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Sustentabilidade

Cinema além das fronteiras: 2ª Mostra Mercosul movimenta UFU e comunidade externa

Evento internacional exibiu curtas metragens de cinco países em duas sessões, com debates e atividades educativas

Publicado em 11/12/2025 às 14:05 - Atualizado em 11/12/2025 às 14:52

Foto: Mateus Oliveira

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) recebeu, nos dias 27 de novembro e 4 de dezembro, as duas sessões da 2ª Mostra Mercosul Audiovisual. A coletânea de produções reuniu seis filmes curtos de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Colômbia, e transformou diferentes espaços em ambientes de diálogo entre cinema, cultura e sustentabilidade, reunindo públicos de diferentes idades e fortalecendo a integração do audiovisual latino-americano.

A segunda exibição, realizada no Cinema da UFU na última quinta-feira, contou com a presença de 46 participantes e apresentou à comunidade universitária uma seleção de produções premiadas, acompanhadas de debates sobre território, cultura e meio ambiente. Para a Prefeita Universitária da UFU, Juliana Cardoso Braga, essa Mostra celebra a riqueza cultural e a diversidade de narrativas, em especial dos países que acompanham o Mercosul. “Trazer esse material para a Universidade é celebrar a diversidade da América Latina e promover um espaço de formação sensível e crítico,” ela observou. 

 

Abertura sessão com Prefeita Universitária e coordenadores dos espaços exibidores credenciados | Foto: Nelson Barbosa
Abertura sessão com Prefeita Universitária e coordenadores dos espaços exibidores credenciados | Foto: Nelson Barbosa

Durante a exibição, as narrativas levaram o público às montanhas andinas de “Luthier”, onde um artesão tenta reviver o último condor vermelho por meio da música. Depois, a sessão percorreu as memórias Guarani de “La Tierra Sin Mal”, passando pela infância militarizada retratada em “Mita’i Churi”. Ainda mergulhou na mitologia Emberá Katío de “Keradó”, em que uma menina descobre uma caverna sagrada ameaçada por uma usina hidrelétrica. 

O Brasil também integrou a programação com duas produções premiadas, primeiro com a história da travessia de um imigrante em “Movimentos Migratórios” e depois em “Dois Riachões: Cacau e Liberdade”, relato sobre autonomia, soberania alimentar e reconstrução comunitária no sul da Bahia.

Integrantes da mesa de debate. | Foto: Mateus Oliveira
Integrantes da mesa de debate. | Foto: Mateus Oliveira

Após a sessão, o público permaneceu para uma mesa de debate. A conversa reuniu Cacica Kawany Tupinambá, coordenadora do Centro Cultural Indígena Kauã Poty Guarani, Marcio Henrique Bertazi, professor e pesquisador do Observatório de Política Ambiental (OPA) e Jeamylle Nilin, professora e coordenadora do Laboratório de Ecologia Aplicada e Ecotoxicologia (Leatox) e do projeto Guardiãs das Águas, com mediação de Iara Helena Magalhães, coordenadora do Cineclube de Mulheres Ver Juntas e diretoria da ONG SOS Mulheres Uberlândia.

A Cacica Kawany, ao comentar as histórias vistas em tela, destacou que as obras traduzem desafios que ultrapassam a ficção. “Esses filmes nos lembram de proteger o que há de melhor. Precisamos trabalhar para respirar e viver melhor. Se deixarmos a árvore cair, deixamos cair a nossa própria continuidade,” ela afirmou, relacionando os curtas à luta cotidiana dos povos indígenas pela defesa do território.

“Tudo retorna ao território: quem produz o que comemos, quem faz a roupa que vestimos, como cuidamos do lugar onde vivemos. Meio ambiente é o cotidiano e está em tudo,” ressaltou também Jeamylle Nilin, ao pontuar que o cinema ajuda a ampliar a percepção sobre responsabilidade coletiva.

 

Integrantes da dinâmica realizada após a exibição infantil. | Foto: Vitória Marcelino
Integrantes da dinâmica realizada após a exibição infantil. | Foto: Vitória Marcelino

A Mostra também foi levada para o Instituto Nelson Merola, no dia 27 de novembro, com uma sessão dedicada a 20 crianças do Projeto Sementes do Amanhã. Os curtas “A Menina e o Mar”, “Casa na Árvore”, “El Intronauta”, “No Están Solos”, “Where Are You From?” e “Os Macurus” provocaram tanto risos quanto surpresa dos telespectadores mirins. Após a exibição, eles participaram de uma dinâmica educativa, na qual elas registraram o que entenderam, sentiram e gostariam de transformar no planeta. 

Durante a atividade, o coordenador da Sala Verde UFU Sustentável, Eunir Augusto Reis Gonzaga, reforçou para as crianças o compromisso formativo da Mostra com a educação ambiental: “Não existe fora. O planeta é um só. Então, você quando coloca o lixo pra fora só deixa de estar na sua casa, mas o lixo continua com a gente. Temos que ter essa noção, de que temos que cuidar do planeta, começando a partir do cuidado com a gente mesmo.” 

A 2ª Mostra Mercosul Audiovisual foi promovida pela Secretaria do Audiovisual (SAv) do Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (RECAM), sendo exibida em 250 municípios de todos os estados do Brasil. “O cinema expressa o que desejamos mudar e o que sonhamos. Quando compartilhamos essas histórias, já estamos produzindo transformação,” observou Iara Magalhães. 

 

Sessão Infantil da Mostra com as crianças do Sementes do Amanhã | Foto: Vitória Marcelino
Sessão Infantil da Mostra com as crianças do Sementes do Amanhã | Foto: Vitória Marcelino

A programação contou com a atuação conjunta dos espaços exibidores credenciados Cineclube de Mulheres Ver Juntas, Leatox UFU e Sala Verde UFU Sustentável. Recebeu apoio da Diretoria de Sustentabilidade (DIRSU), da Diretoria de Cultura (Dicult), da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e do Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps). Também contribuíram parceiros como o projeto Cinema de Rua, o coletivo Guardiãs das Águas e representantes das Cozinhas Comunitárias, entre outros envolvidos na realização das atividades. 

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Palavras-chave: Cinema além das fronteiras

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