Depois de nove meses consecutivos de aumento em preços de produtos e serviços, o Centro de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (CEPES), ligado ao Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), registra deflação na cidade. Entre os dias 05 a 30 de março, profissionais que trabalham no CEPES coletaram 30.495 preços de produtos e serviços que são distribuídos em nove grupos. Em seis deles – habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, cuidados e saúde pessoal e despesas pessoais – algum ou alguns itens tiveram queda de preços. O valor negativo de 0,06%, referente ao mês de março, foi provocado principalmente pelo setor de transportes, que sozinho representou mais de um terço na composição do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Neste segmento o item combustível foi o que mais sofreu redução de preços. O economista e coordenador da pesquisa, Carlos Diniz, explica que historicamente no mês de março acontece deflação. “É um mês em que o comércio faz grandes saldões e liquidações, que coincidem com safras que permitem maior oferta de alimentos e também que não existe previsão de aumentos de preço nos serviços públicos.” Diniz, no entanto, destaca que, ao contrário, abril é comumente um mês de fortes reajustes. “Já estão autorizados, por exemplo, aumento de preços para energia elétrica, medicamentos e IPTU”. Nos últimos 12 meses o acumulado da inflação em Uberlândia é de 4,73%.  Este ano, o acumulado é de 1,79% e a previsão dos especialistas é fechar este período na casa dos 5%. A penúltima deflação registrada na cidade foi em junho do ano passado, com variação negativa de 0,13% Há mais de 30 anos o CEPES faz esta pesquisa em Uberlândia. Cerca de 20 profissionais trabalham neste estudo que é divulgado por meio de um boletim, mês a mês. Os interessados no estudo completo podem acessar www.ie.ufu.br.