 2% e os custos relacionados a veículos próprios, que aumentaram 1,26%. Juntos, esses dois itens adicionaram 0,24 ponto percentual ao índice geral da cidade.

O setor de Vestuário surpreendeu com uma alta expressiva de 3,19%, a maior entre todos os grupos pesquisados. As roupas femininas (4,37%) e masculinas (4,19%) lideraram os aumentos, refletindo possivelmente os reajustes sazonais das coleções de inverno.

Na área de Comunicação, a alta foi mais moderada (0,13%), mas ainda assim os aparelhos telefônicos ficaram 1,05% mais caros, em um movimento que acompanha a tendência nacional de valorização de dispositivos eletrônicos.

Alimentos e serviços de saúde dão alívio ao consumidor

Em meio ao cenário de pressão inflacionária, alguns setores trouxeram um respiro para o bolso do consumidor uberlandense. O grupo Alimentação e Bebidas registrou queda de 0,52%, com destaque para a redução nos preços de leite e derivados (-2,71%) e panificados (-2,14%).

Outro dado positivo veio do setor de Saúde e Cuidados Pessoais, que apresentou recuo de 0,23% em maio. Os serviços laboratoriais e hospitalares caíram expressivos 5,79%, favorecendo consumidores que precisam de atendimento médico.

Os gastos com Despesas Pessoais também diminuíram 0,70%, principalmente pela queda de 2,42% nos serviços pessoais. Já os Artigos de Residência registraram redução de 0,86%, com destaque para eletrodomésticos e equipamentos, que ficaram 3,49% mais baratos.

No setor educacional, os preços caíram 1,03%, com os itens de papelaria apresentando a maior redução (-4,78%), beneficiando famílias com crianças em idade escolar.

Inflação local e contexto nacional

O levantamento, que coleta preços em mais de 500 estabelecimentos e analisa 228 subitens que compõem a cesta de consumo representativa dos uberlandenses, segue a metodologia do Sistema Nacional de Índice de Preços (SNIPC) do IBGE.

A pesquisa do Cepes em Uberlândia permite fazer um comparativo com as 16 cidades que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Veja como foi a inflação em maio nestas regiões:

O boletim do IPC completo com todos os dados, tabelas e gráficos detalhados pode ser acessado no site oficial do Cepes/UFU.

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