Publicado em 24/03/2023 às 17:38 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04
Imagem: Reprodução
Durante a transmissão do UFUCast do último dia 16 de março, os jornalistas Matheus Minuncio e Sara Camelo conversaram com o professor Paulo Henrique Ribeiro Gabriel, da Faculdade de Computação da Universidade Federal de Uberlândia (Facom/UFU). O bate-papo abordou questões como as razões de algo viralizar na internet, as tendências nos ambientes virtuais e o que são e como atuam os famosos algoritmos.
Quem nunca recebeu algum meme no telefone e descobriu que no dia seguinte estavam todos falando sobre aquilo? Pessoas comuns que ficam extremamente conhecidas por causa de uma situação engraçada, ou uma fala dita, e que vão ao céu ou ao inferno por conta da fama repentina são também um exemplo do fenômeno da “viralização nas redes”.
As razões para algum conteúdo viralizar são várias, desde conceitos de marketing bem aplicados, bons equipamentos para produções, mas a principal delas pode ser creditada ao trabalho dos misteriosos “algoritmos”.
Das origens até os dias atuais
Algoritmo pode ser entendido como uma lista de instruções para se executar uma tarefa. O registro mais antigo desse tipo de lista de instruções vem da obra do “pai da Geometria”, Euclides de Alexandria (300 a.C). Em seus escritos, o grego elaborou o passo a passo para que qualquer um possa executar uma operação de divisão. Então, se você sabe dividir, agradeça ao "cabeça branca" grego.
Avançando mais no tempo, a palavra algoritmo surge durante a Idade Média, em referência ao último nome do matemático persa-muçulmano Muḥammad ibn Musa al-Khwarizmi. Graças ao seu trabalho, os números que usamos atualmente, indo-arábicos, se popularizaram por todo o Oriente Médio e Ocidente. Dessa forma, “al-Khwarizmi” se transformou em “algarismo”, que, mais pra frente, veio a se tornar a palavra “algoritmo”.
Como explicou no videocast Gabriel, a partir do século XX, a ideia de máquinas programáveis, maiores, e que executassem operações mais complexas passou a tomar forma na figura de computadores. “Começou com o surgimento dos computadores, que recebiam um conjunto de instruções que tinham que ser seguidos à risca. À medida que eles foram evoluindo, os algoritmos, essas sequências de passos, passaram a se tornar mais complexos”, destacou.
A partir dessa complexificação, o docente da Facom comentou que se passou a ter uma forma de escrever essas sequências de passos em uma linguagem não-humana, na forma de linguagem de programação. Assim, os programas que rodam o nosso mundo digital são fruto desse processo de programação, principalmente as Inteligências Artificiais (IA’s).
Então, por que algo 'viralizar'?
Basicamente, a razão de algum conteúdo viralizar é por conta da atuação das IA´s nos ambientes digitais. Tal qual a inteligência dos seres humanos, as inteligências artificiais também precisam aprender para resolver problemas. Esse aprendizado, no mundo das máquinas, é conhecido como “machine learning” - em tradução livre, “aprendizado de máquina”. “No aprendizado de máquinas, você fornece um conjunto de dados, encontra padrões nesses dados; e, automaticamente, a máquina tenta reproduzi-lo”, resumiu o professor.
Nas redes sociais, portanto, a viralização ocorre quando a IA daquele ambiente “aprende” com os seus padrões de curtidas, compartilhamentos, comentários e, associados aos padrões e perfis de outros usuários, constrói a recomendação de conteúdo para você.
Então, da próxima vez que seu perfil em alguma rede social estiver cheio de memes ou recomendação de casas de praia, você já sabe um pouco da dinâmica por trás dessa “aleatoriedade” nada aleatória.
Sobre o UFUCast
A transmissão foi realizada pelo canal da UFU, no YouTube, e nas principais plataformas agregadoras de podcast. Este projeto é elaborado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU), com execução técnica da Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU). O objetivo do videocast é apresentar aos espectadores e ouvintes a universidade para além de seus muros e os pesquisadores para além de suas pesquisas.
Vale lembrar que você também pode acompanhar os cortes da entrevista da semana por meio do Instagram, no perfil @UFU_Oficial. Além disso, a Rádio Universitária FM veicula às terças-feiras, a partir das 20h, a versão gravada do episódio da semana.
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