Um dos primeiros pontos que a população observa para falar se a gestão de um governo está indo bem - seja ele municipal, estadual ou nacional - é o preço dos produtos comuns do cotidiano. Alguns exemplos são os valores da gasolina, do gás de cozinha e de alimentos básicos, como arroz, feijão e carnes, entre outros. Estes são alguns produtos essenciais para a sobrevivência e locomoção do cidadão brasileiro. A variação nos valores cobrados por esses itens caracteriza, então, um dos conceitos mais populares e de grande preocupação da economia: a inflação.
Chamamos de inflação o aumento generalizado dos preços que, consequentemente, resulta na diminuição do poder de compra da população. No ramo da economia, para calcular da melhor forma esses indicativos, são feitas algumas pesquisas e o cálculo de alguns indicativos. Um deles é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
O IPC é um índice que calcula os preços dos bens e serviços frequentemente acessados pela população. Diversos produtos são levados em consideração e eles são divididos em nove grupos: 1) alimentos e bebidas; 2) habitação; 3) artigos de residência; 4) vestuário; 5) transporte; 6) saúde e cuidados pessoais; 7) despesas pessoais; 8) educação; e 9) Comunicação. Cada grupo tem subdivisões que abarcam diversos produtos de cada área.
Em Uberlândia, o órgão responsável por fazer esse levantamento é o Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (Cepes), vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A cada mês, os economistas do centro publicam um relatório com as informações sobre o IPC. Esta pesquisa, do Cepes, está relacionada aos preços dos produtos em Uberlândia, consultando os mais diversos estabelecimentos distribuídos pela região que trabalham com a venda deles. No material, também estão descritos os subgrupos, itens e subitens, e cada produto integrante.
Mas, apesar de tudo isso, como esse IPC funciona? Qual a importância dele para a população? Por que devemos ficar atentos a esse índice e suas variações?
A economista e pesquisadora Graciele de Fátima Sousa res´ponde: “O IPC é uma medida simples do movimento de preços no conjunto de bens e serviços da economia; ele é um índice da inflação. Com o IPC, conseguimos acompanhar a variação de preços de vários itens que a população consome. Com ele, o consumidor consegue compreender qual impacto a inflação está tendo no seu poder de compra, no seu salário e na sua renda; e comparar se o aumento do salário mínimo condiz com o aumento da inflação dos produtos que são entendidos como básicos.”
A integrante da equipe do Cepes esclarece, ainda, como funciona a formulação do IPC. "A primeira etapa é definir qual é a cesta de bens, produtos e serviços que farão parte da estrutura do IPC. Essa cesta é formulada com base na Pesquisa de Orçamento Familiar, a POF, que fornece quais são os produtos e serviços consumidos pelas famílias, qual o rendimento dessas famílias e o quanto elas gastam na compra de cada produto. Esses dados são coletados mensalmente, todos os dias úteis e, a cada 2 meses consecutivos, calcula-se o IPC", esclarece.
Desta forma, os preços coletados no mês atual são comparados com os mês anterior. "Sempre assim. Coletamos os preços nos estabelecimentos, calculamos a variação de preços de cada bem de serviço do mês atual com o mês anterior. Então, para cada bem de serviço que faz parte do IPC, você tem uma variação. São 228 subitens, ou seja, 228 resultados”, detalha Sousa, acrescentando que, posteriormente a esse trabalho, os pesquisadores pegam os resultados dos subitens, para cada bem ou serviço e, por um processo agregativo de uma média ponderada, fazem o cálculo do resultado final do índice.
Sendo assim, o IPC é importante para o cálculo da inflação nacional, pois entende a variação de preço em cada região e cidade. Nem todos os municípios, porém, realizam o cálculo deste índice. O trabalho é mais comum nas regiões metropolitanas. Em Uberlândia, o Cepes disponibiliza os dados para acesso público em seu site. A última edição do boletim foi publicada no dia 19 de fevereiro e apresentou o comparativo dos preços praticados em dezembro de 2024 e janeiro de 2025,
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Palavras-chave: Economia Cepes/UFU IERI IPC inflação