Floração dos ipês desperta emoções e renova a paisagem de Uberlândia

Com a chegada do período de secas em Uberlândia, os ipês se destacam na paisagem da cidade. O mar de pétalas que se forma no chão com a queda das flores instiga a curiosidade de quem passa, tornando quase impossível não parar para registrar o momento com uma foto. Seja nas praças, nas proximidades das estações de transporte público ou no interior da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) chama a atenção pelo porte imponente e pela copa intensamente florida.

Em entrevista, a professora Danúbia Magalhães Soares, pesquisadora na área de Ecologia de Comunidades e Ecossistemas pelo Laboratório de Restauração Ecológica na Universidade Federal de Uberlândia, explica as diferenças entre as espécies de ipês, suas cores e os períodos de floração. Segundo a docente, o ipê-amarelo (Handroanthus ochraceus), é nativo do cerrado, assim como os ipês-roxo, que podem ser encontrados com frequência na região de Uberlândia. Ela destaca que existe uma grande diversidade de espécies, inclusive com variações dentro da mesma coloração. “No Brasil, há também espécies não nativas, como o ipê-rosa, que costuma ser confundido com o roxo, mas tem flores mais claras”, afirma. A floração dos ipês, segundo a pesquisadora, acompanha as mudanças de estação. O ipê-branco, por exemplo, costuma florescer no início do período seco, enquanto o ipê-amarelo floresce com a chegada das chuvas. Encantada pelos ciclos da natureza, Danúbia ressalta que a beleza dos ipês está diretamente ligada ao seu ciclo de vida: “A sincronia com que florescem e perdem as folhas em períodos específicos é uma estratégia adaptativa ao bioma e à sazonalidade”.

A variação de cores dos ipês pode ajudar a explicar o impacto que essas árvores causam na mente humana, especialmente quando se considera a psicologia das cores, área que estuda como cada tonalidade pode provocar sensações diferentes nas pessoas. No contexto da UFU, a presença de áreas verdes se mostra essencial para que estudantes, servidores e demais integrantes da comunidade universitária possam fazer pausas e apreciar a natureza no meio da rotina intensa de estudos e trabalho. De acordo com a psicóloga Valéria Paiva Casasanta, da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), “somos seres profundos e complexos, que fazem parte da natureza, e a natureza está em nossa essência”. Segundo ela, estar em contato com ambientes naturais nos reconecta com essa essência, e as cores exercem influência por meio de sua vibração.

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