Estudantes da UFU são campeões em evento nacional e irão representar o Brasil na Holanda

Fotos: Divulgação /Enactus UFU

A extensão promovendo tranformação. Foi o que os estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que participam do Programa Enactus apresentaram em uma competição que reuniu instituições de ensino de todo o país. E voltaram de lá vitoriosos. Durante o Campeonato Nacional da Enactus Brasil, evento sem fins lucrativos e que este ano completou 25 anos, eles tiveram que apresentar, ainda, que nos projetos de extensão desenvolvidos houve liderança empreendedora, inovação, uso de princípios de negócios e impacto positivo sustentável. A final da liga aconteceu durante o Evento Nacional Enactus Brasil (Eneb), realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 19 e 21 de julho. Participaram desta edição 48 times de Instituições de Ensino Públicas e Privadas, de 22 estados, além do Distrito Federal – entre elas: UnB, UFPE, UFRJ, FGV, Unesp, Unicamp, USP e a UFU. Agora, a equipe de Uberlândia irá representar o Brasil em outubro, na Holanda, ao lado de instituições do mundo inteiro na Enactus World Cup.

O Time Enactus UFU foi fundado em 2015 e, atualmente, é composto por universitários de 15 cursos que se reúnem semanalmente. No total, o programa conta com 35 membros ativos, além de dois professores conselheiros e três representantes da comunidade. Estudante de Biomedicina, Kaio Mendes Sardinha é presidente do time. De acordo com ele, nesta edição do Eneb foram apresentados três projetos de extensão: Bread & Bug, Fazendinha de Inseto e Aroeiras.

O primeiro surgiu em 2017, com a criação de um inseto conhecido como larva da farinha, na qual são coletadas suas excretas e utilizadas como um fertilizante e indutor de resistência orgânico. Hoje, segundo Kaio, o Bread & Bug atua como Befert, uma empresa autônoma, na produção de insumos agrícolas à base de insetos. A Fazendinha é um projeto de extensão que começou no ano passado e trabalha com a criação de outro inseto, a mosca soldado negro, cujas larvas são utilizadas como ração proteica para aves e peixes. Por sua vez, o Aroeiras teve início em 2019 e trabalha com a reutilização de retalhos da indústria têxtil para produção de ecobags e geração de renda para comunidades de mulheres de Uberlândia.

Imagens do Projeto Bread & Bug

Das nove categorias em que estava participando, o Time Enactus UFU ganhou oito prêmios, incluindo: o custeio da viagem para representar o Brasil na Enactus World Cup, que acontecerá na Holanda, em outubro próximo; um prêmio de  R$ 10 mil para investimento no Projeto Fazendinha de Inseto; R$ 10 mil para o Bread & Bug e, ainda, um prêmio no valor de US$ 2.500 (cerca de R$ 12.500) para aplicação no Aroeiras.

Lotado no Instituto de Geografia (IG/UFU), Sylvio Luiz Andreozzi é coordenador do Programa de Extensão Enactus UFU e professor conselheiro dos projetos Enactus. Na avaliação dele, vencer a competição nacional e se habilitar a disputar a competição mundial evidencia a importância das atividades de extensão na vida acadêmica, tanto dos estudantes quanto dos professores envolvidos. "Além de proporcionar não só o contato com outros grupos da comunidade, mas permitir retorno efetivo às comunidades impactadas pelos projetos”, pontua.

O professor destaca, ainda, que a vitória do Time Enactus UFU “demonstra a qualidade do corpo discente responsável diretamente pela idealização, planejamento e execução dos projetos de extensão e mantém o nome da Universidade Federal de Uberlândia entre as melhores instituições de ensino superior do Brasil”.

Há dois anos, Vitória Coutinho participa da Enactus. A estudante do curso de Relações Internacionais atualmente é gerente do Fazendinha de Inseto. De acordo com ela, o programa é a melhor experiência que tem passado dentro da universidade, proporcionando crescimento pessoal e profissional. “A Enactus tem contribuído para minha formação em diversos aspectos, principalmente em ter experiências que me agregam muito, como as competições de que participamos e o networking que conseguimos, além do impacto que causamos nas pessoas, através dos projetos. Falando profissionalmente, o estágio em que atuo agora foi obtido graças às minhas experiências na Enactus”, explica.

Vitória Coutinho faz parte do Projeto Fazendinha de Inseto

Márcia Freire de Oliveira é professora da Faculdade de Gestão e Negócios (Fagen/UFU) e conselheira do Time Enactus UFU. Ela tem o papel de acompanhar as ações desenvolvidas pela equipe e aponta que a Enactus é importante para o desenvolvimento dos alunos, enquanto protagonistas dos projetos e agentes de transformação social, por meio de ações empreendedoras. “São eles que determinam os projetos que serão desenvolvidos, que lideram os projetos e realizam as ações junto às comunidades atendidas. Participar da Rede Enactus gera impacto positivo nos estudantes, que, por meio de suas ações, também impactam positivamente as comunidades atendidas pelos projetos”, sublinha. "E os demais agentes da rede, além dos estudantes e comunidades atendidas, como professores conselheiros, empresas apoiadoras e o staff da Enactus, não só colaboram com esse processo, mas também aprendem muito e crescem enquanto pessoas e profissionais", acrescenta a docente.

Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFU, Hélder Eterno da Silveira, e os professores Márcia Freire de Oliveira e Sylvio Luiz Andreozzi posaram com os estudantes durante a final do Eneb; Kaio Mendes Sardinha é o atual presidente do Enactus UFU

Os recursos para a manutenção do time são provenientes de editais que o grupo participa, da venda dos produtos derivados dos projetos e de outras ações de captação de recursos. A UFU, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), viabiliza o transporte para o time participar dos eventos. Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, Hélder Eterno da Silveira, a vitória do time "representa que a UFU caminha no rumo certo, ou seja, tem permitido que seus estudantes desenvolvam protagonismo e autonomia nas ações de extensão; o Time Enactus expressa o que a universidade tem de melhor: seus estudantes, atuando nos territórios e gerando novos conhecimentos aliados à transformação social; é a ciência reafirmando seu papel transformador, mobilizando saberes e práticas que se revertem para a melhoria das condições de vida da população”.

“Para o nosso time, a conquista é um reflexo do impacto que geramos nas comunidades que trabalhamos, do benefício fornecido para suas famílias e, principalmente, da mudança de realidade que conseguimos proporcionar para elas”, comemora Kaio Mendes Sardinha.

Para participar do Enactus UFU, é feito um processo seletivo pelo programa. Geralmente, isso acontece a cada semestre. Portanto, quem tiver interesse deve ficar atento à página do projeto no Instagram.

Sobre a Enactus

A Enactus completa 25 anos de atuação no Brasil, está presente em 33 países e engaja estudantes universitários em projetos de empreendedorismo social. Criado em 1998, o projeto reúne grandes empresas do país, alunos e professores. Neste período, já engajou mais de 3 mil estudantes em 127 times, nos quais eles se reúnem para desenvolver projetos de negócios economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos com as comunidades locais e alinhados com a Agenda 2030, colocando em prática o desenvolvimento sustentável e gerando impacto positivo.

Durante o Evento Nacional da Enactus Brasil (Eneb), os universitários participantes do programa apresentaram os resultados do trabalho realizado ao longo do ano em seus projetos socioambientais. A Rede Enactus tem como proposta transformar estudantes em empreendedores sociais, por meio de uma plataforma de potencialização de lideranças, para criarem projetos de desenvolvimento comunitário, guiados por pilares econômicos, ambientais e sociais, melhorando a qualidade de vida e impactando positivamente as pessoas em situação de vulnerabilidade. O Eneb 2023 teve como tema “25 Anos em Ação” e destacou a trajetória da Enactus Brasil.

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