Publicado em 06/04/2021 às 09:50 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Marcelo Gonzaga é professor do Instituto de Biologia da UFU desde 2008 (Foto: arquivo do pesquisador/ Arte: Viviane Aiko)
A série do portal Comunica UFU com os cientistas contemplados na chamada Nº 09/2020 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) segue com mais um bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ-2): o professor Marcelo de Oliveira Gonzaga, do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Nós já tínhamos falado sobre o capítulo de livro em que ele abordou como uma vespa é capaz de manipular uma aranha. Agora, o Laboratório de Aracnologia da UFU, que Gonzaga coordena, tem se dedicado ao estudo da Manogea porracea, espécie de aranha em que são os machos que cuidam dos filhos.
Marcelo de Oliveira Gonzaga, PQ-2
Possuo graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestrado e doutorado em Ecologia e pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sou professor do Instituto de Biologia da UFU desde 2008 e fui coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais entre 2012 e 2014.
Atuei no programa de Jovens Pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com projeto desenvolvido junto ao Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2007 e 2008.
Tenho experiência na área de Ecologia, com ênfase em ecologia comportamental, atuando principalmente nos seguintes temas: interações entre himenópteros e aranhas, socialidade e cuidado parental em aranhas e manipulação comportamental de hospedeiros por parasitoides. Publiquei 65 artigos e nove capítulos de livros e editei 2 livros.
Veja mais no Currículo Lattes.
O que você pesquisa?
Minha linha de pesquisa tem como foco principal as interações entre indivíduos da mesma espécie (socialidade e cuidado parental) e entre espécies (predação, manipulação do comportamento de aranhas por vespas parasitoides), assim como suas implicações ecológicas.
Recentemente, a maioria dos trabalhos em desenvolvimento no Laboratório de Aracnologia da UFU concentram-se no sistema recém-descoberto que envolve a primeira espécie de aranha com cuidado paternal (Manogea porracea). Nessa espécie, as fêmeas morrem antes dos machos e eles assumem as atividades relacionadas à proteção da prole.
Além disso, estudamos as variações e os mecanismos de manipulação comportamental de hospedeiros por parasitoides. Vespas parasitoides depositam seus ovos sobre o abdome das aranhas e suas larvas são capazes de secretar substâncias que fazem com que as aranhas hospedeiras construam teias com estrutura modificada, ideais para sustentar o casulo da vespa até a eclosão do adulto. Mais recentemente começamos a explorar a possibilidade de aranhas da família Salticidae representarem agentes de controle de populações de mosquitos em áreas urbanas.
Por que a sua pesquisa é importante para a ciência e para a sociedade?
O estudo de interações ecológicas e ecologia comportamental são essenciais para que possamos entender os mecanismos envolvidos na regulação de populações e como determinados comportamentos influenciam a sobrevivência, reprodução, dispersão e vários outros importantes aspectos da história natural das espécies. Os trabalhos desenvolvidos em meu laboratório utilizam aranhas e vespas como modelos experimentais para desenvolver pesquisas nessa área.
Trichonephila clavipes (Araneidae) parasitada por uma larva de segundo instar da vespa Hymenoepimecis bicolor (Ichneumonidae) (Foto: arquivo do pesquisador)
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
Palavras-chave: Série Produtividade em Pesquisa Divulgação Científica Ciência UFU Biologia aranhas
Política de Cookies e Política de Privacidade
REDES SOCIAIS