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Setembro Vermelho

O coração pede cuidado: por que as doenças cardiovasculares preocupam

HC-UFU/Ebserh oferta atendimento especializado de referência em cardiologia

Publicado em 25/09/2025 às 11:05 - Atualizado em 25/09/2025 às 16:41

Setembro Vermelho é o mês de conscientização sobre a saúde cardiovascular. (Imagem: Leidiane Campos)

 

Muitas doenças cardiovasculares poderiam ser evitadas ou adiadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. Para reforçar esse alerta, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), apoia a campanha Setembro Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a saúde do coração. Ainda em setembro, dia 29 é celebrado o Dia Mundial do Coração.

 

Atendimento cardiológico no HC-UFU

O HC-UFU é referência no atendimento de cardiologia na macrorregião do Triângulo Norte e referência no estado de Minas na realização de cirurgia cardíaca pediátrica. São ofertados diversos tipos de exames complementares, atendimento ambulatorial em cardiologia e realização de cirurgias cardíacas.

“O setor de cardiografia recebeu uma certificação de qualidade diamante, a primeira do Brasil dos hospitais públicos. Isso se deu em função da qualidade, da complexidade e do resultado dos exames que nós fazemos”, apontou Almir Fontes, cardiologista responsável técnico do Serviço de Métodos Gráficos e Ecocardiografia do HC-UFU.

Na área de ecocardiografia são vários exames não invasivos, com aparelhos altamente qualificados e modernos, além do serviço de eletrofisiologia, que realiza a implantação do marca-passo. Também são realizados procedimentos cirúrgicos, como a angioplastia, na fase aguda do infarto ou de um acidente vascular cerebral.

“Nós temos profissionais altamente qualificados e as nossas intervenções têm resultados excelentes. Além disso, a gente tem ambulatórios de especialidades de cardiologia, não só atendendo na assistência, mas também na parte de ensino. Nós atendemos os estudantes da graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado na área de cardiologia ”, salientou o médico.

 

Números ainda preocupam

Apesar dos avanços, os índices de mortalidade ainda chamam a atenção. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que a cada 90 segundos uma pessoa morre, no Brasil, em decorrência de doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e no Brasil, responsáveis por cerca de 30% a 32% de todas as mortes, ultrapassando câncer e infecções, e podendo levar também a incapacitações, piora da qualidade de vida e redução do tempo de vida.

 

Doenças do coração

As doenças cardiovasculares são enfermidades que afetam o coração e os vasos sanguíneos, sendo as principais: doença arterial coronariana (nas artérias que levam sangue para o coração); doenças cerebrovasculares; arritmias; dislipidemia (aumento do colesterol e triglicérides); hipertensão arterial (pressão alta); e insuficiência cardíaca (coração fraco).

“As doenças cardiovasculares se desenvolvem basicamente pelo não controle dos fatores de risco, como diabetes, hipertensão, sobrepeso, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Se não tratadas, elas vão evoluir ao longo dos anos, por um processo obstrutivo gradativo. A pessoa que apresenta algum fator de risco tem que, obrigatoriamente, fazer um controle anual, ou a cada seis meses. Isso vale também para todas as pessoas acima de 40 anos”, lembrou o cardiologista.

 

Fatores de risco

Existe uma epidemia de obesidade no Brasil. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, 31% da população adulta brasileira vive com a doença. “É obrigatório que se controle a obesidade com a perda de peso, que hoje é um fator de risco para doença cardiovascular, para diabetes e para câncer. Existem vários medicamentos disponíveis para ajudar no controle e no tratamento da obesidade”, lembrou Almir.

O cardiologista lembrou que quase 30% da população é hipertensa, e a grande maioria não sabe que é hipertensa. O controle da pressão exige mudança do estilo de vida, com alimentação mais saudável (basicamente menos sal, menos gordura, menos álcool), cessação do tabagismo e uso de medicamentos recomendados. “O controle do tabagismo é fundamental. Existem programas antitabagismo, além de medicamentos que ajudam na cessação ou redução do etilismo e no controle do estresse, com psicoterapia e atividade física”, pontuou.

Ou seja, a melhor maneira de se prevenir doenças cardiovasculares é fazendo o autocuidado, com alimentação adequada, atividade física regular e controle do estresse, desde o nascimento. Confira as dicas do especialista:

  • Atividade física

“Basicamente uma atividade física regular, que seja uma caminhada de 30 a 40 minutos, duas a três vezes por semana, no mínimo. Quanto mais exercício se fizer, maior o ganho direto e indireto para a pressão arterial, para colesterol, ansiedade, insônia, enfim, são inúmeros benefícios. Esse exercício tem que ser feito ao longo da vida, porque você ganha o condicionamento cardiovascular, você ganha massa muscular. Mas se você deixar de fazer exercício, você acaba perdendo tudo. A gente sabe que atividade física é o melhor remédio, o mais barato, e o que traz mais benefício”.

  • Alimentação

“A outra forma de prevenção de doenças do coração é uma alimentação saudável desde a infância. A gente sabe hoje que a criança e o bebê obesos são aqueles que terão maior predisposição para serem diabéticos, hipertensos, terem níveis elevados de colesterol e serem mais predispostos a câncer, infarto e outras doenças cardiovasculares.

Alimentação saudável nada mais é do que insistir em frutas, verduras, legumes, menos sal, menos gordura e proteína de uma forma controlada. Comer proteína em excesso, pode trazer algum tipo de transtorno no futuro. Então, na dúvida, procure um profissional qualificado: nutricionista ou médico nutrólogo. Evitar consumo de alimentos enlatados e embutidos, que, sabidamente, estão relacionados, a longo prazo, à possibilidade de câncer e ao aumento de doenças cardiovasculares, porque têm muitas gorduras saturadas.

Além da alimentação e da atividade física, é importante que a pessoa faça uma avaliação periódica com um médico. Um médico de atenção primária resolve a grande maioria dos problemas, orientando para o controle dos fatores de risco”. 

  • Estresse

“O estresse é um fator sabidamente relacionado ao aparecimento das doenças cardiovasculares, da mesma forma que a depressão, a falta de sono, insônia, ou apneia obstrutiva do sono. Porque você tem um aumento dos hormônios circulantes, como cortisol e adrenalina, que vão levando a uma lesão, que contribui para o aumento de gordura nas artérias, tornando-se um dos fatores que vão levar a uma doença cardiovascular.

E isso passa além do acompanhamento médico periódico, mas, basicamente, com o entendimento do autocuidado. Daí vem a questão também da espiritualidade, e de a pessoa entender que ela tem que fazer a diferença para que ela tenha uma vida saudável, e se cuide”.

  • Área médica com mais desenvolvimento

“Hoje a cardiologia está muito bem desenvolvida, a gente tem uma gama de exames que nos permitem diagnosticar de uma forma adequada, correta, para que instituamos um procedimento terapêutico adequado, quer seja clínico, com medicamento, quer seja em orientações da mudança de estilo de vida, e também medicamentoso. A cardiologia é uma das áreas médicas que tem tido mais desenvolvimento. Hoje a cardiologia, através de exames complementares, procedimentos invasivos ou não, e, acima de tudo, através dos medicamentos disponíveis para auxiliar na mudança dos fatores de risco, tem contribuído para que os pacientes tenham uma sobrevida melhor, com qualidade e longevidade.

Nós somos um hospital terciário, a gente atende a ponta final dos problemas cardiovasculares. Todos esses problemas que chegam a nós não existiriam se os pacientes fossem controlados e, principalmente, se as pessoas fizessem o controle dos fatores de risco. Na atenção primária você tem uma equipe multiprofissional, com médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde, nutricionista, educador físico, psicólogo… São vários profissionais, que vão contribuir que a pessoa faça o seu autocuidado. Usando medicamento adequado e fazendo mudança do estilo de vida, dificilmente ela chegaria ao nível terciário, com infarto ou com AVC. Mas, chegando aqui, a gente está habilitado para tratar e resolver a demanda, sempre pedindo para que o paciente controle o seu fator de risco, para que ele não tenha que retornar novamente, às vezes, numa situação pior do que aquela que ele teve”, finalizou o médico.

 

Rede Ebserh

O HC-UFU faz parte da Rede Ebserh desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 

 

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Palavras-chave: Setembro Vermelho Hospital de Clínicas da UFU

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