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Ciência

Físico da UFU investiga doses de radiação recebidas em procedimentos médicos

Na série Produtividade em Pesquisa, saiba mais sobre os estudos coordenados por Lucio Pereira Neves, PQ-2

Publicado em 14/04/2021 às 17:30 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

 

Lucio Pereira Neves é doutor em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (Foto: Arquivo do pesquisador/ Arte: Viviane Aiko)

 

O portal Comunica UFU continua apresentando os cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que são os mais novos bolsistas Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Entre eles está o professor Lucio Pereira Neves, PQ-2, que estuda as doses de radiação que profissionais e pacientes recebem durante exames ou procedimentos que envolvem o uso de radiações ionizantes.

Nós já falamos sobre os trabalhos desenvolvidos por alguns de seus orientandos - aliás, quando eles estavam fazendo divulgação científica! O então mestrando Lucas Wilian Gonçalves de Souza escreveu sobre radiação ionizante dos equipamentos hospitalares, quando participou do curso de extensão de Divulgação Científica. Também noticiamos quando o projeto Meninas da Física foi finalista em concurso do Instituto Sua Ciência. Agora, acompanhe a série Produtividade em Pesquisa!

 

Lucio Pereira Neves, PQ-2

Possuo graduação em Bacharelado em Física - Ênfase em Física Médica pelo Centro Universitário Franciscano, mestrado em Física Aplicada à Medicina e Biologia e doutorado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo. 

Atualmente sou professor na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Tenho experiência na área de Física, com ênfase em Física Médica, principalmente nos seguintes temas: física médica, dosimetria, simulação de Monte Carlo. Atua no curso de Física Médica e na pós-graduação em Engenharia Biomédica, orientando alunos na área de Física Médica. 

Atuo no grupo de pesquisa Ionizing Radiation Dosimetry in Medicine - UFU e, juntamente com a professora Ana Paula Perini, coordeno o Laboratório de Instrumentação e Dosimetria (LInDa) e o projeto de extensão Meninas da Física. Sob minha orientação estão, atualmente, seis alunos de mestrado, quatro de doutorado, cinco de trabalho de conclusão de curso de graduação (TCC) e sete de iniciação científica (IC). O grupo Meninas da Física contou, em 2020, com 43 meninas colaboradoras.

Veja mais no Currículo Lattes.

 

O que você pesquisa? 

Minha pesquisa é voltada para a área de dosimetria, empregando simulação computacional. O que pretendo com essa pesquisa é avaliar as doses de radiação que profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos, tecnólogos etc.) e pacientes recebem durante exames ou procedimentos que envolvem o uso de radiações ionizantes.

Os benefícios desses procedimentos são enormes, entretanto, deve-se sempre garantir a saúde dos trabalhadores e pacientes. Alguns profissionais podem ter catarata, necroses ou tumores relacionados a esse tipo de trabalho e, por isso, estes estudos são tão necessários. 

Além disso, também trabalho com o desenvolvimento de novos materiais dosimétricos, para dosimetria TL e OSL. Com esses materiais, há um acordo de cooperação com a empresa MRA - Indústria de Equipamentos Eletrônicos LTDA. Essa cooperação foi realizada por meio do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI) do CNPq. 

 

Por que a sua pesquisa é importante para a ciência e para a sociedade?

Primeiro, é interessante notar que as radiações ionizantes não possuem cheiro, cor ou gosto. São invisíveis aos nossos sentidos. As radiações ionizantes podem ser entendidas como as ondas emitidas pelos equipamentos de raios-X, aqueles em que as pessoas fazem a imagem dos ossos do braço ou perna quando acham que podem ter alguma fratura. Também podem ser aquelas emitidas pelas bombas atômicas, ou de reatores nucleares. Para saber mais, procure a apostila educativa “Radiações Ionizantes e a Vida” da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Sendo assim, quando a radiação ionizante interage com o corpo humano, a pessoa irradiada nem saberá o que aconteceu! Com o intuito de criar uma forma de medir o quanto de energia a pessoa recebeu, foram criados equipamentos especiais, e uma grandeza especial, denominada DOSE. 

É essa DOSE que estudamos no nosso grupo de pesquisas, e que tentamos determinar. Ela está relacionada aos efeitos nocivos que podem aparecer nos pacientes ou profissionais. Com base nos estudos conduzidos na minha pesquisa, novos protocolos podem ser adotados nos procedimentos, auxiliando na saúde de trabalhadores e pacientes.

 

A imagem abaixo é da dissertação de mestrado de Monique França e Silva, que avaliou o emprego de EPIs durante o diagnóstico de Covid-19 em pacientes pediátricos. Na figura 1 é possível ver a simulação computacional do procedimento, que emprega raios-X. Os objetos simuladores (pessoas na imagem) possuem todos os órgãos, músculos e estrutura óssea de um ser humano, levando cada simulação a ter mais de 200 mil linhas de código. A imagem fica com a aparência de “bonequinhos” devido à dificuldade do software montar uma imagem com tantos detalhes. Entretanto, isso não atrapalha em nada a nossa simulação.

 

Cenário de exposição ocupacional no exame de tomografia computadorizada (TC). O profissional é representado pelo objeto simulador Mash (1), na posição 1 (a) e posição 2 (b), e utiliza os equipamentos de proteção individual: (2) óculos; (3) protetor de tireoide; (4) avental de chumbo, durante o exame de TC do tórax de uma criança de 1ano (5). (Fonte: Monique França e Silva)

 
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU. 
 

Palavras-chave: Série Produtividade em Pesquisa Divulgação Científica Ciência UFU Física

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